Capítulo 4: Tons de Cinza

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O jovem tinha ido sem dizer nada, deixando Haku completamente confuso. Tentou seguir-lhe o rasto, mas tinha desaparecido. Só para ter a certeza deu uma volta por todos os corredores. Ao ver que não obteve resultados, rendeu-se e procurou Kokomi.

Tinham passado horas e tinha três empregados carregando montões de roupa e algumas outras coisas. Só se sentou com Ryu, ambos deixavam que ela tomasse as decisões.

-Juro-vos que não entendo por que têm essa cara. – disse tentando animar Ryu e Haku, ambos viam-se aborrecidos e cansados.

-Que cara? – perguntou Ryu.

-Esta? – disse Haku baixando o seu semblante e pondo uma cara de aborrecimento.

-Esta talvez? – respondeu Ryu fingindo uma cara de dor.

-Não sei se sabes, mas a dor é difícil de esconder – replicou Haku rindo em sintonia com Ryu.

-Vocês são muito engraçados.

-Vamos Kokomi. – disse Ryu abraçando-lhe – É melhor dizeres que levem todo o edifício para a tua casa.

Os três saíram do edifício. Kokomi dava as indicações a vários empregados de onde estava o iate para que levassem todas as compras.

Haku ficou olhando a rua procurando o rapaz da loja, por alguma razão estranha, parecia confusa a sua aparição.

Decidiu dar uma olhada pelas demais lojas da rua, caminhava pela calçada e via tudo o que tinha nas montras como o resto das pessoas. Viu como Ryu e Kokomi caminhavam afastando-se dele sem perceber que ele ficava para trás, mas não se preocupou, podia cuidar-se sozinho.

Logo encontrou-se em ruas menos movimentadas e locais cada vez menos brilhantes.

No fim da rua que tentava seguir, encontrou um local que chamou o seu interesse, era um pequeno local onde a pintura caía em pedaços.

Entrou naquela loja e uma pequena campainha soou, mas ninguém saiu para atendê-lo.

O lugar chegava a ranço, pó e livros velhos. Tinha prateleiras cheias de pergaminhos cobertos por uma grossa capa de pó. Se não fosse pelo letreiro "Aberto" pensaria que estava entrando numa casa abandonada.

Pegou um pergaminho e estendeu-o. Eram sequências de imagens de um dobrador de ar, um pergaminho instrutivo, mostrava traços finos e detalhados sobre diversos movimentos da dobra de ar.

Olhou pelo poeirento balcão e ninguém se incomodava em aparecer, não tinha absolutamente ninguém.

Pôs o pergaminho estendido sobre o balcão e acomodou-se no corredor. Assegurou-se de que ninguém lhe estivesse vendo e começou a girar as suas mãos como na imagem.

-Duvido que esse pergaminho te seja útil. – disse uma voz atrás do balcão.

Era um velho senil com um cabelo grisalho e o rosto cheio de rugas.

-Se não reparou – disse o homem apontando o pergaminho – estes são traços da dobra de ar, ar – disse fazendo ênfase na palavra "ar" – duvido muito que se traduza em dobra de terra.

Haku olhou-se, levava um colar com o selo da Nação da Terra, e também umas calças verdes.

-Jacomo! – gritou o ancião – Por que não demonstras a este jovem?

Um rapaz apareceu descendo pelas escadas. Tinha um cabelo ruivo e despenteado, a sua cor de pele era branca com uns olhos cinza, tinha umas calças de cor amarela com uma t-shirt de cor laranja.

Avatar: A Lenda de Haku (Traduzido e Adaptado)Onde histórias criam vida. Descubra agora