O paradoxo da perda
Com tanto medo de te perder acabei te perdendo. Se fui exagerada, desculpe-me, as não conheço amor medíocre. Eu não percebi, não vi que estava escapando.No escuro do meu quarto eu vi o breu, eu vi que era tarde.
Tarde pra desfazer os erros, tarde pra mudar. Mais tarde ainda pra deixar de te amar. Me perdoe pela rima desastrosa, não sou poeta mas me pareceu harmonioso.
Eu não sei viver sem você e a cada dia que fica mais distante uma parte de mim vem a falecer.
O futuro com sua imprevisibilidade me assusta na expectativa. Não posso chamar de decepção quando não sei se foi culpa minha. Quando não sei se foi culpa sua. Quando não sei se houve um culpado.
São pensamentos embrulhados, cem mil sentimentos perdidos. Tento achar um rumo. Perco-me em confusão, em nó, em melodia desconjuntada.
Se eu conseguisse te dizer (nota-se que não consigo) que te amo e te quero. O que me dirias? O que farias? Perdoarias? És ser humano capacitado pra tal ato?
Tenho medo de te perder mas já estou perdendo. Será que é possível perder-te ainda mais? E se for um erro perguntar? E se for errado querer saber?
Erro meu foi ter deixado tudo se perder. Meu maior equívoco, que me faz sofrer. Não sei se minhas palavras fazem sentido pois escrevo o que vem à mente. Nesse momento choro, confusa como nunca antes.
Ideias contraditórias fazem minha mente virar um emaranhado de lacunas incompletas. Talvez seja isso. Talvez seja esse vazio a resposta: não há resposta. Como saber se irei te perder senão por perdendo?
Permita-me, caro leitor, apelidar meu novo paradoxo. Faço tal com constância, para catalogar meus questionamentos. Quero saber como não te perder, para tal precisaria perder. É esse o meu novo tormento: o paradoxo da perda.
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Ramificações de uma mente embaralhada
RandomTextos, poesias, desabafos, pensamentos, emaranhado de ideias colocados em um livro sem finalidade de mudar vidas alheias, apenas de estabilizar a vida própria.