"Capítulo 1."

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   A dúvida tende a ser a maior dádiva e também a maior tortura já criada para o ser humano, isso pode ser provado através várias maneiras possíveis, existem exemplos infinitos que comprovam que esse pequeno sentimento angustiante que cresce no se...

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   A dúvida tende a ser a maior dádiva e também a maior tortura já criada para o ser humano, isso pode ser provado através várias maneiras possíveis, existem exemplos infinitos que comprovam que esse pequeno sentimento angustiante que cresce no seu peito igual uma erva daninha cresce em um campo florido sem nenhum remorso, pode ser o seu maior inimigo ou seu pior pesadelo que insiste em te perseguir por dias, meses ou até mesmo anos. Solitária, a dúvida já é algo horrível de se ter ao lado, e o problema está justamente . Na maioria das vezes esse sentimento tão dilacerante sempre está acompanhando de outros mais destrutivos quanto a própria, que só te fazem corroer internamente mais e mais rápido, até chegar o momento em que você simplesmente não aguenta mais as ervas daninhas e resolve jogar veneno ou fogo em todo o campo florido, mesmo tendo apenas um único alvo. Você envenena e mata as flores, até que não sobre nada e tudo se transforme em pó seco de plantas mortas. É isso que as dúvidas fazem, elas destroem a maioria dos sentimentos que são bons e acabam com memórias boas, sobrando apenas um rastro de destruição.

É um sentimento perigoso.

   O fato que mais me atormenta é que eu tenho muitas dúvidas, não dúvidas sobre como resolver as equações de matemática ou sobre como a garota popular da escola se tornou popular, os meus questionamentos são estritamente mais sérios e na maioria das vezes podem ser julgados como desnecessários por aqueles que eu conheço. A maioria das minhas perguntas sem respostas circulam ao redor dos meus pais, as vezes eu fica madrugadas acordada apenas me perguntando; Eles já foram felizes quando estavam juntos? Eu fui o motivo pelo qual suas vidas não tomaram o rumo que desejavam? Eles voltariam a brigar se voltassem a ficar juntos?. Tantas perguntas, e a resposta sempre é a mesma: Eu não faço a mínima ideia de como responder.

  Pode parecer esquisito para algumas pessoas, mas a verdade é que eu me sinto bem mais feliz depois que meus pais se separaram. Mesmo eu sendo consideravelmente nova na época que em que meu pai me pegou pelo braço e falou que estávamos indo embora da nossa casa, eu ainda me lembro quase que nitidamente de como era a minha vida antes da mudança. Hoje eu posso ver como era insuportável, mas na época, talvez por ser nova demais, eu apenas não ligava para as brigas dos meus pais, estava chegando no ponto em que eu até estava achando normal o som de garrafas quebrando junto com gritos carregados de xingamentos, mas então, de repente eu estava em outra cidade e não escutava mais nenhuma briga exagerada. Foi como se eu pudesse começar a respirar normalmente.

— Olha só se não é minha amada Liz! — posso sentir o peso do corpo de Jordan se sobrepondo nos meus ombros de maneira incômoda, sua voz soando exageradamente animada para alguém que acabou de ser expulso do time de futebol.

  Um suspiro cansado me escapa quando pego o garoto tentando espiar a tela acessa do meu celular, me fazendo desligar o mesmo no exato momento em que vejo a notificação de uma mensagem surgir.

— O que você quer? — questiono, fazendo no mesmo instante com que eu percebo o canto dos lábios de Jordan se puxarem formando um sorriso quase que malicioso. Posso sentir meu estômago se revirar ao sentir seus braços serem retirados dos meus ombros levando o peso embora.

Prometida: Até Sua Última Gota [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora