Capítulo 3

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Droga!

Eu não deveria ter bebido aquele quinto dry martini, ou será que foi o sexto?! O sétimo talvez, afinal, quem estava contando?

A minha cabeça está me matando, talvez seja uma amostra do que ainda está por vir, tenho o almoço de família para ir e, ao menos que seja acometida por algum tipo de vírus extremamente contagioso e altamente letal, não tenho motivo para faltar!

Mas minha cama está tão boa, talvez valha a pena arriscar alguns minutos de atraso por ela.

Antes que eu possa me aconchegar em meus lençóis outra vez, meu celular toca, pelo visto não me lembrei de trocar esse toque, quanto mais tempo demorar para atender, mais tempo terei que ouvi-lo e isso por si só já é um grande incentivo.

_Finalmente! Achei que você ia me ignorar pra sempre!

Novamente: Ângela!

_Bom dia pra você também!

_Bom dia?! Você quer dizer boa tarde não é?

Não tive tempo para conferir as horas, Ângela começou seu discurso em seguida.

_Amiga, eu sei que você deve estar chateada comigo, mas eu não tive culpa! O Arthur parecia um cara tão legal que eu não podia deixar passar! Sinto muito por ter te deixado sozinha na boate. Pisar na bola com você não valeu a pena por aquela saída, é sério, o cara era completamente sem noção! Por sorte percebi isso a tempo de chegar aos finalmente, mas quando voltei pra boate você não estava mais lá, te liguei 1 milhão de vezes!

A medida em que Ângela seguia com seu relato as coisas começaram a fazer sentido pra mim.

Me lembro de tê-la visto sair com um cara, provavelmente amigo do que me dispensou, me lembro de ir para o bar, de ter recebido sua mensagem...

_Mas me diz, o que aconteceu depois que eu sai?_O que aconteceu? Essa era uma boa pergunta! _Aposto que você encontrou alguém e por isso me rejeitou!

Encontrar alguém? Bom, sim! Eu me encontrei com o barman. Me lembro dele preparando minhas bebidas, mas também me lembro dele bebendo comigo.

_Vamos lá dona Lívia, quero saber de todos os detalhes, inclusive os sórdidos!

Sórdidos?! Haviam detalhes sórdidos? E se haviam... Ai meu Deus, quais eram os detalhes sórdidos?!

_Lívia? Tá me ouvindo?

Olhei para o relógio na prateleira, 12:05h, a desculpa perfeita!

_Ângela, eu prometo que te conto tudo mais tarde, preciso desligar, tenho que ir...

_Almoçar na casa dos seus pais... eu sei, já conheço a história! Mas não pense que vai escapar, eu te ligo mais tarde e é bom você ter uma bela história pra mim!

Eu realmente queria isso, esperava já ter me lembrado de tudo o que aconteceu antes que ela me ligasse novamente.

Como posso ter bebido tanto ao ponto de não saber nem ao menos como cheguei em casa?

Eu poderia ter acordado ao lado de um serial killer, ou ainda, poderia nem ter acordado!

Dei uma olhada a minha volta tentando reconhecer se algo estava fora do lugar, mas apesar das minhas roupas estarem ainda molhadas e espalhadas pelo chão, nada parecia estar fora do lugar, ao menos nada grandioso!

Corri até a sala e, para o meu espanto, tudo estava exatamente no seu lugar de costume. TV, aparelho de som, computador, tudo estava exatamente onde devia estar, minhas gavetas também pareciam estar intactas, pelo menos assaltada eu não parecia ter sido.

Um Príncipe para LíviaOnde histórias criam vida. Descubra agora