Eu, que tanto levei porrada?
Eu, que a todo o tempo fui empaturrado com mentiras, num prato de porcelana e ouro?
Por tantos dráculas fui beijado,
queriam-me agora apaixonado
Por quem me lambe e suga a alma?!Foda-se a quem me fode a existência. Hei eu de vos foder a todos!
Estou farto de viagens de comboio.
Quero ir a pé!
Eu já pedi para ir a pé!
Atropelem-me, se quiserem,
Mas eu vou a pé e se mos cortais,
Eu rastejo, rastejo como um monstro,
Rastejo por vidas vossas outrora vivas
E ceifo-as com neurónios que vocês, Senhores, espalharam, por sítios
Onde conexões mentais eram nada Para além de cicatrizes!Ah, queriam-me submisso...
Têm-me agora louco...
Com sangue pingando do septo...
Vós dormis na cama...
Mas a consciência vai mandar-vos p'ró chão...
Tomara que morram durante esse sono sereno...
E se não, que morram durante a queda!