Capítulo I

12 2 1
                                    

21 de Janeiro de 1895

-Papai. Papai

Vítor puxava meu jaleco pela barra.

-Que foi Vítor?

Perguntei desviando minha atenção dos elementos químicos em que estava mexendo.

-Mamãe disse que vai me levar para ver o museu amanhã -Ele disse todo contente.

-Que bom Vítor. -Disse voltando a minhas experiências.

-Você vai não é papai? - Ele me perguntou.
Seus olhos brilhavam em antecipação.

-Vítor-Eu disse me a baixando para ficar na estatura dele. - O papai têm muito trabalho pra fazer é não pode ir com vocês - Disse brincando com os cabelos escuros dele.

-Também papai - Ele disse saindo correndo do laboratório.

Meia hora depois Aurora entrou pelas grandes portas de vidro, as fechando logo em seguida.

-Ele queria que você fosse amor - Ela parou ao meu lado, sabia que ela estava decepcionada, mas ela meu trabalho. - Ele chorou até conseguir cair no sono

-Meu amor você sabe que eu não posso ir.

-Você nunca pode, não sei porque ele ainda espera isso.

Ela estava irritada, eu não a culpava, eu estava sendo um péssimo marido.

-Eu tenho que trabalhar para sustentar vocês.

-Você podia tirar a mão disso e olhar para mim enquanto fala. Eu estou cansada Bento.

Eu a olhei e soltei os tubos de ensaio.
Ela ficava linda brava.
Suas bochechas estavam vermelhas e eu desconfiava que ela também havia chorado.

-Aurora, eu amo vocês, e você não sabe como me dói não participar da infância do meu filho. Mas isso é para que ele tenha um futuro.

-Sabe Bento,quando eu me casei com você eu não imaginava isso aqui - Ela disse mostrando o laboratório - Não imaginava que meu marido passaria dia e noite aqui. Eu pensava em nós dois e ele aqui fazendo experiências brincando com tudo isso. Explodindo as coisas de vez em quando.

Ela está brava, e o motivo era eu, e meu trabalho.

-Amor, eu não posso ser tudo, isto aqui também é minha vida, não pode me culpar por não seguir seus planos.

Aquela foi a pior frase que eu já te disse.
E eu descobri isto segundos depois quando você me olhou incrédula.
Então você saiu.

Eu dormi no laboratório, achei que você queria um tempo, e eu te dei ele.

Quando acordei você me disse que estáva indo ao museu com o Vítor.
Eu disse "Okay" e fui para o laboratório.

E aquele foi o pior dia da minha vida.

Pardon AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora