when our children tell our story, they'll tell the story of tonight. ✿ epilogue

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— Então..., meu nome é Rosamund e, na semana passada, foi pedido um trabalho sobre o empirismo e nossas experiências pessoais. Certamente, se eu tivesse que apresentar esse trabalho há uma semana, ele seria totalmente diferente, visto que eu tive mais acontecimentos empíricos essa semana do que nos meus dezesseis anos - a adolescente ri baixo para o chão — O médico britânico John Locke defendia que todos os conhecimentos humanos foram adquiridos através da experiência, e, para entender como isso se aplica na minha vida, nada mais justo do que olhar para trás um pouco antes do meu nascimento. Esse - Rosie apontou para uma foto de seu pai que agora aparecia na apresentação de slides que ela havia preparado — É o meu pai, seu nome é John Watson e em 2010 ele foi invalidado e mandado para casa direto da guerra do Afeganistão. Wow, ele é um homem extraordinário, vocês podem pensar. Mas é aqui que entra um homem ainda mais extraordinário na vida dele, e seu nome é Sherlock Holmes. Sherlock é um detetive consultor, bem, o único no mundo, porque ele inventou esse trabalho. John Watson e Sherlock Holmes logo se tornaram uma das duplas mais famosas da Inglaterra, resolvendo crimes e afins. Mas enfim, essa é a história de como eles se tornaram meus pais. É importante lembrar que, anos depois que eles se conheceram, Sherlock forjou sua própria morte, e passou dois anos fora. Foi aí que meu pai conheceu a minha mãe, Mary Morstan. Na verdade esse não era o nome dela de verdade, mas isso não vem ao caso nesse momento também. Ela morreu pouco depois de dar à luz a mim, se jogando na frente de uma bala que devia atingir Sherlock. Ele disse que meu pai ficou com muita raiva e não queria saber dele, mas, conhecendo esses dois, sei que eles se acertaram logo, porque aos meus quatro anos de idade eu já chamava Sherlock de papai e morava na Baker Street. O meu ponto é que nada disso nasceu como uma ideia inata na cabeça de nenhum deles. Sherlock Holmes não sabia que um médico do exército mudaria a vida dele completamente, e John Watson não fazia ideia de que aprenderia tanto com o homem que era considerado quase o mais rude de toda a Inglaterra. As experiências que eles passaram juntos definiram a família e o relacionamento deles como era. E é aí que eu entro. Semana passada, eu era o que John Locke poderia facilmente chamar de folha de papel em branco, porque nossa, eu estava no auge da minha adolescência e ainda não tinha adquirido nenhuma experiência marcante que pudesse me moldar como pessoa. Eu vivia uma vida estável, que era boa para mim e para o meu pai, mas não era extraordinária. Sherlock Holmes era. E agora, morando na Baker Street novamente, eu posso dizer que foi a experiência mais intensa dos meus dezesseis anos, apenas o fato de poder presenciar o amor dos dois. E eu sei que, pelo resto da minha vida, vou aprender milhões de coisas com esses dois, que já passaram por tanto, e agora finalmente tem a felicidade plena que merecem. Essa é a minha família, composta por um ex médico do exército que levou um tiro e por um ex viciado em drogas que também é o melhor detetive e a melhor pessoa de todo o mundo. Eles mataram e morreram um pelo outro durante os anos, e agora constituem a família mais amorosa da história. Então sim, eu me considero uma pessoa empirista, porque eu tenho certeza que essa experiência e toda essa bagagem me moldaram como um ser humano e mudaram toda a minha visão de mundo, que não está tão perdido, afinal. Sabiam que, na noite que meu pai Sherlock resolveu voltar "dos mortos", ele disse que seriam apenas ele e meu pai John contra o resto do mundo? Bom, agora são sempre três de nós.

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Chegamos ao fim dessa também, foi um prazer compartilhar minha escrita medíocre com vocês. Sem sentimentalismo barato, obrigada por lerem, de verdade 💟💜, nos vemos na próxima ideia nao-tão-boa que eu tiver.

i loved him first (he's the only one) // johnlockOnde histórias criam vida. Descubra agora