Capítulo 15 - xeque-mate.

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P.o.v: Declan —
Meu pai estava sentado na sala quando chegamos com nossa mãe, ele parecia um pouco abatido. Minha avó vinha da cozinha com uma xícara de chá, a presença da minha avó ali ao indicava uma coisa.

–Oi vovó. – forcei uma animação, mas em vão

–Mãe , pai? – Addison correu seus olhos entre os dois

–Não iríamos contar até amanhã, mas sim crianças. O câncer do papai voltou, e dessa vez não há o que possamos fazer. – meu pai nos contou

Uma angústia se instalou no meu peito, eu abracei meu pai de imediato.

–Você tem quanto tempo? – perguntei

–A gente não sabe ao certo, o médico me deu seis meses. – ele respondeu

–Enquanto isso vamos aproveitar o tempo que temos juntos. – Addie segurou sua mão...

P.o.v: Tyler —
Peguei uma carona com a mãe da Bee, cheguei em casa e vi um carro diferente estacionado.
Entrei e vi meus avós ali.

–Vovô. – abracei ele e a minha avó

–Não e todo dia que nosso pequeno príncipe faz dezesseis anos. – minha avó disse

–Já está virando homem. – meu avô comentou. –Bem, seu pai me disse que está terminando as aulas de direção.

–Sim. Eu vou fazer a prova com o instrutor na quarta. – contei

–E o que é de um garoto habilitado sem um carro? – minha avó me perguntou com sorriso

–Vem cá filhão. – meu pai me chamou até a garagem

–Eu não acredito. – falei olhando aquele carro, era uma Range Rover Sport PHEV 2024 na cor cinza. –Isso deve ter sido uma fortuna.

–É um presente, não liga pra isso. – me avô jogou a chave pra mim.

Depois de uma breve comemoração eu fui tomar um banho e dormir. Me levantei no outro dia radiante, estava feliz com meu novo carro, embora não pudesse dirigir ele ainda. Vesti meu uniforme e sai, meu pai me deixou ir dirigindo até a escola, com a supervisão dele.

–Valeu pai, até a noite. – sai do carro e fui em direção aos meus amigos que estavam na escadaria da escola, como sempre.

Canaã e Karma estavam abraçados enquanto esperavam.

–Meu Deus que grude. – impliquei

–Bom dia, pra você também. – Canaã respondeu

–Pelo menos estamos só abraçados. Max e Aaron estão no quartinho da limpeza nesse exato momento. – Karma contou

–E não são nem oito da manhã. – sorri.

–Como foi com seus avós? – Canaã me perguntou

–Foi legal. – respondi.

Apollo chegou ali junto com Isaac, Addie e Bee. Percebi que meu meio-irmão tentou pegar na mão do Isaac ao ver o gesto de carinho das meninas, mas o garoto tirou a mão e pegou o celular.
Estava conversando com a karma e a Bee durante a aula.

–Eu estou pensando em fazer uma festa na minha casa do lago, caso a gente ganhe o jogo de sexta. – Karma disse

–E eu tô pensando na apresentação das Cheerios. Queria fazer uma abertura legal, já que é o primeiro ano que chegamos nas quartas de final. – Addie disse

–Bem, eu posso ajudar com isso. – falei

–Eu também, tô com um pouco de raiva e quero transformar isso em algo produtivo. – Apollo disse

Os próximos dias foram puxados ajudando as meninas e treinando pesado para o jogo. O Declan não apareceu nas aulas apenas ia aos treinos.
Fui tomar um banho depois do treino, vi Addie saindo do vestiário feminino depois do ensaio das líderes.

–Ei, Addie, sabe do Declan? – perguntei a ela

–Bom, Ty, é um assunto delicado. Passa lá em casa, minha mãe vem me buscar agora quer uma carona? – ela respondeu

–Quero sim. – falei

Chegamos lá, vi o Sr.O'Brian sentado na varanda lendo algo no iPad.

–Eu vou precisar ir na farmácia, o Declan já desce. – Lydia, a mãe dos meus amigos, disse

–E eu vou me trocar. – Addison disse.

–Eu espero aqui. – respondi, fui até a varanda. –Ei, Sr. O'Brian, não foi trabalhar hoje?

–Ah meu Deus, Tyler. Me chama de Dylan. – ele sorriu. Eu retribui o sorriso. –Você ainda joga xadrez?

–O senhor não cansa de perder? – me sentei do lado dele

–Bom eu treinei bastante desde o verão. – Dylan disse

–Bem tio Dylan se é assim. Onde o tabuleiro tá? – perguntei a ele

–Tá na gaveta na sala de jantar. – ele apontou, peguei e voltei. –O Declan é amigo muito especial não é?

–Ele é sim. Ficamos bem próximo nos últimos meses. – respondi. –Inclusive o Declan tá bem?

–Ele está bem sim, quem não está sou eu. – Dylan respondeu. –Xeque-mate, Tyler.

–O senhor ficou bom mesmo. – sorri.

–É ...Tyler. Não sai de perto do meu filho, desde que começaram a ser amigos eu vejo o Declan tão radiante. – ele disse

–O que tá acontecendo com o senhor? – o questionei com um sorriso

–Você sabe que meu câncer de pulmão estava em remissão, não é? – ele me perguntou

–Sim.

–Então ele voltou mais severo e não tem muito que os médicos fazerem, é pior isso que o Declan tem faltado a aula com frequência. – Dylan me contou

–Eu sinto muito. – falei

–Não sinta, só fica do lado do meu filho. – ele disse

–Pode deixa. – assegurei.

Declan chegou ali, ele parecia cansado.

–Oi filho, dormiu bem? – Dylan perguntou

–Sim. – ele sorriu. –Oi, Ty.

–Eu queria saber se você estava bem. Você não me respondeu no Instagram. – falei

–Me desculpa. – Declan pediu. –Acho que meu pai te contou o motivo.

–Sim. E eu preciso muito ir agora. Eu me esqueci mas tenho a prova com o instrutor daqui dez minutos. – olhei a mensagem do meu pai me lembrando da prova de motorista.

–Eu te levo. – meu amigo se prontificou. –Pai a Addie tá em casa eu volto assim que acabar.

–Vai lá meu filho. – ele sorriu.

Declan correu comigo até o carro dele.

–Me desculpa mesmo. Eu só não quero sair do lado dele, eu penso que o pior pode acontecer e eu não vou estar lá. – Declan suspirou

–Eu te entendo, eu nem sei como reagiria. – respondi.

Cheguei em cima da hora, meu instrutor estava me esperando na frente do local, corri pra poder fazer a minha prova, depois de algumas voltas no quarteirão e o exame de baliza eu finalmente era um garoto habilitado.

Ele É Demais | Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora