Capítulo 36 - lar.

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Cheguei na casa da minha mãe, ela estava bebendo um vinho olhando para o lado de fora da janela.

–Ei, mãe. – chamei ela

–Veio dar forças a rebeldia do seu irmão? – ela me indagou

–Não, mãe porque está agindo assim? – a interpelei

–Desde que o pai do Lee morreu eu não tive forçar pra continuar lá. Deixei meu emprego, vim pra RedWood, eu tive a chance de dar uma infância normal ao Lee. Só que eu quero seguir em frente agora. – minha mãe respondeu com lágrimas nos olhos

–Você pode seguir em frente, eu vou ficar em RedWood. Eu posso cuidar do Lee. – falei pegando em suas mãos

–Tyler, eu nunca fui uma mãe presente pra você, eu queria ser para o Lee. – minha mãe disse. –E me desculpa, eu nunca quis que fosse assim, mas o seu pai fez um ótimo trabalho. Você é um homem incrível.

–Obrigado mãe. – abracei ela

–Olha só dona Clarissa, não leva o Lee pra longe do Conrad. – Declan pediu. –Quando eu fui pra longe do Tyler foi a pior coisa que eu fiz, mas eu não queria deixar a minha mãe. O Lee sempre vai ser o seu filho e vai estar com você sempre, mas o Conrad é a pessoa que ele escolheu pra ficar junto, e é recíproco. Sabe o quanto é raro isso acontecer? E se você levar seu filho pra longe, ele vai sempre ficar se perguntando em como seria a vida se não estivesse saído do lado do menino que ele ama e por mais que ele tenha conquistado muito, vai sempre parecer que falta algo...

Minha mãe ficou encarando o Declan por alguns segundos.

–Eu e o Declan tivemos a sorte de nós reencontrar, mas isso pode não acontecer com o Lee. – ressaltei

–Você promete que vai cuidar do seu irmão? – minha mãe me pediu

–Eu prometo, e todo verão eu mesmo levo ele pra te visitar. – assegurei

–Eu vou lá falar com o Lee. – minha mãe se levantou. –Tyler a imobiliária deve vir amanhã, o nome dela é Max Wilder. Você pode receber ela por favor?

–Claro que posso, mas tem que ser cedo. Te o jogo do Declan a tarde. – falei

Ela subiu.

–E falando nisso, eu tenho que ir pro aeroporto daqui a pouco. – Declan se aproximou de mim. –Era pra você vir comigo, mas acho que não vai dar.

–Prometo que vou estar lá. – dei um selinho nele.

–Eu estou contando com isso. Já chamei todos os nossos amigos. – ele me jogou um sorriso e eu o beijei –Sua mãe está com pressa de ir embora.

Declan comentou

–Bom ela é assim, age no impulso. – falei.

Esperei ela voltar, depois eu fui com o Declan até o aeroporto, aproveitei e levei a minha mãe também. Me deu um nó na garganta quando vi ele entrar no avião.

–Amanhã você vai ver ele. – meu irmão disse

–Sim. – sorri.

–Atenção voo 180, com destino a Paris sai em dez minutos. –

–Está na hora de ir. – minha mãe disse

–Tchau mãe. – abracei ela. –Pode me ligar se precisar de qualquer coisa.

–Obrigado, querido. – ela disse. –E você, Lee Kennedy Evans, respeita o seu irmão e não faça bobagens.

–Pode deixar mamãe. – meu irmão a abraçou. –Vou sentir saudades.

–As férias de verão estão quase chegando. – minha mãe sorrio. –Tenho que ir.

Minha mãe sumiu na multidão.

–Arruma suas malas, vamos para o Texas. – falei para o meu irmão. –E o Conrad vai também.

Dormi na casa da minha mãe, acordei no outro dia com o Lee me chamando.

–A moça da imobiliária tá aí. – ele disse

–Pede pra ela entrar que eu to indo. – respondi.

Me arrumei rápido e desci.

–Oi me desculpa a demora. – cheguei ali e vi a Max. –Max !

–Oi Tyler. – ela sorriu. –Você é parente da Clarissa?

–Ela é minha mãe. – respondi. –Como você está? Porque no foi ao casamento da Karma?

–Eu tô bem. – Max respondeu. –Eu e a Karma não nos falamos a anos.

–Nem nós, você é corretora de imóveis agora? – falei dando a volta no balcão. –Aceita um café?

–Aceito sim. – ela sorriu gentilmente. –Bem, to aqui por puro nepotismo, a empresa é do meu pai.

–Ah é mesmo. E como você está e o Aaron? – puxei assunto

–Estamos noivos, ele dá aula na nossa antiga escola. – ela me contou

–Eu fico tão feliz por vocês. – entreguei a xícara

–E eu soube do casamento, quem diria que o Joshua Keller fosse gay. – Max tomou um gole do café

–Pois é, onde eu me meto tem um dedo de drama. – sorri

–Sim. Eu sinto falta da nossa amizade. – a loira disse

–Podemos retomar, eu vou voltar a morar em RedWood. – falei animado. –Ainda fala com a Bee e a Addie?

–Mais ou menos. – ela respondeu

–Vamos assistir o jogo do Declan? Eu posso conseguir entradas. – a convidei. –Vai ser uma chance de reencontro.

–Não sei. – ela hesitou

–Vai !! – insisti

–Tá bem, só assinta esses papéis aqui pra gente ir. – ela se deu por vencida.

A tarde me encontrei com Isaac, Apollo e Conrad no aeroporto.

–Já podemos ir? – Apollo me perguntou

–Canaã e Karma vão encontrar a gente no voo de conexão. – Isaac me contou

–A Bee e a Addie já estão lá. – avisei. –Mas cadê a Max e o Aaron?

–Ali ! – Apollo apontou os dois

Pegamos nosso voo.

–Oi Max. – Karma disse em graça quando viu a garota com a gente

–Karma. – Max sorriu

–Me desculpa! – as duas disseram em uníssono

–Me desculpa mesmo eu fui tão imatura. – Karma disse

–Eu sinto falta da minha melhor amiga. – Max abraçou a ruiva

Chegamos no estádio, Addie nos levou até o camarote.

–É tão legal estarmos todos aqui. – Bee disse animada. –Gostei da camisa.

Ela disse pra mim, eu usava a camisa com o número do Declan e o nome dele.

–Obrigado. – sorri

Nós sentamos, Lee brincava com a mão do Conrad que passava seu braço pelos ombros do meu irmão, era tão fofo. Bee, Addie, Aaron e Isaac vibravam a cada lance, Apollo, Max e Karma não paravam de conversar.
Eu percebi que ali eu estava em casa, porque eu estava com eles.

Ele É Demais | Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora