Durante toda a confusão que aconteceu no hospital, Brian e Ed, sozinhos, matavam a primeira garrafa de uísque. Apesar da boa macarronada – suficiente para forrarem o estômago e poderem beber o resto da noite –, no momento em que o celular de Brian tocou, ele já estava completamente alcoolizado, cantando "Bohemian Rhapsody", do Queen, abraçado a Edgar e mandando beijos para Rachel, que conversava com Joe, enquanto aproveitavam a piscina.
Annie e Paul estavam ocupados demais se amando, na sauna, ao lado do banheiro – onde Brian havia esquecido seu aparelho telefônico. Por conta disso, naquele momento, nada seria mais improvável do que algum dos dois ouvir o celular e se levantar para atender a ligação.
– Vamos lá para o quarto. Qualquer um pode resolver entrar aqui – disse Annie, entre um beijo e outro.
– Você fala como se nenhum deles nunca tivesse nos pegado no flagra – brincou Paul, com um sorriso malicioso.
– Aqui eu não faço! – exclamou Annie, tentando demonstrar tom firme, mas já se entregando totalmente ao companheiro.
– Vamos parar de brincadeira. Vem cá! – Paul falou, enquanto passava sua noiva para cima de si e a despia do pouco de roupa que sobrara.
Brian e Ed já estavam com os rostos a postos na janelinha da sauna. Ambos bêbados, tinham feito uma aposta, na qual, quem perdesse, teria que comer o bolo de uísque com terra que eles haviam feito. Ed apostara que Paul jogaria o biquíni de Annie no aquecedor da sauna. Brian, menos conservador, apostara que ele iria se apoiar no aquecedor e estragaria a transa ao queimar a mão.
No final das contas, como era de se esperar, os dois tiveram que dividir o bolo, pois nada disso aconteceu. O misto de álcool e formigas foi a ceia perfeita para Brian. Só não pareceu melhor do que a de Ed, que abriu um sorriso de alegria e deu um grito de comemoração quando viu que, em seu pedaço, havia uma minhoca.
– Brian, já estão muito bêbados. Ed está comemorando que vai ter uma minhoca como ceia – afirmou Rachel, com um ar de reprovação, mas sem conseguir esconder uma pequena gargalhada ao ver o verme na boca do palhaço.
– Já paramos de beber, amor. Você que deve estar muito bêbada! – Brian exclamou, enrolando-se para dizer qualquer palavra que fosse.
– Eu e Joe só bebemos cerveja, estamos bem. Vai tomar uma ducha... e leva o Ed junto. Vocês estão cheios de terra – ordenou Rachel, de forma amena.
– Bora, camarada. A madame mandou – disse Brian, chamando seu companheiro comedor de minhoca.
– Vamos. Qualquer coisa para não te arranjar problema de noite – proferiu Ed, com um piscar de olho de quem está quebrando um galho.
– Se eu encontrar vocês se pegando no banheiro, está tudo terminado! Entendeu, Brian? – provocou Rachel, agora, já descontraída por estarem realmente parando de beber e indo para o chuveiro.
Edgar dirigiu-se ao banheiro da piscina, enquanto o outro subiu os 40 degraus até a casa e foi ao banheiro da suíte, onde ele e Rachel dormiriam durante toda a estadia.
– Eu daria qualquer coisa por uma filmagem do Ed comendo aquele verme – comentou Joe, dando uma gargalhada ao se recordar da cena.
– Não precisa de filmagem. Nunca vai sair da sua mente – respondeu Rachel, também rindo.
– Mas aposto que, na mente deles, não durará até amanhã – lamentou Joe, pois queria que os amigos vissem e revissem aquela ceia de terra.
– Fato! O Brian provavelmente já esqueceu. Com sorte, não dormirá no banho – ela falou, abrindo mais uma cerveja para cada um.
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Batales
Terror"Batales é uma cidade fictícia. Não é nem mesmo baseada em nenhuma cidade que existe ou já existiu ao redor de Fayetteville. Tanto a cidade quanto os personagens desta história existem tão somente na mente do autor".