Caverna do Dragão a Sombra de Ashai

Sob a escuridão

O restante do grupo que havia ficado na cabana de Ruah recebeu com assombro a presença inesperada do gigante Tanque.

- Você só pode estar ficando maluco! – Eric disse com as duas mãos na cabeça – Você foi ferido por aqueles insetos por acaso? Só assim você traria uma criatura dessas até nós! Pensei que nós estávamos aqui para nos livrar deles e não para nos juntar com eles.

Hank olhou o cavaleiro por alguns instantes. Buscando paciência.

- Todos nós que fomos, achamos que ele não tem nada a ver com as coisas ruins que estão acontecendo aqui em Ashai. Ele nem lembra do seu nome. Como poderia nos oferecer algum tipo de perigo?

Tanque apenas olhava os rostos das pessoas da pequena cabana com uma plácida inocência.

- Cala a boca Eric – Bobby disse com impaciência – Olhe só para ele. Você consegue ver algo de ameaçador nele?

Eric fitou o ser alto e por fim deu-se por vencido. Tanque não aparentava nada hostil. Era apenas um rosto infantil em um corpo absurdamente forte.

Uni relinchou satisfeita ao lado de Bobby.

Hank sentou-se junto com os demais do grupo que havia saído na missão de encontrar um barco que pudessem usar.

- Iremos partir o quanto antes – Hank disse – Todo tempo que gastarmos pode só fazer com que as coisas fiquem ainda piores. Sem falar que os poucos recursos que nós temos estão no fim.

- Não iremos nos preparar?- Presto questionou.

- Não temos tempo – Hank explicou. Vamos só arrumar as coisas que temos e que podem nos ser úteis e vamos pegar o barco que ainda está em condições de uso. Não sabemos se ele ficará assim por mais tempo.

- Podemos ser atacados e formos assim não? – Eric perguntou.

- Nós também podemos atacar! – Bobby disse bravamente mostrando seu tacape.

Hank sorriu ao ver a bravura do membro mais novo do grupo. Em seguida olhou as faces dos seus amigos buscando forças. Todos aparentavam disposição sem seguir seu plano.

- Então chegou a hora - Hank disse pondo-se de pé. Todos os jovens pegaram as poucas coisas que possuíam e se colocaram perto da saída da cabana e aguardaram por Ruah.

O jovem despediu-se de sua família. Todos eles estavam tão debilitados que quase não encontravam forças para despedir-se de Ruah. O jovem possuía lágrimas em seus olhos que foi enxugando com as costas de sua mão assim que se aproximava de seus novos amigos.

- Vamos? – Hank disse.

- Sim, vamos – Ruah falou mais confiante.

Os lábios de tanque estavam curvados. Bobby disse ao grupo que o grandalhão estava sorrindo. Mas para todos parecia mais uma careta do que um sorriso.

Desde então Bobby caminhava ao lado da criatura curiosa.

Sob as trevas da manhã escura os aventureiros caminhavam até o cais. Sombras passavam por eles em vários momentos por entre as aberturas  das cabanas de Ashai.

- Você viu isso? – Diana perguntou para um assustado Presto. Ele olhou para o beco que a acrobata havia indicado porém nada pôde ver.

- Será que não posso tentar tirar algo do meu chapéu para iluminar nosso caminho?

- Não! – Hank disse mais alto do que pretendia – Se você fizer isso agora pode atrair para nós todas as criaturas que estão nos rodeando. Vamos guardar nossas forças para um confronto que realmente seja necessário.