Hora 2- Que manhã

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– Joe! Vim pegar sua alma. Acorde – sussurrou uma voz no meu ouvido, mas as palavras vinham superficialmente, como estivesse no sonho com alguém me chamando distante.

–Ham! Que-ro dor-mir – sussurrei soletrando perdendo a consciência.

–Eu sou seu maior pesadelo –assoprou as palavras no meu ouvido.

Abrir os olhos saltando da cama desesperado. Olhando ao meu redor.

–Sua reação foi a melhor –comentou Zilda com a mão na boca segurando o riso.

–Droga! Que susto, pensei que era a morte –Dei uma olhada para Bruno na cama ao lado, ainda continuava a dormir.

–Por que a morte é seu maior pesadelo? –Indagou curiosa.

Minha mente voltou a circular normalmente, e me toquei que estava em perigo.

– A morte é uma observadora, mas decide agir nada a parar. O bem e o mal não existe. Por isso, levou meus pais – Acabei falando por impulso, ainda era difícil controlar as emoções.


–Entendo! Joe venha comigo, não precisa escovar os dentes, só me siga.

–Aconteceu alguma coisa? –bocejei

–Vai descobrir logo –disse com uma vez calma, mas de maneira fria, que fez meu coração acelerar.

Quando dei conta de mim, já estava diante da porta do porão, meu quarto anterior.


–Espero que não tenha contado a ninguém o que aconteceu aqui e o que vai acontecer Joe – disse virando o rosto com um sorriso obscuro abrindo a porta.

Não conseguir recuar ou correr.

–Entre e sente-se. Agora! – seu tom de voz ficou agressivo.

Sentei-me apreensivo. Na mesa estava um prato com frutas – mamão, maçã, abacate- picado com perfeição, além de ter um pó por cima delas. E um copo de iogurte de morango.

–Coma!

–Tem algo de estranho nessa salada aqui, além disso, não consigo comer sem antes escovar os dentes – disse pensando que iria me safar.

–Não consegue né? Que lamentável! –Se aproximou de mim por trás, tocou minha cabeça, fazendo cafuné. Puxou com força meu cabelo. –Cabelo tão suave –sussurrou.
Pisquei por um momento, e meu rosto foi jogado com força em cima do prato o quebrando, assim como meu nariz.

–Aaaah! –gritei assustado. Tentando ficar em pé em vão.

–Ainda sente dor? Que péssima professora eu sou – disse pressionando minha cabeça com força sobrenatural. Não adiantava resistir.

– Meu pequeno inseto, não pense que eu sou má. Só estou lhe treinando para a vida, pois ela é a verdadeira carrasca de todos. Não importa quem seja ou de onde venha – exclamou levantando o dedo para cima.

–Culpe o mundo em geral, não a vida. A vida é a essência de tudo – rebati saindo de suas presas. Com a mão no nariz.

–A vida é uma ovelha branca pura com uma foice atrás. Aprenda – veio andando na minha direção. Tentei me afastar. – Para onde pensa que vai? –fechou os punhos e avançou rapidamente me dando um soco no estômago. Tirando meu ar. E meu sangue. Busquei um apoio, caindo no chão. Logo em seguidas veio pontapés na barriga. A barra do macacão jeans estava com sangue.

–Pare! – esbravejei.

–Toque em seu nariz Joe! – se afastou.

Por um instante notei que não sentia mais dor. Toquei nele, puxei. Não sentia nada. Estava sarado.

–O que houve? –Indaguei instigado.

–Suas habilidades estavam seladas. Aquele pó que você cheirou...

–Você me forçou cheirar, não é? –A cortei

–Posso continuar? Esse pó tem um poder de quebrar até os maiores selos. Eu que fiz– comentou com orgulho –Porém, não quebrou nem metade.

–Que selo é esse? Estou curioso.

–Seus pais que fizeram, antes de partirem para outra dimensão –disse com eufemismo.

–O melhor disso, é que posso te socar o quanto eu quiser –riu – Me aguarde. –Andou lentamente até aquela porta que tinha me proibido entrar. Destrancou e sumiu na escuridão após a porta. Demorou por uns minutos, mas voltou com uns baldes com chumbo e uma estaca pregada a uma madeira quadrada.

–Me diga que isso não é para mim?!

– A nova etapa do seu treinamento pequeno inseto! Aqueles dias eram apenas coisas leves. Isso me alegra.

–Não acredito que tenho uma tia masoquista – comentei planejando minha fuga.

–Tente fugir e pioro! Você não pode fugir de mim! – abriu um sorriso largo.

Fiquei hesitante. Zilda se aproveitou e se aproximou da situação. Colocando uma vara no meu ombro e em cada lado colocou um balde com um peso que derrubaria uma pessoa adulta em questão de segundos.

–Abra as pernas, estique bem, mas que tenha apoio – Posicionou a estaca abaixo de mim.

–Sério? Porque no 4 período e na família 11B?

–Parece que andou lendo bastante! Agora, entenda esse treinamento. É para o seu bem no futuro.

–Bem? Quando meus joelhos cederem o peso. Já era para mim –Contestei

–Não se preocupe, você ainda tem milhares de treinos como esse para o fim de semana – Ela deu aquele olhar sombrio junto com o sorriso. 






OBS:  comente se deixei passar alguma coisa!!! Obrigado.



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⏰ Última atualização: Oct 15, 2018 ⏰

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O Orfanato: O começo do sofrimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora