Capítulo Três.

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— Vamos lá Mia , ainda dá tempo de desistir. –  Insisto quando já estamos fora do ónibus e caminhando em um passeio estreito.

— E porquê eu faria isso?

Tenho mesmo de dizer? São vários motivos.

— Nós não temos dinheiro para permanecer em um clube de lazer. E mesmo que tivéssemos, eu preferia gastá-lo mil vezes em uma lanchonete para gente do nosso nível.

— Belos argumentos, Ella! – bate palminhas. Suspiro aliviada, ufa ela me escutou. Iremos voltar para casa e estaremos com minha mãe. – Belos argumentos! Pena que eles não me convenceram.

Ops! Que desilusão.

Mia me puxou pelo braço e mesmo com as pernas trémulas andei por aquele lugar recheado de gente elegante; Uns estavam na piscina, alguns, outros em um campo de golfe. Mesmo assustada com toda essa gente ao meu redor, admito que estou fascinada com a beleza desse lugar.

O que faremos em um lugar como esse? Observar as pessoas se divertindo? Creio que não, porque sendo coisa da Mia, a coisa pode ser tudo menos normal.

Nos sentamos em uma mesa sofisticada, onde segundos depois vem um atendente. O tratamento foi normal, escolhemos os nossos drinks porque eu seria louca se deixasse Mia escolher por nós. Optei por espumante que não tem elevadas doses de álcool, apenas umas gotinhas para descontrair. O servente não demorou muito com os nossos drinks.

Vejo a Mia se distanciar de mim, pelo pouco que consigo observar, ela caminha até a área da piscina; e depois despir-se e deixar o seu corpo exposto sob o olhar das pessoas. Com um sorriso simples, ela acena para mim e gesticulando com os braços um "vem " eu nego com um simples menear de cabeça;

Como se já não bastasse estar neste clube contra a minha vontade (não . Retiro o que disse , esse lugar é tão agradável. ) contando que a Mia não saiba disso; não quero ter de expor meu corpo nesse lugar recheado de gente desconhecida.

Sentindo-me sozinha e intimidada com o olhar persistente de um homem, fecho os olhos com força tomando do meu espumante enquanto as pequenas (quase inexistentes ) gotas de álcool descem pela minha garganta me deixando um pouco animada.

Mas nem tão animada a ponto de retribuir ao olhar do homem que me olha como se estivesse me reconhecendo ou que seja algum conhecido meu, depois de terminar o meu espumante, junto coragem para ir ao encontro de Mia na piscina.

Mesmo com os diversos olhares em mim, tive de deixa a vergonha de lado e tirar minha roupa para ficar de lingerie mesmo me sentindo desconfortável.

—  Não vais entrar?

Meneeio a cabeça em sinal negativo.

Espero que Mia me pergunte o porquê mas ela não o faz, oque me deixa muito surpresa e intrigada. O que ela estará a aprontar? Dou de ombros observando novamente a bela paisagem daqui...  Mas logo o meu pensamento viaja até minha mãe, será que ela está bem? Não terá tido nenhuma crise ou algum ataque?

Sou tirada dos meus breves devaneios e preocupações com alguém que puxa o meu pé, fazendo com que eu caia e minha pele entre em contacto com as águas frias da piscina.

Solto um gritinho suspresa e jogo água na cara de Mia, ela torna a jogar outra água em; eu rio e também ela ri.

                             (...)

— Boa tarde mãe.  –  digo ao passar por ela indo em direção ao meu quarto.

— Boa tarde, filha. – Escuto ela dizer quando estou no meio do corredor.

A Substituta - DEGUSTAÇÃO! Onde histórias criam vida. Descubra agora