O Viajante de Corações

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Audria.

Mateo me ajudou muito, me deu abrigo, eu pude reencontrar Victorine, que estava ferida e segunda ela foi apenas um acidente, e então pude ter uma noite tranquila depois de muito tempo no escuro agonizante.

Todos no acampamento me receberam bem, as pessoas que estavam alí eram todos protegidos por Mateo, pois desde o domínio completo da Rainha sob a superfície o mundo se tornou um caos, e o único lugar seguro agora é a cidade luz do castelo de Kordark, Ziazo.

Disse a Mateo que pretendo ir até lá procurando por ajuda para despertar Aurora e Avalon, mas ele disse que precisa buscar algo no mercado negro de Petuel, um lugar totalmente desconhecido para mim já que não existia em 1517, e que sinceramente me cousa calafrios só de imaginar. Mas eu não posso esperar pelos dois dias de viajem que levaria para chegar até lá, então durante a noite vou pegar tudo oque puder precisar e fugir, não vou deixar minha mãe presa naquela maldição terrível por mais tempo, eu sei o quando aquela maldição e horrível, te faz sofrer todos os dias, todos os minutos de cada hora e cada um dos segundos de cada minuto...

Quando o sol começa a se pôr, começo a me preparar para ir, pego somente o necessário e quando anoitece por completo caminho para a saída do acampamento. É difícil fugir dessa maneira, e também é muita ingratidão, mas eu não tenho escolha, definitivamente não tenho.

Eu estava passando perto de uma barraca mal cuidada e caindo aos pedaços quando pude ouvir gritos abafados, pareciam gritos de desespero, gritos de agonia e no limite do tom mais profundo de medo.

Chego bem perto e abro a barraca, havia uma pessoa sentada no chão e como estava escuro era o máximo que eu podia ver de longe, mas pela luz pálida que entrava por um dos furos podia-se ver manchas vermelhas que escorriam por todo o corpo da sombra, e aos poucos fui chegando mais perto e mais perto, então quando cheguei perto o suficiente para tocar a pessoa pude perceber que ela estava amarrada e amordaçada.

-Ei, ei oque aconteceu com você? Quem é você? -perguntei enquanto tirava a mordaça.

-A..Allard -ele estava muito ferido, fraco, doente...

-Eu sou Audria, eu vou te ajudar a sair daqui, você esta muito ferido, pode morrer desse jeito. Mas... Oque aconteceu com você, para que acabasse assim?

-Eu fiz algo que não devia ter feito, ajudei uma pessoa a fugir para salvar outra. -sua voz esta rouca e baixa, seu peito subia e descia com dificuldade.

Eu não podia fazer mais perguntas, não podia insistir quando ele já não tinha mais forças.

Mas não podia esquecer que precisava fugir, também não podia deixar alguém assim a beira da morte, ele não poderia andar até o lugar mais próximos onde alguém pudesse ajuda-lo.

-Eu posso ajudar, mas isso terá um custo para nós dois, porém só o tempo dirá que custo sera esse. Você aceita? -ele apenas assentiu com a cabeça- segure minha mão.

Eu sabia que podia usar magia, e antes de tudo acontecer minha mãe me ensinou a curar temporariamente alguém que precisasse muito, mas que teria um preço se eu usasse esse poder.

Eu me concentrei muito, tentei de verdade, imaginei como Allard seria se estivesse bem, e ele era tão familiar, parecia ser alguém que conheci, mas não podia me lembrar como e nem oque nos ligava...

Nenhum dos dois podia se lembrar, nenhum dos dois foi perdoado quando a Rainha soube que o filho bastardo da princesa havia conhecido sua jovem neta renegada de 20 anos e desde então eles vinham mantendo um romance secreto, ela não gostou de saber que a linhagem da pessoa que mais odiava podia continuar, não depois de tudo oque fez para destruir seu legado na Superfície.

Como Fugir Para O SubmundoOnde histórias criam vida. Descubra agora