The Origin

Milla e a Iluminada

Para conseguir a amizade de uma pessoa digna é preciso desenvolver em nós mesmos as qualidades que naquela admiramos.

O Bule de chá apitava soltando um agudo pela casa, já fazia um mês que ela e seus irmãos estavam nas terras dos americanos, ela não suportava mais aquele lugar, não suportava mais aquelas pessoas, a comida e o vinho era horrível, quando Sebastian ou Lucas traziam comida era sempre a insuportável pizza ou aquele hambúrguer que ela tinha certeza que a carne era plenamente duvidosa, e o vinho era asqueroso mesmo até os mais caros e refinados. New Orleans é uma cidade fantástica, mas nunca seria sua amada Romênia, sua amada Brasov.
Ela amava os seus irmãos e fazia todo o sacrifício por eles até mesmo viver na América, Lucas parecia o mais feliz ele adorava as mulheres americanas, elas eram maleáveis era assim que ele se referia a elas quando contava sobre suas aventuras, Sebastian seu amado irmão gêmeo era o que estava mais próximo dos mesmos pensamentos dela, Sebastian não via a hora de voltar pra Romênia. Não via a hora de voltar para sua doce Nina.
Milla sorria levemente enquanto tomava um gole do seu chá ao pensar em Nina e Sebastian, eles eram adoráveis, apesar dela achar que eles são o casal mais improvável da terra.
- O que é isso? – Disse a Ruiva
-Você não gosta?- Falou Milla se sentando na poltrona ao lado da estranha na cama.

Já fazia dois dias que ela estava ali, desde o encontro das duas na floresta que ficava o quintal da casa, ela não se lembrava de nada, não sabia o próprio nome, a ruiva havia acordado a umas três horas, o que deixava Milla preocupada com o que ela diria a seu irmão Lucas, ela deveria mentir e proteger a menina ou dizer a verdade e deixar os irmãos decidir seu cruel destino - isso é chá, chá de erva doce.
-Eu gosto, parece que eu já senti esse cheiro antes.
-Isso é muito bom, ruiva- Milla batucava os dedos na poltrona, sinal de ansiedade, Jonathan já havia a alertado pra não fazer isso- Isso que dizer que você já bebeu isso antes, antes de esquecer tudo. - Ela disse finalizando.
-É pode ser.

A Garota desconhecida se remexia na cama parecendo desconfortável, mas perdida como um passarinho que havia caído do ninho, ela tocava nas roupas sentido a textura, olhava pras cores retros do quarto, pros móveis novos, era percebível pra Milla que ela tentava assimilar qualquer coisa em sua mente.
Milla faria o impossível pra nesse momento ter a capacidade de ler mentes de invadi-la como um ladrão de sonhos.

- O que é isso no seu braço?- Milla afasta o braço antes de a estranha toca-lo – O que fez isso nele? Eu não tinha visto isso antes - perguntou finalmente,

Milla tinha duvidas se ela lembra sobre ser um lobo, se ela lembrasse que era com certeza já teria sumido daquele quarto, nenhum lobo fica na presença de um caçador com tanta calma, eles sentem somente pelo cheiro. E a pergunta dela fez com que ela tivesse o voto final de sua certeza.

Milla ainda não sabia se deveria contar a ela sobre seu estado lupino ou se deveria esconder, ela sentia necessidade de estuda-la, se seu irmão Jonathan estivesse ali sentiria o mesmo, Milla estava fascinada nos olhos de sangue da loba, mas estava encantada nos olhos azuis da garota, olhos que lembravam os de seu Pai Joseph. E mas ainda em ela não saber de nada, lobos sempre lembravam se de tudo, suas memórias são perfeitas, em formas humanas ou animagas, Jon com certeza saberia que espécie de lobo ela era, mas ele estava do outro lado da África estudando com os feiticeiros de Namíbia.

-Precisamos de um nome! - Falou Milla tentando mudar de assunto
-Um nome? Como assim?- A Ruiva acompanhava cada gesto de Milla com atenção
-Sim, pra você, não posso te chamar de ruiva pra sempre- ela deu uma leve gargalhada.

A estanha parece concordar olhando para o teto como se tentasse pensar em um nome pra ela mesma.
-Eu não sei, eu não me lembro de nada – A ruiva rir de se mesma. - Me desculpe.