Prólogo

305 35 27
                                    

Ao amanhecer, os pássaros lá fora cantavam. Ainda era possível se ver a lua dividindo espaço com o sol em meio ao imenso céu alaranjado pela manhã. Kim Taehyung, acabara de acordar. Não queria sair de sua cama, mas de modo relutante, levantou da mesma. Ao colocar seus pés no gélido solo, sentiu um arrepio percorrer sua espinha, pelo contato de sua pele no chão gelado.

Andava cambaleando por conta de seu sono, até a cozinha, ou ao menos tentava. Quando conseguiu chegar até a mesma, levou seus dois palmos até seus olhos, na intenção de coçar, acabou batendo seus dedos no olho, causando um enorme incomodo.

- Oh caralho, a visão tá embaçada pelo sono e eu to aqui quase morrendo e nem acordei direito, que legal.. - Ele disse, abrindo e fechando lentamente os olhos, umidecendo os lábios com sua língua.

Se direcionou até a geladeira, abrindo a porta da mesma, porém, ficou ali paralisado, sem conseguir raciocinar direito. Logo, ao lembrar o que tinha que fazer, fechou a porta da geladeira, indo até o armário e pegando um saco de café. Ao fechar a porta do armário, acabou tropeçando pra trás, mas apoiando seu palmo esquerdo na bancada, se assustando com o barulho.

- Mas que palhaçada, o sono me deixa extremamente lesado. - O garoto disse, tossindo de modo fraco. - Porra, eu nem vou precisar desse café, eles entregam na caceta do trabalho. Eu sou burro ou o que?

Ele faz uma pergunta retórica, logo, deixando o saco de café ali em cima. Foi até o banheiro, ligando a torneira da pia enquanto se olhava no espelho, ajeitando seus fios de cabelo escuro com os dedos. Logo, juntou suas duas mãos e levou até a água que saía da torneira, lavando seu rosto.

[...]

Ao chegar no manicômio, Taehyung abriu a porta de sua sala, se sentando em sua poltrona. Passou seus dedos pela mesa ao lado, pegando os papéis dos criminosos que hoje iria conhecer. Lia cautelosamente a ficha dos criminosos, mas havia um que tinha lhe chamado certa atenção. Park Jimin, que atendia por "Chapeleiro Maluco".

Park Jimin, 23 anos.
Foi visto que o jovem criminoso tem um sério transtorno de personalidade, o que lhe faz acreditar que é o Chapeleiro Maluco do conto Alice no Pais das Maravilhas. 1,75 de altura. Conheça bem esse rapaz, ou poderemos ter problemas futuramente, Sr.Kim.

~ Jeon.

A ficha realmente tinha impressionado o garoto. Se sentia intusiasmado, logo, resolveu que aquela seria sua primeira consulta. Levantou-se de sua poltrona, indo até um segurança parado a uma porta, intregando a ficha do criminoso.

- Minha primeira consulta será com Park Jimin. - Ele disse, vendo o guarda arregalar olhos, olhando assustado pro psicólogo.

- Certeza absoluta, Sr.Kim? Aquele cara é louco. - O segurança perguntou, receoso.

- Todos aqui são loucos, se não me falha a memória. Agora, prepare o paciente, não quero sair com uma mordida no braço como da ultima vez. - Ele soltou uma risada nasalada, sorrindo falso. Logo, viu o guarda ir até uma sala distante.

O psicólogo andou até uma sala onde havia apenas duas cadeiras e uma mesa. Abriu a porta da tal sala, logo, sentou na cadeira, esperando o paciente.

Minutos se passaram e o segurança abriu a porta da sala, segurando pelo pulso e pelo ombro um garoto de cabelos castanho escuro, que ria baixinho, com braços presos por um colete de força. Ele se senta na cadeira com a ajuda do guarda, que logo sai da sala.

- Meu nome é Kim Taehyung, sou seu psicólogo. Estou aqui para ajudar sua mente quebrada a se restaurar.

O criminoso riu, olhando pra baixo, balançando sua cabeça pro lado. Logo, olhou para o psicólogo, arregalando os olhos. Estava fascinado, mal podia acreditar com a visão em sua frente.

- Ah, que dia lindo. Viva! Urra! O idiota chegou, vai ser uma zurra. - O paciente disse, logo, ajeitando-se na cadeira, tombando a cabeça pro lado.

- Perdão, como é? - O psicólogo perguntou, tentando entender a fala do seu paciente.

- Não entendeu, pobre doutor? Quem precisa de ajuda aqui é você! Limpou seus ouvidos hoje? - O criminoso ri de modo escandaloso, se mexendo para o lado e para o outro.

- Enfim. E o que lhe faz acreditar que é o chapeleiro louco? - O psicólogo perguntou, olhando para o paciente com um olhar sério, enquanto levava seu palmo direito até seus fios de cabelo, ajeitando os mesmos.

- O que me faz acreditar? Eu sou! Não consegue ver através da alma das pessoas?! - Ele perguntou, estupefado, pois sempre confiou na inteligência de sua querida Alice. Tentando mexer seus braços de forma desesperada dentro da blusa de força, respondeu, sem ânimo - Eu esperava mais do seu intelecto, Alice..

O psicólogo, sem entender o que ele tinha falado, novamente, esboçou uma expressão confusa.

- Alice? .. Alice.. - Ele refletiu, olhando pro garoto a sua frente - Quer me tornar a sua Alice, seu prisioneiro, não é?

O criminoso sorriu, tentando se livrar daquele maldito colete de força.

- Se eu quero tornar? Você já é! Pobre Alice, não consegue ver seu verdadeiro interior. Aliás, já é hora do chá! Onde está a lebre? Será que me abandonou novamente? - Ele perguntava, inflando as bochechas, enquanto olhava pro psicólogo.

O paciente me chamou de Alice, e também apresentou sinais de esquizofrenia.

- Quando começou a acreditar que era o Chap.. Quando percebeu que era o Chapeleiro Maluco? - Ele perguntou, tentando entrar no jogo do garoto.

- Oh, isso foi quando experimentei entrar no meio de uma briga das pessoas de um antigo local que morava.. Era estranho, eu chamava eles de mãe e pai sem ao menos eles cuidarem bem de mim! - Ele riu escandalosamente da situação, como se aquilo fosse uma atração de circo.

O psicólogo, já farto daquilo, bateu duas vezes com seu palmo direito na mesa, esbravejando.

- Não quero entrar no seu jogo doentio! Me fale, para que eu possa te ajudar!

- Oh, quanta violência, devagar no andor. Treinei minha mente, para não sentir dor.

- Não me faça testar isso na sala de testes. - Ele respondeu, respirando fundo, umidecendo seus lábios com a língua.

- Alice, o silêncio é de ouro, mas me faça coro. Se continuar violenta, logo dos outros, ouvirá o choro. Ouça minha voz nesta incrível canção, vai descobrir que sempre foi a Alice, sim, ou não?

Taehyung estava completamente confuso. Levantou de sua cadeira, com o bloco de anotações em sua mão, logo, saiu daquela sala, batendo os pés. Sua primeira consulta havia sido um desastre.

➳ alice out of wonderland † vminOnde histórias criam vida. Descubra agora