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Ela respirava pesadamente e olhando atentamente a parede oposta do seu quarto, como se meteu nessa?

Estava em um beco sem saída, com lobos correndo atrás dela, estava com medo, mas o que poderia fazer? Estava só com uma opção, duas, na verdade, mas a primeira parecia mais plausível a seu paladar...

Mas tanto uma quanto outra significavam, literalmente ou simbolicamente, perder a sua vida...

Alguns meses atrás. Mesmo parecendo que foi em outra vida. Tudo era diferente...

..........

Tinha entrado no Arkham, andando com passos largos e suaves ao mesmo tempo, mesmo o salto que usava ecoando, pelo que parecia, todo o Asilo. Ela não ligava, ou fingia não ligar, para os olhares de curiosidade que recebia das outras pessoas, elas não falavam nada, sabiam que ela era nova naquele tenebroso lugar, porém poucos sabiam o seu nome, talvez estivessem pensando "Quanto tempo essa daí vai durar nesse lugar para loucos?".

Ela simplesmente não ligava para aquilo, por mais que adorasse seus quinze minutos de fama. Ela adorava ser o centro das atenções, por qualquer motivo, que não fosse vergonhoso a seu ver.

Ela carregava, como se sua pequena e miserável vida dependesse disso, uma pasta, não aparentava, mas estava irritada. Em sua pasta estava uma das pessoas que mais a deixou chateada e entediada, eram pessoas de tratamento fácil. Mas logo se tocou o que significava, achavam que ela, Harleen Frances Quinzel, não era capaz de algo maior, mais impressionante.

Isso a deixava furiosa.

Quando chega a seu destino olha para a porta a sua frente, tinha uma pequena plaquinha que estava parafusada na porta com as escritas Jeremiah Arkham - Diretor Ela respira fundo antes de bater na porta e entrar bruscamente, quase faltando com a conduta de se portar na frente do Dirotor do Asilo, do seu chefe. Mas ela, pouco ligava para essa conduta, pensando que ninguém, nem mesmo deus deveria estar acima dela...

— Doutor Arkham? — Pergunta ela em um tom sério, ele levanta os olhos da papelada e a olha, ele usava óculos retangulares e tinha olhos castanhos claros quase pareciam ser vermelhos, seu cabelo era castanho era puxado para o ruivo, liso, formal e bem arrumado, tinha um rosto cansado, porém ainda era bem jovem, não era lindo, porém também não era feio, aceitável na opinião sem tato de Harleen.

—Sim Doutora Quinzel? — Fala ele e Harleen, o olha sério.

— Acho que deve ter algo de errado com a minha ficha — Fala ela pegando os papeis e os mostrando e depois ela abre e fala — Os meus pacientes... Bem...

— São o Sr. Maycol, Sra. Liisa e Mycaelson — Fala ele olhando a ficha — O que a incomoda?

— Bem, sei que sou nova aqui. Mas minhas notas foram as melhores nos exames da faculdade, mais do que qualquer pessoa que trabalha aqui. Eu não poderia começar com algo mais grande? —Fala ela olhando para o Diretor, confiante.

— Estou ciente de suas notas, parabéns, mas aqui o que conta mesmo é a experiência — Fala Jeremiah, pegando um documento lendo de relance e assinando, fazendo pouco caso a conversa, isso irritou muito mais Harleen. Como ele ousava não dar atenção a ela?

— Eu já fiz parte de um pequeno consultório, isso não conta como experiência? — Fala Harleen em um tom estressado.

— Estamos falando sobre assassinos, sobre monstros, não sobre adolescentes com problemas de autoestima — Nessa hora Harleen explodiu.

— Adolescentes com problemas com autoestima? Há. Isso era o paraíso para mim nessa época, eu não sou só uma psiquiatra, que só fica recitando remédios, eu sou uma psicóloga, dia e noite ouvia traumas de pessoas que foram estupradas, que perderam seus parentes em tiroteios e etc. Uns estavam quase loucos quando chegavam a mim, e eu tratava todos eles, saiam sãos da minha sala. Então não me subestime Doutor Arkham — Fala colocando toda a sua fúria para fora, Doutor Arkham parecia impassível, impressionado com a sua nova empregada, com a sua autoestima e sua experiência, mas isso não diminuía o fato dela ter o desrespeitado com aqueles gritos, ele acinte com a cabeça.

Harleen, na opinião dele, precisava baixar a bola, precisava descobrir com que seres ela estava lidando, e pelo que ele vê, sabia muito bem que ela não escutaria conselhos amigáveis, então por que não ensina-la na marra? Dar-lhe uma pequena lição?

— Ótimo, então vamos mudar a sua ficha. Alguns pacientes mesmo precisam de cuidados mais urgentes — Fala ele, e Harleen sorri satisfeita — Que tal o Coringa? — Seu sorriso vacila, o que esperava era um pouco mais "grandiosos" do que fora instruída a tratar. Não psicopatas.

Ela olha para o Diretor e fala, na esperança de não parecer tão impotente:

— Só ele? — Pergunta com um falso tom de confiança, ela estava assustada com o fato de seu paciente ser um homem que já matou mais de mil pessoas, mas então ela pensa, ela não era aquelas mil pessoas. Como eu disse, falta de tato. E nem se tremeria na frente de um homem de amarras, ela não era uma garotinha assustada como um dia fora. Ela fala, muito mais confiante de suas palavras — Só ele? Achei que tinha mais pacientes que precisavam de cuidados médicos "urgentes".

Jeremiah fica impressionado com a coragem da garota, ele engole em seco e olha a sua ficha.

— Jonathan Crane e Victor Zsasz — Fala Doutor Arkham e se levanta andando calmamente e abre a porta — Acho que é o suficiente para você, Doutora Quinzel?

— Claro — Fala ela mordendo os lábios para não sorrir — Quando começo?

— Amanha, seja pontual — Fala o Doutor, sério, olhando Harleen, ela não contem o sorriso travesso e logo diz:

— Como o coelho branco do Pais das maravilhas — Fala sorrindo e logo sai pela porta, anda uns metros longe e depois dá um pulinho de alegria.

Logo percebe que não deveria estar tão animada, iria tratar caras que eram considerados os mais perigosos do Asilo, ela instantemente ri. Iria tratar os caras mais perigosos do Aliso, isso ela era loucura, porem uma loucura altamente tentadora, perigosa.

Ela começa a andar mais rapidamente pelos corredores. Quando a saída encontra suspira aliviada por saber aonde estava indo, ela, então sai e vai em busca do seu pequeno carro vermelho desbotado, estava sujo, mas isso pouco importava, ela o abre e vai para sua casa, dirigindo por uma Gotham chuvosa e sombria, quando chega no seu apartamento estaciona do outro lado da rua pois não havia vagas do seu lado.

Era um bairro bem movimentado e um pouco perigosos, mas era o que ela poderia pagar, ela logo se mudaria para algo bem mais grande e alto. Sorrindo com essa pequena esperança ela pega a sua bolsa e sai do carro.

Ela entra em casa e olha em volta, os moveis, bem organizados, e logo se senta no sofá desabotoando os primeiros botões da sua camisa social.

Ela se deita logo depois, a casa, geralmente sempre estava silenciosa, ela sempre gostava disso, mas hoje, hoje era um dia diferente, ela queria comemorar, por isso, ela não conseguiu ficar nem cinco minutos parada deitada, ela se levantou e tomou um banho bem merecido e demorado.

Vestiu um vestido solto e branco. Um salto também branco e foi para uma boate perto de casa, sempre reclamará da barulheira, mas hoje, ela queria comemorar, ela queria ser a barulheira.

Ela chega na boate dançando e falando:

_ Eu sou uma doutora, UMA DOUTORA _ Grita desesperadamente feliz, o som do grito é abafado pela musica eletrônica da boate, pelos passos de dança, e pelos próprios gritos das pessoas.

Ela ri de seu grito, envergonhada, mas por dentro queria gritar, mais e mais. Muitos dizem que Harley só surgiu por causa do Coringa, mas eu acredito que ela sempre esteve na Harleen, aparecendo poucos vezes, como agora, a louca dançarina.

Afinal, quem poderia culpa-la? Ela estava apenas feliz...

De Harleen Para HarleyOnde histórias criam vida. Descubra agora