Capítulo 17

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*** Laya ***

Andei com Allan até o hospital. Carreguei ele praticamente todo o percurso, ele ainda estava consciente, mas eu percebia a agonia refletida no seu rosto. Deixei ele na emergência  e fui correndo até a delegacia que ficava ali perto.

Mesmo sendo perto eu corri todo o percurso tentando tirar os pensamentos ruins da minha cabeça.

Quando finalmente cheguei na delegacia, o meu peito ardia pelo esforço e eu respirava com dificuldade. A delegacia parecia deserta, mas a porta estava aberta. Segurei na maçaneta gelada, mas parei por um instante ainda indecisa.

Será que vão acreditar em mim?

Abro a porta da delegacia tentando pensar no que eu iria dizer para convence-los. Me aproximo devagar do balcão, olho em volta, mas parece não haver ninguém ali.

- Tem alguém aí? - Falo quando chego no balcão.

Me arrepio quando um vento frio passa nas minha costas, as luzes começam a piscar fazendo o local ficar mais sombrio do que já estava. Corro para porta por instinto, mas ela estava trancada.

- Que droga! - tento forçar a porta, mas ela nem se movia. 

Escuto um telefone tocar em um lugar não muito distante de mim. Sigo o som curiosa, sei que o telefonema é para a delegacia e que eu não deveria atender, mas alguma coisa me atraiu para ele.

O som vinha de trás do balcão, me dirigi lentamente até ele e peguei o telefone. Quando coloquei no meu ouvido só ouvi estática, mas depois comecei a ouvir gritos distantes, não consegui entender o que diziam, mas logo todo o barulho cessou.

- Alô... - Falei pensando que haviam desligado, mas logo ouvi um grito agudo e quase deixei o telefone cair com o susto, mais vozes vinham do fundo, mas dessa vez eu consegui compreende-las.

- LAYA!? Socorro! Nos ajude, por favor! - escuto Alice falar, ela parecia estar chorando, mas logo ouço outra voz que vinha bem baixinho ao fundo, mas reconheci que era da Alice também.

- Não Laya! Não escute ela! Não sou eu, não sou... - escuto um baque é a voz se cala. Ouço o telefone sendo desligado, mas continuo com o telefone no ouvido aterrorizada.

Uma mão esquelética pousa no meu ombro me fazendo soltar um grito e me virar.

- E bom ter uma boa desculpa para estar aqui mocinha. - fala um policial e eu solto o fôlego aliviada.

- Seu policial eu preciso da sua ajuda! - falo aterrorizada já começando a chorar - Os meus amigos estão presos em uma pizzaria e os animatronics de lá ganharam vida e estão tentando mata-los, eles já mataram meu primo e se o senhor não mandar todos os policiais daqui pra lá agora eles vão matar os meus amigos, e eles...

- Espere um pouco, um animatronic matou alguém? - o policial fala cético, com um ar de riso.

- Sim, sim, foi aquela raposa pirata, mas não tem só ela não, - eu falo com a voz um pouco alterada - tem também um galinha macabra, e um coelho roxo assustador também! Ah, e tome cuidado com o urso, não, não, os ursos, eles são do mal...

- Seus pais sabem que a senhorita está usando drogas? - ele fala voltando a ficar sério.

- O que? Não, não, quer dizer, eu não uso drogas e o senhor precisa salva-los, se o senhor não for logo o urso vai matar eles! - eu falo, mas o policial continua descrente.

- Eu sinto muito, mas vou ter que ligar para os seu pais. - o policial fala tranquilo.

Bufo irritada e saio correndo para a porta.

- Ei! Volte aqui! - fala o policial indo na minha direção, mas eu sou mais rápida e abro a porta, que está aberta agora.

Corro pela rua ignorando o policial gritando na porta da delegacia. Viro a rua e corro até a pizzaria. As luzes dos postes estão todas desligadas e as ruas estão silenciosas e desertas.

Uma dor começa a incomodar no meu abdômen, mas não paro de correr nem por um segundo.

Chego na pizzaria e paro para recuperar o fôlego e pensar. Não entraria lá de novo sem algo para me defender ou um plano. Olho pela rua buscando alguma coisa que eu possa usar, mas não vejo nada de útil.

Chego perto da porta e vejo o extintor de incêndio que eu havia usado com o Foxy do lado de fora. Um ódio enorme me invade com as lembranças ainda frescas do que tinha acontecido ali. O Sangue já estava seco na porta, mas o corpo de Lucas não estava mais lá. Seguro o extintor analisando-o.

- É, vai dar pró gasto - abro a porta e entro pela última vez naquele lugar.

*** Nick ***

Freddy pula em minha direção tentando me derrubar, mas desvio correndo para outro corredor que dava acesso para o armazém. Assim que fecho a porta escuto um grito rouco do Freddy e logo em seguida ele começa a bater na porta força tentando derruba-la.

- Vamos garoto, aceite logo o seu destino e pare de lutar - começo a escutar a porta ranger a cada batida que Freddy dava nela.

Vamos Nick pense, está porta não vai resistir por muito tempo.

Começo a olhar ao redor procurando alguma coisa que me ajudasse a sair de lá.Quando parecia que a porta finamente iria ceder, Freddy para de bater nela. Me aproximo cuidadoso e coloco o meu ouvido na porta conseguindo escutar a respiração pesada dele, quase caio no chão com o susto que levei quando ele voltou a se movimentar e se distanciar da porta.

Sento no chão frio e tento me acalmar, coloco a mão no coração sentido-o desacelerar devagar, mas ela volta acelerar quando as luzes do armazém começam a piscar, sinto cheiro de algo queimando, me levanto rapidamente percebendo que a porta estava pegando fogo. Me afasto da porta assustado, mas logo o fogo se alastra pela pequena sala. Começo a escutar vários gritos de crianças, coloco as mãos no ouvido tentando abafar os gritos delas, ando para trás até bater as costas na parede onde me agacho até encostar munha cabeça em minhas pernas. Os gritos começaram a machucar os meus ouvidos, mas, como se nunca tivesse acontecido, as vozes se calam e o cheiro de fogo some, abro os meus olhos que tinham se fechado por causa da dor, na minha frente tinha uma pequena caixa de presente, pego a caixa mas antes de abri-la olho para os lados  procurando quem a colocou ali, sem encontrar o responsável abro a caixa que só tinha um pequeno papel que eu pego com cuidado.

" Não os culpe pelas suas ações, eles só são almas querendo vingança de quem os matou, mas não conseguem, infelizmente não conseguem se controlar deixando sua raiva cair nas pessoas que se aventuram aqui durante a noite, os ajudem a se libertar a conseguirem a sua vingança..."

O resto da carta estava borada e um pouco molhada parecendo que alguém está chorando quando a escreveram. Me levanto e coloco a carta no meu bolso com cuidado para não rasga-la. Me aproximo da porta a abrindo devagar pelo menos o suficiente para conseguir espiar por ela, o corredor parecia vazio e um pouco convidativo dando uma falsa segurança, saio do armazém e começo a andar para sala de segurança fechando as duas portas quando sego lá.

Me sento na cadeira e ligo as câmeras tentando procurar Alice, escuto um leve ruido de metal perto da porta da esquerda, coloco na câmera 2B e me deparo com um cartaz do FredBear.

Mudo de câmera ignorando o cartaz, coloco a câmera no salão de festas e consigo ver Chica arrastando Alice para o Parts&Services, escuto uma risada de criança fazendo me desviar o meu olhar das câmeras

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Mudo de câmera ignorando o cartaz, coloco a câmera no salão de festas e consigo ver Chica arrastando Alice para o Parts&Services, escuto uma risada de criança fazendo me desviar o meu olhar das câmeras.

- Buu! - FredBear fala antes de atingir a minha cabeça me fazendo desmaiar.

Five Nights at Freddy's: Bem-Vindo Ao Seu PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora