3

43 3 1
                                        

O dispertador toca e ela abre os olhos instantaneamente, ela se levanta e olha para o chão, Guy estava dormindo.

- Estou atrasada - Diz ela quase gritando correndo para o banheiro.

- O... Que? - Pergunta Guy ainda sonolento, mas acordado por causa do grito estridente de Harleen, ele levanta os olhos e observa ela ligando o chuveiro e esperando ele ficar quente enquanto escovava os dentes.

- Estou atrasada para o trabalho!

- Merda... - Diz ele acordando quando olhou para o relogio - Eu também - Ele se levanta e corre para o banheiro - Posso tomar banho com você?

Harleen desacelera o ritmo do seu corpo olhando para ele, tomar banho juntos? Estavam avançando muito rápido, ou não rápido o suficiente, estavam atrasados! Por que isso era tão confuso? Ela respira fundo, balançando a cabeça permitindo.

Ele tira a pouca roupa que lhe restava e entra no chuveiro com ela, ela pega a esponja e a esfrega em seu corpo, tirando toda a sujeira e o suor, depois passa para ele e daí começa a se lavar. Quando termina sai pega a toalha e se seca e depois joga uma toalha para ele, que tambem se seca.

Eles saem do banheiro e se vestem, ele com a mesma camisa de ontem ela com uma de suas maravilhosas saias lápis vermelha, e uma camisa social branca.

Ela pega a sua bolsa e ele seu celular e coloca no bolso. Eles saem da casa.

- Até mais - Diz ele beijando ela na bochecha. Ela levanta a mão para o lugar aonde ele a tocou, e passa seus dedos finos levamente. Ele sorri e dá um tchauzinho e vai embora.

Ela sorri um pouco, piscando seus olhos verde água. Mas loso se lembra que estava atrasada e sai correndo para o carro.

. . . . .

Ela coloca a sua bolsa ao lado do seu pé e pega sua prancheta de anotações.

Ela olha para a ficha do paciente.

CORINGA

Ela suspira olhando para aqueles olhos, eram atraentes, mas Não significavam que eram bonitos, eram atraentes porque despertavam uma curiosidade insana. Ele era totalmente excêntrico incluindo da loucura comum, loucos comuns não conseguem fazer o que ele faz, ele tem alguma certa consciência, o que o deixa mais perigoso do que os outros. Ele pode ser uma mistura doentia entre um psicopata, um sociopata, e um louco obcecado por morcegos e palhaços.

O que Harleen sentia por ele? Nada além de uma curiosidade que ela sabe que não é normal, porém, sabia que era totalmente justificável.

Afinal, todos já tiveram curiosidade sobre assassinos. A insensibilidade, crueldade e sede de sangue, eles são tão assustadores quanto atraentes. Ou estou enganada?

Era a mesma coisa com o senhor Coringa, porque diabos acha que ele tem um monte de seguidores prontos para servir ele ou até morrer por ele? Com tatuagens em formas de sorrisos, gargalhadas e frases com um humor ridiculamente mórbido? Obviamente, não era por que ele era um ótimo exemplo de herói para a nossa sociedade. Ou talvez seja. Não era socióloga para saber.

Ela chega ao Arkham e sem demora começa a correr, sem ligar para as pessoas a olhando, não ligava para o que os outros pensavam dela, não era insegura.

Ela finalmente chega a sala de consulta, suspira aliviada por encontrá-la vazia. Ela entra e tenta acalmar a sua respiração, que estava ofegante depois de correr vários corredores até chegar ali. Se senta em uma cadeira. E respira fundo.

A porta da sala de consulta abre revelando duas pessoas, uma com um ar imponente segurando fortemente a outra, quase que caindo ao chão de tão miserável que era. Ele estava em um estado horrível, digamos assim, mas acho que sempre esteve, não é? Meu deus, ele é pálido, cabelos verdes e olhos verdes gritantes que significavam que a loucura vivia ali a muito tempo. As olheiras, as marcas de agressão pelo menos eram normais e poderiam ser curadas, ao contrario de sua aparência doentia, que infelizmente sempre o acompanharia.

Nesse sentido, ela quase sentiu pena dele.

Quase...

Ele ainda era um monstro.

- Doutora - Sorri ele exibindo seus dentes. O guarda o coloca na cadeira a sua frente, e vai embora sem trocar uma única palavra, o que não incomodou Harleen, ela definitivamente não ligava para o guarda. Harleen se mantem séria olhando para a única pessoa que  lhe interessava naquele momento e diz:

- Olá, Senhor... - Ela desvia os seus olhos analíticos dele para procurar o seu nome em sua ficha. Obviamente não encontra a contra gosto morde o labio irritada.

- C, me chame de senhor C - Diz ele sorrindo sabendo exatamente o que ela queria. Infelizmente não daria o gostinho de saber seu nome. olhando nos olhos dela, ela pisca e dá de ombros.

- Senhor C - Diz ela meio irritada, aquilo com certeza era infantilidade demais, mas... Mas se isso o deixasse mais confortável, é assim talvez mais falante, que seja, aguentaria seus joguinhos estupidos - Obviamente deve ter notado que sou sua nova psiquiatra...

- Claro que notei - Diz ele sério, fazendo uma cara ameaçadora - A última não era tão bonita - Diz voltando a sorrir, Harleen teria corado, se ela não fosse ela. Já estava plenanamente acostumada com elogios, não ficaria corado só porque ele o falou entre números outros, além disso, sabia que era uma técnica para manipula-la. Não era idiota para cair nessa.

- Meu nome é Harleen Frances Quinzel - Diz ela o olhando ele se espreguiçar - Peço que me chame de Doutora Quinzel - Fala começando a ajeitar seus materiais.

- Harleen, Harleen - Ele repete o nome dela, como se fosse algo familiar, ele sorri como se lembrasse de alguma coisa, ele era cinemático, com seus atos e gestos aparentemente muito planejados feitos com uma desenvoltura digna de aplausos. Ele era um ótimo ator de comédia.

- Harley, Harley Quinzel, Harley Quinn - Ele sorri, como tivesse acabado de entender uma piada muito boa - Arlequina...

Ela suspira, era obvio que ele não a chamaria pela forma adequada, era obvio que ele iria perceber o trocadilho com o seu nome. Ele era um palhaço, afinal de contas, por que está tão surpresa e decepcionada? Ela se mantém séria e espera ele terminar, talvez com uma piada com o nome dela ou sei lá.

- Arlequim era um palhaço, que se apresentava para distrair a plateia entre um ato e o outro - Diz sorrindo, ela revira os olhos sem conseguir se conter, e ele se provou um especialista em palhaços - Oh, é um nome bonito, Harley...

Ela suspira e diz:

- Vamos começar - Diz ela ignorando tudo o que ele falou, ele sorri erguendo as sobrancelhas levemente, flertando, talvez. Harleen faria uma cara de nojo, mas se contem - Vamos começar... Do começo - Ela fala concluindo - Como foi a sua infância?

Ele franze a testa como se não estivesse entendendo.

- Defina: Infância - Fala ele, ela o olha sem paciência, ele sorri travesso piscando um de seus olhos. Como ele podia, mesmo estando todo machucando ainda estar brincando? Ela revira seus olhos de novo e fala:

- Quando você era criança, era bom ou ruim?

- Meu conceito de bom é claramente bem diferente do seu, vale para o ruim, de qual estamos se referindo? - Diz sorrindo. Harleen faz uma cara de tédio, ela bufa.

- Meu conceito de bom...

- Foi péssima, no seu conceito, é claro - Ele sorri - Mas no meu, foi medíocre, não que eu lembre de muita coisa, mas eu me lembro do sentimento de frustração e raiva. Mas... Quer saber um segredo?

Ele olha dentro dos olhos dela, ele estava a analisando, fazendo um pré julgamento do que estava por vir, como sempre fazia com qualquer pessoa, como fazia com ele. Ela, só queria saber mais sobre ele.

- Sim - Diz Harleen, sabendo que na verdade poderia ser muito bem só uma de suas piadas de um mal gosto. Mas não custa tentar.

- Nada do meu passado vai te ajudar no meu "tratamento" - Diz sorrindo fazendo aspas com os dedos - A minha loucura poderia ter se originado em um dia ruim, quando várias coisas lamentaveis aconteceram, mas, na verdade, aquele dia não importa mais...

Ele sorri seus olhos se escurecem, e ele solta uma risada ameaçadora. Harleen negaria até a morte, mas sentiu um frio incomodo na espinha.

- A motivação da minha loucura está aqui - Ele olha para ela, ele se mexe o seu corpo ao som da música que suas correntes provocavam.

No presente...

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 15, 2018 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

De Harleen Para HarleyOnde histórias criam vida. Descubra agora