O primeiro dia de aulas está prestes a terminar, estamos na ultima aula de hoje e infelizmente o rapaz das escadas não apareceu em mais aula nenhuma depois de história, passei o dia no meu cantinho e, como já era de esperar, não fiz nenhuns amigos novos.
O sino tocou, era hora de ir para casa repetir a rotina, estava pronta para fazê-lo mas quando cheguei em frente à escola vi o moço que faltou o dia quase inteiro e decidi ir falar com ele... pouco a pouco me aproximei, ele não reparou pois estava de costas...
Daniel P.O.V.
Ouço passos atrás de mim, mas ignoro pois neste horário tinham muitos alunos saindo das aulas, continuo olhando em frente quando ouço um voz doce e delicada:
-O...olá - era a garota da minha turma...uma garota que eu tinha visto nas escadas, ela é linda, ela parece diferente das tipicas garotas que eu já tinha visto, o meu pai disse que nenhuma humana presta mas eu não tinha parado de pensar naquela menina o dia inteiro... mas não podia demontrar isso, nem sequer deveria falar com ela no entanto quando dei por mim as palavras começaram a sair da minha boca contra a minha vontade
- Oi moça. - eu digo e sorrio, sorriso esse que não foi ignorado, ela sorri de volta e com o olhar fixo no chão diz:
-ahm...não vi você nas outras aulas - ela transfere o olhar rapidamente para mim - não que eu seja intrometida, só reparei porque você estava na carteira do meu lado e depois já não te vi lá nas outras aulas, eu fiquei preocupada - ela parece sem jeito e continua meio atrapalhada- n...não exatamente "preocupada" porque a gente não se conhece e seria meio estranho eu estrar preocupada com um estranho ma... -eu cortei a frase dela:
-Tudo bem, eu percebi o que quis dizer, não precisa ficar assim - ela sorri mas percebo que ainda parece meio constrangida - eu saí porque não me senti confortável, é meu primeiro dia nesta cidade e não conheço nada nem ninguém.
-Eh, hahah eu moro aqui à 16 anos e não conheço muita gente mas conheço muitos lugares se você quiser posso te mostrar alguns aqui no bairro.
- De verdade, você não se importa mesmo? - eu pergunto meio que esperando que ela diga sim mas ao mesmo tempo não queria que ela o fizesse, sei que o meu pai iria me matar se soubesse.
- Eu...eu não me importo. - ela diz quase instantaneamente, como se ela quisesse escapar a seja lá o que ela iria fazer antes de se propor a me mostrar o bairro.
- Legal então, onde você quer me levar? ...ainda esta cedo por isso temos bastante tempo - eu sorri inevitavelmente, não posso negar...essa garota faz algo diferente comigo, ela mexe com a minha cabeça e me faz agir contra mim mesmo.
-Hummm, em primeiro lugar temos de ir comer, eu estou faminta...essas aulas acabaram com a minha sanidade mental e física, tenho de repor tudo com comida.
Mesmo sem sentir fome nenhuma eu aceno com a cabeça em concordância e ela começa a andar na minha frente indicando o caminho, eu não podia acreditar na beleza daquela humana, ela era tentadora e provocante mas ao mesmo tempo era tão angelical, com uma alma tão serena.
Chegamos num lugar chamado "Shushi Hya" o cheiro daquilo era horrível e para mim especialmente era extremamente forte e repugnante mas ela disse para entrarmos e eu não queria parecer arrogante, chegamos em uma salinha com paredes que pareciam coberdas de varios quadrados de papel emoldurados com madeira, eu já estive num lugar desse género quando passei pela China mas aqui era mais "falso", sentamos em almofadas que estavam em frente a uma mesa preta, quadrada e baixinha e não tardou a nos atenderem, o serviço foi rápido e a companhia era otima mas a comida era horrível. Terminamos de comer e saimos de lá
-Ainda bem, já não podia suportar aquele cheiro -murmurei baixinho.
-Oi?
-Nada não... - disse com a respiração cortada, pensei que ela não tinha escutado, espero que realmente não tenha percebido
-A comida era ótima não era? Eu sempre adorei sushi - ela diz e olha para mim esperando uma resposta
-É...sim, muito peculiar...nunca tinha provado - era a pior comida que eu já havia comido mas eu não consegui dizer isso para ela é aquelas foram as únicas palavras de que me lembrei -onde vamos agora? - pergunto tentando mudar de assunto.
- Já está um pouco tarde, não? ...se você quiser ainda podemos passar no parque, eu adoro aquele lugar e não é longe daqui.
- Claro, parece legal.
Mais uma vez ela foi andando na frente, ela tem o espírito de uma líder, uma personalidade muito forte mas a sua timidez é tão enorme que parece superar tudo aquilo. Chegamos no tal parque, é um lugar lindo com um campo aberto, vejo relva verde e fresca até à linha do horizonte...este lugar parece um porto seguro para ela pois ela parece bastante à vontade aqui, como se fosse a casa dela ou até mais especial do que isso.
- Vem, vou te mostrar um lugar lindo que tem ali pra baixo ... as pessoas não costumam ir muito para lá mas é onde eu costumo passar a maior parte do meu tempo.
Ela segurou na minha mão e saiu correndo, não sei o que aconteceu mas penso que ela tenha tropeçando em alguma pedra, nós rolamos aquele pequeno monte e quando eu abri os olhos notei que ela estava por cima de mim com os olhos fechados, ela permaneceu assim por uns cinco segundos, ela estava assustada e eu conseguia sentir a sua respiração ofegante na minha pele. Quando ela abriu os olhos ficou sem jeito e corou.
-Des...desculpa, eu sou um pouco desastrada...foi sem querer.
Ela levantou ainda em choque, estava tremendo e eu não sabia o que fazer.
-Não faz mal, está tudo bem.- Eu disse enquanto me levantava.- É melhor você ir pra casa, não? Já está ficando tarde...sua família pode ficar preocupada.
-Sim...ahmm, eu vou indo então...-ela disse enquanto se virava.
-É melhor eu te levar, já está escuro...
-Ok, obrigado. -ela olhou pra mim e sorriu, o sorriso dela é lindo, acho que aquela imagem nunca vai sair da minha cabeça.
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O Meu Amor Demoníaco [HIATUS]
FantasyEsta é a minha história, a história de uma adolescente que sem saber e sem conseguir evitar apaixonou-se por um demônio fugido do inferno. Eu não queria mas os meus sentimentos falaram mais alto.