O estender do Luar

- Capítulo 1

Conforme chegávamos percebi algo estranho em Louis... Ele parecia nervoso, tão nervoso quanto a chuva que cada vez se apressava para escorrer sobre a terra grossa que aos poucos se formava em lama.
  Forcei as vistas para enxergar um pequeno chalé no meio de todas as árvore. Já estávamos andando a cerca de uma hora, e a um km atrás havíamos desviado da estrada para floresta.
Eu estava realmente preocupada, não sabia qual era exatamente a intenção dele de me levar lá naquele lugar, vazio e no meio da floresta.

  -Louis estou com frio. -Obviamente ele ja havia percebido, ja que eu aparentava está com frio, ja que meus lábios já haviam rachado, e minhas pernas não paravam de tremer...

Fui ignorada completamente.

Eu comecei a contar os meus passos até chegar no chalé, e por incrível que pareça minhas pernas pequenas conseguiram estender sessenta e três passos.
  Subi a pequena escada de madeira que estalou conforme eu pisava nos degraus.
Como já tinha dito antes, ele estava nervoso, e com pressa para abrir a porta. Parecia que estava fujindo de algo, ou talvez, fujindo dele mesmo.
A casa estava fria, então apressadamente Louis colocou a lareira para queimar. Disse que iria no banheiro e que ja estaria de volta, para buscar roupas limpas e secas.
  Ele já estava demorando, e eu estava começando a ficar preocupada. Resolvi ir até ele... pisei levemente para não escutar o barulho irritante da madeira escura que refletia o fogo da lareira. O corredor era curto e estreito, assim como cada cômodo do chalé. A porta do banheiro estava em minha direção, entre aberta, dava para perceber que a luz do espelho estava ligada e que Louis estava parado com as mãos segurando a pia branca. Sua respiração estava ofegante, rápida, e barulhenta. Minha mão ainda estava gelada, talvez por medo do que eu realmente estava fazendo ali.

Já ouviu aquele ditado, que a curiosidade mata? Então, deixei-me levar por tal curiosidade. Assim que abri a porta, não pude deixar de notar no espelho que refletia os olhos vermelhos de Louis. No momento de desespero corri para sala, e ele correu atrás de mim... tropecei no tapete que ficava entre o sofá e a porta e pude notar que a porta estava fechada. Louis me mordeu com força na minha perna esquerda, e em seguida mordeu-me na altura do abdômen. Peguei o catiçal de ferro frio, e sem pensar o enfiei no coração de Louis, fazendo-o vomitar sangue sobre mim.
O meu arrependimento veio na hora. É isso que dá fazer sem pensar. Infelizmente arrependimento não trás nada de volta.