Do trabalho para a casa.

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Era mais um dos seus dias péssimos, estes que mal chegava no trabalho e já era recebido com uma pilha de papéis para organizar até o fim do expediente, e caso terminasse antes do horário sempre encontravam algo para Kyungsoo fazer.

Numerações, encadernar pastas, confirmar as agendas. Fazia de tudo um pouco, por mais que não envolvesse sua área diretamente e com isso era sempre a mesma desculpa.

— Se está aqui é pra trabalhar. Caso contrário, a porta é serventia da casa. — Assim acabava por fazer coisas além do esperado. E caso ousasse reclamar, era sempre ameaçado de demissão e isso não estava em seus planos.

Tinha apartamento, contas para pagar e ainda suportar sua mãe ligando a cada três dias tentando lhe arrumar um encontro arranjado, pois como dizia ela na idade de Kyungsoo ela já estava esperando o menino.

Era sempre a mesma ladainha, tanto que muitas vezes mal a atendia e lhe dava uma desculpa qualquer, dizendo que aceitaria um encontro as cegas, mas é claro.

Kyungsoo sempre mentia sobre isso, seus gostos eram um tanto peculiares para poder sair com mulheres e sua mãe não entenderia isso caso a contasse, porém não fazia questão de contar a ela sobre isso.

[...]

Quando terminou o expediente, foi até o banheiro e lavou o rosto que estava com um semblante pra mais que cansado. Havia trabalhado feito condenado já que era sempre rápido em suas tarefas, o que fazia as pessoas do seu setor abusar um pouco da boa vontade de Kyungsoo, por mais que ele de boa vontade não tivesse nada.

Quando terminou de usar o banheiro, saiu em direção à pequena cozinha que tinha no seu setor, bebendo um pouco de café antes de sair completamente do prédio onde trabalhava.

Estava prestes a atravessar a rua ao avistar uma moeda de um won no chão, fazendo-o se lembrar do dever que tinha que fazer todo santo dia e não podia deixar passar.

Precisava passar pela fonte dos desejos e jogar aquela moeda - pedir para que tudo começasse a funcionar de acordo com seus desejos-, havia jogado mais de cem moedas em todo tempo que passou cortando o caminho até a sua casa, mas até agora não havia visto resultado nenhum.

O que lhe deixava triste.

Kyungsoo suspirou pesadamente ao chegar na frente do parque que era praticamente todo escondido pelas árvores, poucas pessoas usavam aquele caminho já que não gostavam de tanto "mato", mas Kyungsoo aprendeu a lidar com isso depois de um tempo e até mesmo pensou em limpar o lugar quando estivesse menos atolado de serviço.

Mas era apenas uma idéia, não é como se realmente conseguisse tal feito.

[...]

— Mas o quê... — Tentou falar, mas o barulho que estava vindo do local parecia alegre demais para o seu gosto e humor naquele momento, parou de andar por um momento e respirou fundo contando até dez, rezando para todos os deuses desejando que não estivesse acontecendo o que estava pensando.

E quando chegou em frente à fonte, quase desmaiou pela cena que estava tendo a benção em ver.

Abraço de ursoOnde histórias criam vida. Descubra agora