Capítulo 18

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*** Allan ***

Laya me deixou na emergência e foi embora sem trocar nenhuma palavra, provavelmente estava brava comigo por te-los feito entrar lá, ou ficou meio traumatizada por causa do Lucas.

Olho em volta enquanto a enfermeira me leva até a sala do cirurgião. Todos estavam evitando me olhar e os que me olhavam era com reprovação, devem estar achando que sou só um jovem delinquente que se envolveu em uma briga de rua e acabou assim.

O cirurgião limpa meu corte e começa a costurar, segundo ele eu já tinha perdido muito sangue e teria de fazer tudo sem anestesia já que não daria tempo de esperar o efeito dela. Aguento tudo com uma careta, mas nada dói mais do que imaginar que meus amigos ainda estão presos lá com aqueles monstros.

O cirurgião pede o número dos meus pais, ele disse que não pode me dar alta sem antes contata-los do ocorrido. Meus pais não podem nem sonhar sobre o que eu estou fazendo, se não a probabilidade de minha morte vai aumentar para uns 100%.

Dou um número falso e aproveito a ausência dele para escapar pelos corredores, sorte que eles nem me viram, tenho certeza que não ia conseguir correr nem meio metro com essa perna. Já estou quase na saída quando de repente uma porta se abre e eu sou puxado para dentro dela.

Olho em volta assustado e percebo que estou em algum tipo de armário de vassouras, olho em volta para ver o que me puxou e não encontro. Então eu vou até a porta, mas assim que dou o primeiro passo piso em alguma coisa macia, me assusto pensando que era um rato e acabo me desequilibrando e caindo de bunda nas vassouras. Tiro algumas delas de cima de mim e olho para onde pisei e vejo um ursinho amarelo no chão.

- Ah não! Me deixa em paz! - tento me levantar as pressas, mas acabo caindo de novo. De repente o ursinho se levanta e olha para mim me fazendo ficar paralisado. Nunca fiquei com tanto medo de uma coisa tão fofinha.

- Não precisa ter medo Allan, eu só vim trazer um recado. - ele fala se aproximando de mim.

- Eu não quero nada de você, nada! - Falo com uma voz esganiçada. Me levanto e vou até a porta, mas ela estava trancada.

- Me escuta seu pirralho mau educado, você vai voltar para aquela pizzaria agora e vai salvar seus amigos de morrer - ele diz rindo na parte em que falava de eu salva-los.

Ele começa a gargalhar sinistramente e então para me olha sério e fala:

- É melhor voltar lá moleque. - então se vira pula para a maçaneta e abre a porta sem maiores dificuldades e vai embora.

Abro a porta rapidamente para pega-lo, mas não encontro ninguém. Aproveito que o corredor continua vazio e me desliso entre a porta sem que a balconista me veja.

Do lado de fora começo a correr, ou melhor, mancar. Só tenho um destino em mente.

- Me aguarde FredBear.

*** Alice ***

Assim que a Chica chegou perto de mim eu peguei meu rolo e bati na cara dela, ela ficou meio atordoada, mas logo estava me perseguindo de novo.

Corri até a porta, mas acabei tropeçando naquele maldito bolo de batatas fritas e baratas e um terror repentino me dominou, naquele momento eu estava com mais medo das baratas do que da Chica .

Chica chegou perto de mim e me levantou do chão  que estava cheio de baratas, e um alívio me preencheu me fazendo falar sem pensar.

- Obrigada, obrigada , muito obrigada... - quando percebi com quem eu estava falando acabei paralisando, a Chica ficou parada me olhando de um jeito esquisito, mas gentil.

Então ela começou a me levar para o porão. O caminho inteiro foi silencioso e sem sustos até que ela me levou para uma sala escura com apenas uma mesa, algumas cadeiras velhas e um telefone.

- Está noite já tá pra acabar - ela aponta para um relógio que estava meio escondido  pela escuridão -  fique aqui até as seis horas da manhã e não importa o que aconteça ou que escute não saia dessa sala - ela me olha como se estivesse esperando uma resposta, olho pró seus olhos que finalmente voltaram ao normal, balanço a minha cabeça afirmando que entendi o que ela me disse, ela olha para mim novamente e vai embora me lançando um sorriso estranho, mas tranquilizador.

Assim que ela sai eu pego o telefone e começo a discar para a policia, mas o telefone só dava estática, mas mesmo assim escuto uma voz fraca quase que um sussurro no meio da estática que parecia que queria esconder a voz em seus ruídos.

- Ajude-nos - A voz repetia várias vezes.

Uma batida forte faz eu desligar o telefone rapidamente, me aproximo devagar da porta me escondendo nas sombras para não ser percebida, me agacho e espio pela porta, mas não consigo ver nada.

Se ela acha que eu vou ficar aqui esperando muito enganada.

Olho em volta planejando o que posso fazer. Pego o telefone que a pouco tinha usado e olho para ele distraída, sem pensar duas vezes atiro-o na parede fazendo com que ele se quebre.

Então começo a pegar tudo o que vejo e jogar na parede, nada escapa, a mesa, as cadeiras, uma caixa cheia de cabeça de animatronics, o relógio.

- Me tira daqui! - assim que eu grito isso a porta se abre com um estrondo, me fazendo cair encima da mesa que eu quebrei com o susto.

Olho para a porta aberta, mas não vejo ninguém, me levanto ignorando algumas farpas que me machucaram quando eu cai encima da mesa. Vou até a porta rapidamente antes que alguém possa fecha-lá novamente. Olho em volta cautelosa e me dirijo ao palco, não tem nenhum animatrônico lá, mas sinto a presença de alguém.

Corri para a saída olhando para trás para evitar alguma surpresa, mas a surpresa acabou vindo de frente, esbarrei em alguém e caí no chão escuto um som metálico de algo caindo e já sei que é um animatrônico. Me levanto rapidamente pronta para fugir, mas a coisa agarra minha perna me fazendo cair de novo.

- Espera, Alice. Sou eu Laya - olho para ela e a vejo no chão segurando um extintor de incêndio bem amassado.

- Laya? Eu pensei que você já tivesse fugido com o Allan, o que aconteceu? - Pergunto me levantando e ajudando ela a se levantar.

- Ué? Mas eu consegui sair mesmo com o Allan, deixei ele na emergência, mas quando fui a delegacia você me ligou pedindo ajuda e eu voltei - fala ela espantada.

- Mas eu não liguei pra você... - falo pensativa. - deve ter sido aquela galinha. Pera aí, você falou que saiu com só com Allan, isso quer dizer que o Lucas ainda tá aqui? - falo olhando em volta.

- O Lucas...ele...ele morreu. O Foxy o matou. - ela fala cabisbaixa.

- O que?! Mas...mas... - Não consigo falar nada, pensei que esse tempo todo eles só queriam nos aprisionar ou nos assustar, mas isso foi demais. Não conhecia o Lucas direito, mas não consigo evitar e que algumas lágrimas saíssem dos meus olhos, olho para a Laya com pena imaginando como ela deveria estar, mas seu olhar só demonstrava um frieza indiferente.

- Mas cadê o Nick? - Ela pergunta mudando de assunto e me fazendo arregalar os olhos.

- A meu Deus, eu esqueci completamente dele! - Falo alarmada - Não faço a mínima ideia de onde ele esteja... - levo a mão a cabeça puxando meus cabelos.

- Calma, vamos pensar, quando foi a última vez que você  viu ele? - Ela fala e eu começo a pensar, me assustando quando lembro.

- Essa não... Ele está com Freddy.

Five Nights at Freddy's: Bem-Vindo Ao Seu PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora