Toda a minha vida foi andar aos bocejos e caídos...
Oh, idiota, dorme, que se faz tarde! (Eu dizia).
Raios parta a procrastinação que a almofada me obriga a ter
Todos os Sábados e Domingos.
Todos os santos Sábados e Domingos.
Todos os amaldiçoados Sábados e Domingos!Os dias da semana não eram melhores.
A porra da Segunda-feira,
Dava à luz uma criatura da noite que se esfolava durante o dia.
Odiava tudo.
Odiava as pessoas,
Odiava a luz,
Odiava os professores,
Odiava a vida e odiava estar vivo.Mas não tenho remorsos, não.
Porque a porra da vida também me odiava a mim!
E chamo-lhe porra, para não lhe chamar puta, a essa puta da vida.Fui eu, o escolhido para sentir esta cascata de lágrimas de crocodilo com que toda a gente me molha...
Fui eu, o escolhido para aturar a rotação de planetas que mais valiam ser bolas de futebol...
Fiquei cansado de ver gente,
Gente que se achava gente,
Gente que se fingia gente,
Gente que nunca foi nada para além de gente
E que quando deixou de ser gente,
Se esqueceu que gente foi a sua primeira condição...Bem podiam desaparecer todos...
Porque o único certo aqui sou eu...
E a culpa de eu ter enlouquecido,
Foi da extrema ignorância e estupidez dos outros. Não fui eu, não...Da minha crise existencial já eu andava habituado,
Era só deixar-me durar!Eles é que foram leões,
Eu a presa,
E a vida o circo!Agora matarei todos.
Vinde cá, que agora vós sois minha presas
E eu,
Imortal!Lázaro Andrade