Prólogo- Divino Estelar

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                                                                        ∞

Uma tarde de domingo fria, assim como um cadáver no necrotério. Estava desposta sobre o amanhecer uma neblina transluzente que obstruía a minha visão da natureza ao meu redor.

Ser forçado a fazer algo é horrível, principalmente se você estiver sendo arrastado pelas ruas pelo braço esquerdo, enquanto seu corpo deixa vestígio da sua passagem pelo chão. Sendo que as ruas do distrito SN-007 são recheadas de fissuras.

Não a muito tempo, os municípios de cada estado foram divididos por distritos com uma sigla e numeração de acordo com a quantidade de pessoas e por padrão de vida. Assim como, os estados e suas capitais. O mundo diante a uma nova era.

Apresentando de antemão, quem me puxava com força, mas nem se esforçava para tal. É a minha recém conhecida tia Zilda e segundo ela, eu estava sobre a sua tutela.

Posso está narrando os fatos tranquilamente, mas é apenas para esconder o fato que eu não parava de chorar. Minhas lágrimas poderiam sustentar todas as usinas hidrelétricas do Estado SPL-01. A tecnologia pode avançar em prol do consumismo, se não atentar para os recursos naturais como água, daqui a um século, não existirá água potável para consumir. A água é a base da vida.

Sinto que chego no topo da rua, agora descemos junto com a neblina se dispersando vagarosamente. Não distante dali, vejo um prédio de estrutura da Idade Média, a primeira vez que vejo um fora de um, livro. O Estado tinha decretado a demolição de todos os prédios da era portuguesa, pelo que eu soube pelo o senhor Quinn, foi uma época de guerra civil.

A velha estrutura pedia urgentemente por uma reforma, aparentava estar prestes a desabar sem cortesia. De vislumbre, estava cercada de trepadeiras secas e algumas que resistiam com sua tonalidade esverdeada.

–Hey Zilda! Por acaso, você mora naquele prédio? Que está em perfeito estado

–Pequena testa, aquele prédio em perfeito estado será sua nova casa. Absorva isso, a vida muda em cada passo que si dar – Zilda parou e olhou para mim com um sorriso soturno.

Abrir um sorriso forçado quando um frio percorreu minha espinha, não gostei daquilo. Baseado nas minhas leituras ficcionais, tinha que indagar mais.

– E o que seria exatamente lá? – Zilda voltou a me puxar, não me deixava caminhar adequadamente.

–Divino Estelar! É um orfanato que recebe todo tipo de criança de 4 anos a 17 anos. E eu sou responsável por todas elas. E eu sei o você quer fazer Joe, essa tática não funciona comigo, mesmo que tenha apenas 12 anos, já é esperto como sua mãe era. Mas, se perguntar mais uma vez, irá se arrepender.

Engoli um seco, enquanto o arrepio tomou conta do meu corpo, eu conhecia aquela sensação, existe pessoas que podem emanar uma aura assassina, dependendo da intenção derruba até um touro.

Fiquei calado a partir dali, mas tentava relembrar dos meus pais, não tenho uma lembrança firme, apenas imagens dos seus rostos, mas sem ter certeza se são realmente eles. Fechei meus olhos para me concentrar na busca.

Uma história que se desenvolveu desde a gênesis que resultou em grandes mudanças ou desastres dependerá da perspectiva. O lado oculto das histórias dos livros e da mente de muitos. Porém, a história continua impregnada na vida de todos, mas só os verdadeiros são capazes de vivenciar o mistério. Tendo em vista que imensuráveis são os mistérios que nos rodeiam, os quais grandes partes das pessoas com sangue comum puro têm dificuldade de acreditar.


O Orfanato: O começo do sofrimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora