Chapter Six - I should hate you

115 18 8
                                    

- Você pintou o quarto de preto?? – ouvi minha mãe reclamar. Ela, junto de Shelley, estava contemplando o novo quarto da mais nova. Dois meses se passaram desde que Shell teve a ideia de vir definitivamente para Seattle, e eu como um irmão responsável e protetor fiz questão que ela dividisse apartamento comigo.

Nada mudou em si, o quarto que antes era o meu escritório/depósito de tralhas, virou o quarto da mesma que depois de muita insistência pintou uma parede de preto. Shelley sempre sonhou ter um quarto todo de preto, mamãe, obviamente, sempre foi contra e pelo visto ainda é.

A decoração do quarto havia ficado bem simples, comparado ao que eu me recordo do quarto de Shelley no Texas. Em questão ao trabalho da morena, não foi difícil achar uma revista precisando de uma editora chefe, ainda mais com o currículo de Shelley.

Elas ainda discutiam sobre como o preto pode ou não dar um ar triste e melancólico para o quarto e a casa, arrancando risadas minhas e do meu pai que estava sentado no sofá. Era bom tê-los aqui comigo, o apartamento de alguma forma ficava leve.

- THOMAS O’BRIEN EU PENSEI QUE TIVESSE DEIXADO BEM CLARO A PARTE “ NÃO DEIXA A SUA IRMÃ FAZER LOUCURA”. AI QUANDO EU RESOLVO VISITAR MEUS FILHOS, DESCOBRO QUE ALÉM DE PINTAR O QUARTO IGUAL A DE UMA ADOLESCENTE REVOLTADA, ELA FEZ TAMBÉM UMA TATUAGEM?? – Trina O’Brien gritou fazendo mais uma vez um show por conta das atitudes dos seus filhos. Tentei segurar o riso com a bronca que ela dava, Shelley revirava os olhos enquanto ela gritava com o papai dizendo o quanto nós éramos irresponsáveis.

- Que tatuagem é essa, quero ver. - papai pediu, ignorando os protestos de mamãe e indo em direção a Shelley. Não aguentei a risada quando Trina gritou “MARK” e foi ignorada, acabei ganhando um tapa no braço por isso. Shelley levantou a blusa revelando uma tatuagem na sua cintura. Era um código de barras com 02-02- 97 embaixo representando a data de nascimento da mesma.

- Eu gostei, acho que vou fazer uma. – comentou Mark.

- Eu tenho uma. – revelei para o desespero completo de Trina. Dobrei a manga da blusa por completo revelando uma tatuagem igual a de Shelley, entretanto, a minha era localizada no antebraço direito e mudava os números 26- 08- 95.

- Esses jovens de hoje em dia acham que podem sair se rabiscando desse jeito. Um tem 21 anos e a outra 23 e acham que isso não vai fazer diferença. Preciso de um copo d’água. – falou indo em direção a cozinha. Nós sentamos no sofá e graças a Deus Trina parou de nós dar sermão. Senti meu telefone vibrar, era Teresa.

- Thom?

- Olá olhos azuis. – caminhei até o meu quarto para poder falar com Teresa, minha mãe não sabia metade das coisas que aconteceram nesses dois messes e nem em pensamento quero que ela descubra.

- Hey, tudo bem?

-Sim por que? – perguntei sem esconder minha confusão. Não era normal Teresa me ligar perguntando se eu estava bem. Não que ela não se importe, é só que não faz o estilo dela.

-Nada, então você a e Shelley poderiam vir aqui em casa amanhã? – perguntou esperançosa. Estranhei o convite repentino, todavia aceitei. Voltei pra sala ainda montando o que Teresa podia estar tramando.

- Algo importante? – Shell perguntou. Contei sobre o convite e Trina novamente fez um discurso porém desta vez era sobre ‘o quanto ela está feliz em nos ver socializando’. – Será que aconteceu algo?

Shelley voltou a perguntar. Desta vez estamos a sós na cozinha enquanto eles permaneciam na sala.

- Acho que não. – respondi dando os ombros enquanto lavava os pratos entregando-os depois para a mesma secar. – O aniversário dela está chegando, talvez ela queria nossa ajuda para planejar a festa, caso ela fizer uma.

Back To The Start - Newtmas Onde histórias criam vida. Descubra agora