Capítulo 06

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Tempo de rasgar, e tempo de coser, tempo de estar calado, e tempo de falar, tempo de amar e tempo de aborrecer, tempo de guerra e tempo de paz.

Eclesiástes 3:7-8

Mercado Sul, Batedouro - 07 de abril - 2040

-- O gato comeu a língua de vocês? -- o doutor riu. -- Nunca viram uma pessoa assim antes?

Os gêmeos ficaram paralisados ao ver o estado do doutor, ele não possui mais nenhuma das pernas, pois a estrutura de sua pele esta enegrecidade, como se estivesse necrosado e devorado aos poucosç. O rosto do doutor também estava em uma decadência irreal. Parte de sua mandíbula era exposta, dando a possibilidade de ver os seus dentes, pelo menos os que ainda estavam fixados.

-- O que... aconteceu? -- a voz de Rafael saiu.

-- Uma longa história garotos... -- Se quiserem ouvir, fiquem a vontade.

Reinaldo então volta a si, e em um relapso de fúria, se exalta.

-- Mas que merda... fracassamos!

-- Do que você esta falando Reinaldo? -- disse Rafael assustado com a atitude do seu irmão.

-- Não tem como levarmos isso pra Mariana! -- disse bravo apontando para o doutor.

-- Mas que merda Reinaldo, larga a mão de ser otário! -- Rafael fica irritado também. -- Você não tem nenhum pingo de consideração pelo homem!

-- Estou aqui por Mariana...

-- Já chega! -- disse o doutor exaltado, ele começa a tossir sem parar.

-- Perdão senhor! -- Rafael vê uma jarra com água e um copo em um centro de sala, e pega para o doutor.

Depois de todo o acontecimento, a paz volta ao cubículo escuro e de cheiro estranho.

-- Você é um rapaz muito gentil. --Carlos olhava diretamente para Rafael, esquecendo que Reinaldo estava ali.

-- Rafa... -- disse impaciente. -- Não vou ficar mais aqui, perdendo o meu tempo.

-- Você não tem jeito mesmo Rei. -- Rafael olha para o doutor, com apelo em seu olhar. -- Desculpe-nos pelo transtorno.

Com muita dificuldade, o doutor consegue pegar na mão de Rafael, o segurando, enquanto Reinaldo abre a porta e sai.

-- Fique... eu não posso sair daqui, mas as informações e meus conhecimentos podem ir com você.

-- Como é que é?

-- Sente-se, pois você vai saber muita coisa que aquela seita esconde.

Rafael fica muito curioso sobre o que o doutor sabe, ele fecha a porta que estava escancarada e em seguida senta de frente para. doutor Carlos.

-- Pronto doutor, estou a todo ouvido.

-- Garoto, qual o seu nome mesmo?

-- Rafael...

-- Pois bem Rafael, você sabe que... tudo que eu lhe contar, tudo o que você irá saber, vai fazer de você o alvo principal da seita. -- disse alertando. -- Tem certeza que quer saber tudo o que sei?

BlasfêmiaOnde histórias criam vida. Descubra agora