Nasci no ano de 1970 em Machado, no Sul de Minas, cidade conhecida pelo saboroso café que ali é produzido; não é à toa que ainda hoje é minha bebida preferida, um companheiro inseparável de uma boa leitura, ou de um papo amistoso. Sou o oitavo de uma família de dez irmãos e você já imagina como era minha casa. Minha mãe uma jovem simples da roça, tendo estudado pouco, se casou muito nova vivendo apenas para cuidar dos filhos. Meu pai, um homem nervoso, com vários distúrbios e que através do alcoolismo fez de nosso lar um lugar de violência, dor e lágrimas.
Cresci assim, em meio a uma guerra, a primeira pessoa que odiei em minha vida foi meu pai, pois aquele que deveria ser meu porto seguro era a raiz de minha dor. Um dos momentos tristes dessa história ficou gravado em minha mente: tinha cinco anos de idade e minha mãe havia picado mamão e estava tratando de mim, e de minha irmã; Meu pai a chamou, e como ela demorou em atendê-lo ele subiu a escada que dava em nossa cozinha e, dando um chute no prato, a agrediu diante de nós; Só me lembro dos pedaços de mamão pelo ar. Você imagina o que isso causou em meu coração, um ódio muito grande contra meu pai e uma enorme revolta contra Deus. Assim foi minha infância, muitos gritos, violência e vontade de que aquele homem jamais voltasse para casa. Como eu poderia acreditar no amor e no bem em meio a toda essa violência e tristeza?
"O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; mas eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância".
( João 10:10 )