Cap. 90 - Discussão.

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Pov. Sophie

Depois que passei o dia inteiro com Mary fomos para o meu apartamento, ela tinha dito que essa seria a última parte da surpresa. Esse dia está sendo tão maravilhoso que parece que a qualquer momento tudo vai desmoronar e que algo ruim vai acontecer.

Após chegar ao prédio em que moro, vejo que o semblante no rosto de Mary mudou. Isso foi depois que ela ligou o celular. Será que aconteceu alguma coisa? Não sei, mas não vou perguntar, às vezes é impressão minha.

Ao abrir a porta me deparo com minhas amigas na sala, em seus rostos da pra perceber que estão com medo de algo e logo após ver eu entendo o porque. Meu pai está aqui.

- Pai. – Digo com medo.

- Até que enfim a senhorita apareceu. – Ele disse. – E por que vocês estão juntas? Onde estava Sophie Melo?

E agora. O que eu faço? Coragem Sophie. Vai dar tudo certo. Mary ainda está aqui.

- Pai, ela... – Começo a dizer procurando a minha coragem em algum lugar e vejo que tudo estava decorado. – Ela... Ela é minha namorada.

Aperto mais a mão de Mary ao dizer aquilo e as garotas ainda estão ali paradas esperando qualquer reação de ambas as partes.

- Ela é sua o que? – Meu pai disse sem entender que tinha ouvido.

- Ela é minha namorada. – Repeti dessa vez tentando parecer que não estava com medo.

- Meninas será que vocês podem deixar-me sozinho com a minha filha? – Alejandro disse olhando para Gabi, Naty e Stephanie. – Você também garota? – Concluiu olhando para Mary.

Elas saíram do apartamento. Percebido que Mary não queria sair que ela queria ficar aqui comigo.

- O que o senhor esta fazendo aqui? – Pergunto.

- Vim te visitar. Pelo visto não posso? Primeiro eu chego e vejo as suas amigas preparando o que deveria ser uma festa e depois você chega de mãos dadas com outra garota e diz serem namoradas. O que está acontecendo aqui? – Ele pergunta sendo rude comigo.

- Me visitar? O senhor nem lembrava que tinha uma filha. Você nem gosta de mim. E elas estavam fazendo uma festa sim. Hoje eu e a Mary estamos fazendo um ano de namoro.

- Você não pode namorar essa garota. – Ele me diz.

- Não posso, mas eu já estou e o seu preconceito não vai mudar em nada isso. Estou com ela há um ano e estou mais feliz do que antes. Não me importo se você se afastar mais ou esquecer de vez que tem uma filha que é lésbica. Isso não vai atrapalhar a minha vida. Se você quiser aceitar isso tudo bem e se não tudo bem também, só que sai do meu apartamento. – Digo tentando segurar as lágrimas que insistir em querer escorrer pelo meu rosto.

- Filha se acalma. Eu não iria aceitar muito bem isso de qualquer jeito. Não importa se você está longe ou perto, isso não é fácil pra mim. Mas não custa nada tentar aceitar que minha filha está namorando outra garota. Eu iria falar para você voltar a morar em casa, mas pelo visto está muito feliz aqui. Se não fosse ela, acho que você não estaria falando séria desse jeito. Será que podemos tentar almoçar juntas amanhã? Nós três?

- O senhor está falando sério? – Pergunto e sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

- É claro que sim. E você já pode parar de me chamar de senhor. Que tal você ou pai? – Ele me diz.

- Então eu já sei onde podemos ir pai.

Nós nos abraçamos e ele resolve ir embora disse quetem alguns compromissos. Mas amanhã nos vemos. Preciso dizer a Mary. Será que esse almoço irá dar certo? 

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