Capítulo 19 - Chame Do Que Quiser.

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Estava com o Declan no jardim da minha casa deitados em um lençol olhando as copas das árvores.

–Eu fiquei pensando em como nós dois somos sortudos. – Declan comentou. –Só que o que aconteceu com o Aaron me deixou inseguro sobre contar para as pessoas.

–Você não precisa contar isso agora, seus pais já sabem e te apoiam. Não fica com pressa de dizer para as pessoas. – o aconselhei

–Tyler em que momento você se assumiu para as pessoas da escola? – ele me perguntou

–Todo mundo sempre supôs, desde que eu me lembro todos apontavam pra mim como o gay, afeminado, viadinho... outras pessoas me chamavam de ferrugem ou diziam que eu era encardido. – contei

–Nossa... – Declan suspirou

–Mas agora está tudo bem, eu tô bem comigo mesmo. – afirmei

–Você até enfrentou o Chuck. – o garoto se sentou

–Pois é. Mas no fundo eu queria ser mais como o Apollo, ele não abaixa a cabeça de jeito nenhum, lembro que quando começaram a implicar com ele, ele literalmente mandou todos irem se foder sendo ele mesmo. – falei olhando admirando para meu meio irmão que estava na beira da piscina com o Isaac.

–Você admira o Apollo por ser quem é e está me encorajando a ficar no armário? – Declan sorriu. —Que contraditório.

–Eu só tô dizendo que você não deve explicações a todos sobre sua sexualidade, e vamos combinar que as pessoas não levam a sério a bissexualidade. – revirei os olhos –Eu confesso que o Chuck me deu gatilhos.

Confessei. 

–Ty, ele não vai fazer nada com você. Eu não vou deixar. – ele segurou minha mão e nos encaramos por alguns segundos

–Obrigado. – não disfarcei minha timidez com o ato. –E como agradecimento eu deixo você ganhar de mim.

Comecei a correr e ele veio logo atrás, Declan me segurou e nós caímos, eu cai por cima dele, olhado em seus olhos castanhos que refletiam bem a luz senti sua respiração mudar e naquela hora eu quis beijar ele.

–Eu acho que você já pode sair de cima de mim. – ele disse

–Me desculpa. – sai de cima dele rápido

–Tá de boa, eu não me importo. – Declan parecia tímido

O dia passou, o Apollo foi pra casa. Era noite e eu ia tomar banho quando vi meu pai se olhando no espelho do corredor.

–Tá gatão, vai sair? – o questionei

–Vou sair com a Kat. – meu pai respondeu

–É ... senhor Sean. – impliquei com meu pai. –Eu tô tão feliz por você pai, a Kat é incrível e você está tão feliz.

–Obrigado filho. – ele sorriu

–O Apollo vem pra cá, porque não chama o Declan? – meu pai sugeriu

–Pode ser. – respondi, meu pai sorriu

Depois de algum tempo, Katrina chegou ali com o Apollo. Eles saíram ja era noite.

–Me liga qualquer coisa. – Kat encenou de dentro do carro

–Te mandei dinheiro pra comprar comida. – meu pai disse

–Aproveitem bem. – sorri

–Talvez não dormiremos em casa. – meu pai avisou

–Eu não quero outro irmão. – Apollo retrucou

O carro sumiu na esquina, olhei para o outro lado da rua e vi o Declan, atravessando a rua com sua mochila e algumas sacolas.

–Pra que isso tudo – o questionei

–Pra gente jogar. – ele sorriu

Entramos pra casa, ele vestiu seu pijama. Uma calça de moletom e uma regata branca. Eu usava um samba canção e uma camisa de manga. O Apollo sigam um pijama de seda com um "A" bordado.

–Você é muito mauricinho. – impliquei

–Tá lindo amor. – Isaac segurou o garoto pela cintura, ele usava um short apenas.

–Se importa se eu fumar um? – Declan ergueu o cigarro de maconha

–Não me importo. – falei olhando pra ele que estava sentado no chão

–Você quer? – ele me perguntou

–Não, tô bem. Tem um vinho na geladeira que me espera. – me levantei do sofá

–Eu quero. – Apollo se jogou no sofá

–Eu aceito vinho. – Isaac disse

Voltei com uma garrafa de vinho e duas taças.

–Porquê é tão difícil se assumir? – Declan nos questionou

–No meu caso, o meu pai tem uma empresa grande e eu vou liderar ela um dia. Não sei o quão negativamente ser gay vai afetar os negócios. – Isaac respondeu

–Querendo ou não vivemos em um mundo homofóbico. – tomei um gole do meu vinho

–E tem as pessoas da cidade, elas podem te massacram por ser quem é. – Apollo deixou seu cigarro de lado e o apagou

–Os meus pais acham que estamos saindo escondido. – sorri sem graça e ele me olhou com um sorriso. –Quando a gente sai pra correr a noite junto.

–Ah, também fui questionado. – Declan sorriu, um silêncio tomou conta da sala por alguns segundos.

–Somos três gays bebados e um bissexual na onda do básico. Que ódio! – Apollo reclamou.

–Vem vamos jogar cartas. – ele pegou o baralho na mesinha de centro

–Vou colocar Ariana Grande pra tocar. – Isaac pegou o celular

Conversamos e jogamos por um tempo, com algumas músicas de fundo.

–Não é justo, vocês sempre ganharem. – sorri colocando as cartas na mesa

–Não é possível, Isaac é Apollo estão roubando. – Declan veio atrás de mim

Estava olhando a geladeira, queria um suco específico.

–Aquele dia na festa, não conseguimos dançar. – o garoto me puxou e começamos a dançar juntos no ritmo da música.

–Eu posso te beijar? – ele olhava em meus olhos

–Pode. – respondi.

Nós começamos a nos beijar lentamente, quando senti seus lábios tocando os meus foi como se eu estivesse flutuando, como se nada pudesse estragar aquele momento. Assim que nos separamos o encarei com um olhar sereno, eu podia ouvir sua respiração e sentir seu peito se mexer vagarosamente.

–Como está se sentindo? – ele me olhava com um sorriso bobo

–Muito bem! – respondi com um sorriso e ele começou a me dar vários selinhos, eu comecei a gargalhar –E agora, como vai ser?

–Eu não sei. – ele me encarava

–Sabe, não precisamos definir nada agora. – falei

–Pelo menos na escola. – ele me pediu

–E pro nossos amigos? – o questionei

–Vamos esperar um pouco também. Eu só não sei... – Declan não terminou

–É confuso pra mim também, vamos deixar entre nós dois. – o acalmei –Vamos aproveitar essa noite. – abracei ele.

Ele É Demais | Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora