Demônios de gravata

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Ester P.O.V.

Já estamos perto da minha casa e ele ficou o caminho inteiro olhando pra mim, não sei no que ele está pensando...deve ter ficado com uma má imagem minha depois daquela queda, deve pensar que eu sou uma desastrada.

-Hum...a minha casa é aquela ali do fundo.

Ele me olhou e sorriu de leve, ainda estavamos no fim da rua quando vi três caras vestidos de terno preto, todos com gravatas vermelhas...eles eram sinistros mas pareciam ter classe por isso continuei olhando em frente sem hesitar mas Daniel fez um olhar estranho e em um movimento rápido me puxou para trás de um carro.

-...es-está tudo bem?- agora ele me assustou, não sei o que está acontecendo.

-Não, aqueles são os capangas do meu pai, eles já sabem onde estou, temos que sair daqui rápido.

-Como assim?- não percebi nada, ele parecia em pânico..."capangas" do pai dele? Me sinto confusa será que ele é filho de algum criminoso?

-Vem, me segue. -Ele saiu gatinhando por trás dos carros e eu fui atrás porque parecia algo sério mas ele não explicou o que estava acontecendo.

Ele virou em sentido a uma rua apertadinha, mal passava um carro ali, era uma rua bem parada e silenciosa, o silêncio era tão grande que conseguia ouvir a respiração dele e uma goteira que pingava com um certo ritmo que me aterrorizava. Ficamos lá por trás de um caixote de lixo durante algum tempo até que se ouvem passos no início da ruazinha.

-Acho que...

-Shiu. - ele me interrompeu - Não faz nenhum barulho. - disse sussurrando.

Eu permaneci calada segundo o que ele me pediu, também não iria conseguir falar muita coisa pois estava com medo, eu não sei quem aqueles homens são e não sei muito sobre a vida dele, acho que tudo que sei é que o pai dele é perigoso e isso me assusta. Os passos se aproximam cada vez mais e isso me deixa preocupada, o que aqueles homens vão fazer se nos encontrarem?... parece que vou descobrir em breve. Eles estavam muito perto, conseguia ver a perna de um deles por trás do caixote até que eles pararam. Acho que eles sabem que estamos aqui, estou tão em pânico que parece que meu coração vai saltar do peito...mas, nada está acontecendo, eles estão parados até agora. Pelo canto do olho vejo Daniel se levantando, ele parecia pronto a atacar. Espero que ele não faça nada pois ele é só um adolescente e aqueles homens são verdadeiros armários...eu não consigo ajudar ele, me sinto paralisada, não consigo mexer um único dedo.

Daniel sai de trás do caixote e ataca um deles, em pouco tempo vejo o homem cair no chão com o rosto virado pra mim e de olhos abertos, aquela situação era assustadora e aquele homem vestido de terno tinha uma certa malícia no seu olhar, fiquei parada olhando pra ele durante um tempo, era como se o meu cérebro tivesse congelado ali e estivesse ignorando todos aqueles gritos e pancadas que se faziam ouvir naquela rua silenciosa, e algo aterrorizante aconteceu, o olho daquele homem brilhou, eu juro que vi um brilho vermelho no olho dele e por trás do corpo apareceu Daniel com uma respiração alta e ofegante, mesmo de alguém que acabou de ganhar uma luta, eu não vi o que aconteceu mas ele conseguiu terminar com os três homens, quando olhei de volta para o corpo que permanecia no chão o mesmo tinha os olhos fechados.

-Vem, eu vou te levar pra casa. - Daniel disse aquilo com uma voz calma e pacífica.

-Não. - eu não conseguia mais confiar nele, há algo muito misterioso sobre a vida desse garoto e eu não consigo lidar com isso, eu me levantei e saí correndo.

Quando cheguei em casa passei pelo meu pai que me comprimentou e que estranhou por eu não fazer o mesmo de volta, normalmente eu até faço isso primeiro logo quando abro a porta mas dessa vez eu subi as escadas sem dizer uma palavra e fui para o meu quarto. Deitei na cama e fiquei lá por um tempo, me sinto confusa, eu realmente pensei que podia confiar no Daniel, ele parecia super simpático mas depois daquilo eu não sei o que pensar. Levantei e fui olhar pela janela pra ver se tinha alguém na rua e reparei na silhueta de um rapaz no fim da rua, ele estava parado e parecia olhar na minha direção.

-Ester! - é a voz do meu pai, eu olhei em direção à porta e quando virei a cabeça de volta pra janela já não havia ninguém na rua - Ester, vem jantar. - o meu pai gritava do fim das escadas.

Eu não sei o que aconteceu mas o melhor a fazer é tentar esquecer aquela situação e esquecer que Daniel existe também. Como se as coisas que eu vi hoje nunca tivessem acontecido... Será isso possível?

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⏰ Última atualização: Mar 15, 2018 ⏰

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