Descoberta

Daegu

No dia da aula de Ed. Física, fomos para o ginásio. Eu até gosto de esportes, mas tava tão mal que não havia nada que eu quisesse fazer além de chorar. Meus pais já perceberam que eu comia pouco, que vivia triste. Mas eu dizia que estava apenas estressado com as provas da escola. Na escola minhas notas caíram exponencialmente, principalmente em matemática.
Vivia no banheiro chorando. Meus olhos sempre estavam vermelhos e marejados. Dizia sempre para os amigos que estava gripado. Mas eu não conseguia mais esconder minha tristeza. Conviver com TOP apaixonado estava me destruindo. No ginásio, iríamos jogar vôlei. Eu cansei de jogar e me sentei na arquibancada abraçado aos meus joelhos.

Vi TOP se vangloriando pra Daesung de longe, mostrando o celular. Daesung daquele jeito dele sorria e pulava empolgado. TOP veio caminhando em minha direção. O que será que ele queria, me deixar pior?

TOP: Ei gostoso, eu estou conversando bastante com ele! Acho que vai rolar...

Me deu um soquinho no meu ombro tentando me animar. Eu nem sequer olhava em seus olhos, continuava com a cabeça baixa olhando pra frente.

TOP: Ei, estou falando com você, porra! Olha como ele é bonito!

Porra, ele é bonito mesmo.

GD: Parabéns.
TOP: Olha, GD. Já faz tempo que eu percebo que você está triste, desanimado. Nem presta mais atenção ás aulas, e você era tão esforçado! Eu sou seu amigo, pode me contar, você sabe disso.

Eu começei a chorar.

GD: Eu não posso te contar. Isso iria destruir meu mundo...

Ele ficou refletindo por um momento, e depois disse:

TOP: Eu estou desconfiando de algo...

Começou a passar a mão nas minhas costas, fazendo carinho.

TOP: Quando você estiver preparado pra me contar, me conte.

Fui para casa depois da aula pensativo. Será que ele sabia dos meus sentimentos? Se ele queria que eu contasse, será que ele também gostava de mim? Meu coração se encheu de esperanças. Cheguei em casa, e na hora do almoço estávamos todos reunidos: eu, minha mãe, meu pai, e minha irmãzinha mais nova, Naeyon. Minha mãe disse que tinha algo importante para falar.

M: Tenho novidades! Finalmente consegui minha transferência para Daegu! Parece que vamis nos mudar!

Fiquei em choque. Não sabia como reagir. Normalmente eu ficaria feliz e animado como sempre, porquê amava mudanças, novidades. Mas só de pensar em ficar longe de TOP, meu coração doía. Todos ficaram achando estranho minha falta de reação. Saí da mesa imediatamente e fui para o quarto chorar, e tentar absorver tudo aquilo.

No outro dia

Fui para escola mais desolado ainda. Tudo aquilo era muito difícil de organizar em minha mente. Essa paixão avassaladora que destruia tudo dentro de mim, minhas notas baixas, meu peso que diminuía dia após dia e agora... minha mudança. Como ia contar isso para os meus amigos??

Na hora do recreio estavam todos do mesmo jeitinho de sempre: Cl brigando com TOP por algum motivo qualquer, Daesung falando sem parar da bias dele do BTG (Hopa) e eu com os fones de ouvido, mas sem ouvir nada porquê tentava acompanhar o falatório de Daesung por cima da discurssão de TOP e Cl. Mais um dia normal de paz no colégio. Resolvi falar logo antes que eu desistisse.

GD: Gente, sabe aquela tranferência que minha mãe queria?

Todos pararam de fazer o que estavam fazendo e olharam para mim.

GD: Ela conseguiu. Vamos nos mudar daqui a 2 meses.

Cl abaixou a cabeça e não disse nada (ela nunca admitiria que sentiria minha falta), Daesung começou a chorar desesperadamente como uma criança, dizendo coisas como: como eu poderia fazer isso com ele, como ele ia ficar sem mim. A expressão de TOP com certeza era a mais complexa e indecifrável. Ficou com os olhos esbugalhados e a boca aberta, com os olhos focados em mim. Seus olhos começavam a marejar e, naturalmente, sem mexer um músculo do seu rosto, as lágrimas começaram a cair uma a uma. Era indecifrável por quê, apesar de estar parado e estático, sem dizer nada, seus olhos fixos me mostravam um desespero maior do que o de Daesung, que gritava chamando a atenção de todos no pátio. Olhei para o rosto de TOP mais uma vez, e foi o suficiente para que eu me desfizesse em lágrimas.