Mesmo após nosso lar ser quase totalmente devastado por uma tempestade negra, nosso Ancião insiste que fiquemos aqui, resistindo, a água e comida cada vez mais escassa, os aldeões já sem esperança no interior de seus corações enfraquecidos e repletos de dor por aqueles que não estão mais entre nós. Algo precisa ser feito, alguém precisa sair e lutar, devemos mostrar a nosso inimigo que não desistiremos facilmente muito menos morrer sem honra!
- Senhor Ancião, - Um dos poucos soldados que resistiram aos recentes ataques adentra a sala do trono interrompendo uma reunião do nosso mestre Ancião - Há um jovem lá fora que deseja falar urgentemente com o Senhor - Jhow anuncia a minha chegada com ar ofegante, como se houvesse acabado de vir de uma corrida.
- Diga-lhe que mais tarde eu o receberei para conversarmos - O ancião responde com um tom de voz forte.
Porém eu já havia conseguido passar pela entrada principal e subido as escadas que davam ao andar principal onde realizava-se a reunião, não havia soldado algum para me impedir, o que não é normal já que esse lugar era cercado por guerreiros. Por fim, alcanço o segundo andar e seguindo direto avisto, no fim do corredor, uma enorme porta, dez vezes o meu tamanho, cinco metros de espessura e puro ouro, cravejada com rubis, diamantes e esmeraldas, eu poderia ficar ali admirando aquela porta por horas com seus detalhes de um guerreiro montado em um dragão e um exército abaixo deles, tudo isso desenhado com um lápis de diamante. Era incrível o que o meu povo era capaz de fazer, uma pena que a situação não era das melhores.
Mestre Ancião, preciso falar com você! - eu estava morrendo de medo por ter feito aquilo e temia não sair vivo de lá, mas era necessário. - Precisamos fazer algo, temos que concretizar a profecia, só assim seremos libertos da morte! - mantive um tom de voz firme, não era o momento de demonstrar fraqueza.
Você está louco? - esbraveja um soldado vindo na minha direção - quem você pensa que é para entrar aqui e dizer o que deve ou não ser feito?
Eu o encaro calado, e então uma voz rouca se manifesta vinda de cima do trono principal.
Acalme-se soldado - disse o velho - quero saber como esse aldeão pretende por fim a nossos problemas sendo dependente da profecia - o Ancião usa um tom de deboche.
-Temos que encontrar o cavaleiro da profecia e seu exército, lutaremos ao lado deles e assim acabaremos com toda essa desgraça que nos perturba há semanas levando milhares de vidas inocentes. Por favor, Ancião, essa é a única esperança que o povo tem - por um momento lembro da minha mãe e dos meus dois irmãos, um de 5 e o outro de 10 que morreram em uma das tempestades negras, sinto uma dor no coração, um aperto angustiante , e a vontade de chorar me vem cada vez mais forte.
-Jovem, eu imagino que tenha perdido alguém importante, mas todos nós perdemos, você deve ser forte e seguir em frente! - o Ancião mantém firmeza e frieza em suas palavras.
-Como o senhor consegue ser tão áspero e não enxergar a única alternativa que nos há para salvar o nosso povo? - Pergunto, indignado.
Ele então se levanta de seu trono principal e lança um olhar fulminante em minha direção.
-Escute aqui, rapaz - ele começa a caminhar em sentido a mim - eu não mandarei pessoas atrás de um artefato que talvez nem exista, apenas para satisfazer a vontade de algumas poucas pessoas, eu estou no comando, e eu decido o que deve ou não ser feito, e a minha ordem é que nenhum aldeão deverá se aventurar fora da nossa aldeia atrás de um artefato cuja localização é desconhecida até pelos mais antigos sábios do nosso mundo. Ninguém vai! Essa é minha decisão final! - Ele para a um metro de distância de mim.
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Antes que o fim chegue
Narrativa generale"[...]Há dias eu estou caminhando e nunca chego a lugar nenhum, não sei nem se estou perdido ou na direção certa. Sinto saudades dos meus amigos, um vazio tão grande, não posso desistir, a unica forma de resolver tudo isso é chegando onde o ancião m...