O outro lado da Vida e da Morte

3-A irá

Uma, duas, três, quatro....São muitas mortes pra contar...quantas guerras estão ocorrendo ultimamente? Eu só tenho julgado mais pessoas a cada dia....
-Morte?...
E então Vida saiu de trás de um dos pilares que tem por aqui e se aproximou.
-Está tudo bem?..
-Sim....
Eu disse suspirando em seguida.
-Depois de tantos anos comigo, você ainda acha que consegue mentir pra mim?
-Desculpa e que....e tanta coisa...
-Eu sei...
-Já posso matar o Caos?
-Por mim até poderia mas, sabe que não podemos fazer tal coisa.
-Alguém disse o meu nome?
Então Caos apareceu em trevas como um vulto, e então voltou a sua forma original.
-Olá Morte.
Então ele se aproximou de mim e levantou meu rosto pelo queixo, dando um sorriso de canto.
-Tire sua mão imunda de mim.
Então só tirei sua mão do meu queixo, e me distanciei um pouco.
-Não seja tão dura comigo, minha querida Morte.
E ele continuava com aquele estúpido sorriso no rosto, parecia que era de propósito só pra me provocar, Vida só observava tudo encostada em um dos pilares.
-"Querida Morte"? Sabe quanto trabalho tem me dado ultimamente? Você não pensa?
-Estou muito ocupado pensando em você.
Então ele me pegou pela cintura e eu o empurrei em seguida.
-Qual é o seu problema?
-Talvez o meu problema seja gostar de te ver irritada, você fica muito fofa assim sabia.
E ele deu uma leve risada, então eu fiz o meu bracelete se transformar em uma foice, e rapidamente fui para trás de caos colocando a foice bem perto de seu pescoço, e consequentemente por conta da raiva, meus olhos ficaram completamente negros e algumas partes do meu corpo também ficaram, (como pernas e braços e uma parte do pescoço) e minhas unhas ficaram afiadas como garras, e uma rachadura apareceu em minha bochecha.
-Calma, até parece que não sabe brincar.
Ele continuou com aquele sorriso, então só senti alguém me abraçando por trás.
-Morte, vamos...
Era a voz calma da Vida, e então fui me acalmando aos poucos e voltando ao normal, e em seguida fiz a foice virar um bracelete novamente.
-Obrigado Vida, se não fosse por você acho que estaria em pedaços agora.
Então, Vida só o olhou com uma expressão furiosa.
-Bom acho que vou indo...
Então Caos desapareceu em escuridão, e Vida me pegou pelo pulso querendo me levar a algum lugar.
-Ei, pra onde estamos indo?...
-Pra minha casa.
Ela disse sem olhar para mim.
-E por que pra sua?
-Porque sim, sem mais perguntas.
-Okay...
Então fomos andando em um silêncio estranho, que foi quebrado quando chegamos na casa de Vida.
-Sejam bem-vindas.
Disseram várias criadas ao mesmo tempo, os criados do nosso mundo não tem alma, cada Deus tem vários criados idênticos uns aos outros e as características mudam de acordo com o Deus que eles servem, as criadas da Vida tem pele pálida e cabelos alvos como a neve, e olhos roxos, são basicamente criadas albinas.
-Vamos.
E então Vida só foi me puxando.
-Senta.
Ela disse olhando pro sofá.
-Pra que?
-Só senta logo.
Então me sentei no sofá, e ela se sentou ao meu lado.
-Vira pra lá.
Ela disse apontando para direção oposta a dela, e então eu me virei e só senti ela mexendo nos meus ombros.
-Ai...
-Isso está mais duro do que pedra...
-Não exagera.
E ela deu uma apertada.
-Ei...
Então ela só começou a massagear os meus ombros, isso foi me relaxando aos poucos, e então eu achei um papel em cima da mesinha que tinha aqui na sala, então fiz o papel vir até mim é comecei a ler.

"Tão pequena e indefesa
Tão frágil quanto uma pétala
Tão doce quanto uma rosa
E tão pura quanto uma criança
Tão alva como a neve no inverno
Tão bela quanto o céu estrelado
E ofuscante como o céu ensolarado
Seu sorriso radiante que se ve de longe
E sua alegria contagiante"

Que belo poema.
-Vida foi você que escreveu?
-Ahm?...
Então ela pegou o papel, e leu um pouco e começou a ficar vermelha.
-Sua idiota não era pra ler....
-Ta desculpa.
Eu dei um sorriso meio sem jeito.
-Eu...ainda não terminei...
-Mesmo não terminando e uma bela poesia.
Então ela só encostou a cabeça nas minhas costas.
-Idiota...
Então só dei uma leve risada.
-Talvez...eu seja mesmo.