Capítulo 29

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*** Angel ***

Eu simplesmente não sabia o que sentir. Eu não sabia se ficava triste pelo fato de ter a possibilidade de nunca mais poder ver o meu irmão, se fico preocupada de algo vim me pegar ou se eu ficava com nojo pelo fato do policial de colocado as suas mãos suadas nas minhas. Eca!

Ele se levanta, mas ainda segurava a minha mão.

- Bem, não vamos perder mais tempo - ele me puxa escada acima trancando novamente a porta quando passamos por ela. Sou levada até um viatura abrindo a porta do carro para eu entrar - me espera aqui, eu já volto - ele fala fechando a porta e voltando para a delegacia.

Quando ele volta outros polícias também saiam do prédio e entravam nas suas viaturas que saíram em alta velocidade.

O policial entra na viatura onde eu estava, ele pega o rádio e vira para mim.

- Qual o seu nome mesmo, mocinha?

- Angel - falo curiosa para saber o que ele ia fazer.

O policial lê o nome da escola que estava na minha camiseta e depois vira para frente começando a falar no rádio:

- Central, por favor, me envia os dados da Angel que estuda na escola  St. James High School - o policial para de falar e logo uma voz feminina começa a sair do rádio falando quase tudo sobre mim. Ela falo onde eu morava, onde estudava, com quem eu morava e até a minha aparência física.

Meu Deus, a minha vida toda era espionada e nem sabia.

O policial liga o carro e começa a dirigir sem pronunciar mais nenhuma palavra. Com o tempo a paisagem do lado de fora do carro começa a ficar mais familiar. Não demora muito para logo o carro parar na frente da minha casa. O policial desse do carro e abre a porta para mim, mas me recuso a sair.

- Eu não quero ficar em casa, quero ajudar você na Fazbear's - falo cruzando os braços.

O policial suspira e novamente passa a mão na sua cabeça, provavelmente pensando e uma maneira de me convencer a sair da viatura.

- Olha Angel, eu sei que você está preocupada, mas entenda que aquele lugar é muito perigoso para uma criança por mais que lá seja uma pizzaria infantil - ele fala, mas o ignoro me virando de costas para ele.

Escuto ele fechando a minha porta de novo, me viro e vejo ele se aproximando da minha casa, seguro na trinca da porta tentando abri-la.

- Não, por favor... - grito enquanto bato na janela do carro com a palma da mão.

Ele sobe os degraus de madeira da entrada e bate na porta da frente. Espera alguns segundos e bate novamente, quando ninguém atende ele segura na maçaneta e abre a porta apodrecida que pende para um lado quando ele a solta.

O policial entra na casa cessando minhas esperanças de ir para a pizzaria. Me encosto no banco e cruzo os braços bufando. Ótima ideia a minha, agora vou ter que ficar em casa mofando com o meu pai. Provavelmente deve estar caído no sofá da sala segurando uma garrafa de cerveja vazia.

O tempo passa e policial não volta, provavelmente deve estar com dificuldades para acordar meu pai. Me estico para a frente e ligo o rádio para ouvir alguma coisa enquanto ele voltava, mas só saia estática.

Encosto a cabeça no banco e fecho os olhos enquanto penso em Nick. Ele sempre foi um cabeça dura teimoso, mas trabalhar naquela pizzaria foi demais, eu nunca vou entender o porquê dele ter ido trabalhar lá se até onde eu sabia ele já tinha outro emprego.

Aos poucos fui caindo no sono. Eu estav em um lugar escuro, andava pelo local sem saber por onde estava indo, de repente uma melodia calma e triste começa a ser tocada um pouco longe de mim, sigo o som que me levava para uma caixinha de música, ao seu lado estava um menino pálido, ele cantava com sincronia com a música em quando o próprio derramava lágrimas.

Quando a música acaba o menino olha para mim, o seu rosto não parecia real, era como se estivesse pintado. Sua boca sorria, mas o resto do seu rosto demonstrava tristeza. De repente ele some deixando a caixinha de música para trás, eu a pego e com calma começo a toca-la. 

Eu acordo já olhando ao redor. Eu não estava mais na viatura, mas sim no meu quarto.

Como vim parar aqui?

Escuto uma risada familiar perto de mim, me levanto e olho para o lado, não me surpreendendo ao ver Golden, mas me surpreendeu ao vê a caixinha de música do meu sonho ao seu lado.

- Já acordou menina anjo? - A voz de Golden ecoa pelo quarto escuro enquanto ele encarava o vazio com seus macabros olhos vermelhos - Os sonhos são tão misteriosos não acha? - enquanto falava, se aproximava da minha cama vagarosamente - Os sonhos são profecias sussurradas do além, trazidas por demônios vagantes que estão sempre nos mostrando o futuro, ainda que não possamos enxerga-lo - ele se aproxima do meu criado-mudo e pega a caixinha de música - Gosta de músicas garota anjo? - Sem esperar uma resposta ele abre a caixinha que toca a mesma música que eu havia ouvido em meu sonho, só que agora ele parecia mais profunda e fúnebre.

Sobras negras começaram a aparecer vindas debaixo da porta do meu quarto. Elas se moviam lentamente pelo quarto conforme o ritmo da música, não tinham rostos, mas lágrimas de angustia escorriam pelo seus rostos enquanto davam gritos e gemidos de dor. Cinco ao todo.

Tentei me levantar da cama para fugir, mas mãos metálicas vindas debaixo da cama me prenderam. Gritei e me debati desesperadamente, mas as mãos que me prendiam estavam me apertando cada vez mais.

Até que a música parou e tudo ficou silencioso, até as mãos que me apertavam ficaram um pouco frouxas. Golden encarava a caixinha de modo estranho enquanto as sombras ficavam imóveis olhando para o chão.

Fiquei parada, com medo de que se eu me mexesse a música voltasse a tocar. Até que Golden moveu sua cabeça rapidamente na minha direção e levantou as mãos e soltou um grito alto e tenebroso que estremeceu as paredes do quarto e me fez gritar junto e chorar de medo. O grito continuou, era como se eu estivesse escutando a trombeta do próprio Lucifer. As paredes começaram a se despedaçar e eu caí numa escuridão vermelha com o grito ainda ecoando na minha mente.

- NÃO - acordo apavorada, olho para os lados e fico um pouco aliviada em ver que ainda estava na viatura, coloco a mão no coração sentido-o acelerado -  foi tudo um sonho, apenas um sonho... - falo tentando me tranquilizar.

Olho para a minha casa e vejo o policial saindo e logo atrás o meu pai, o policial chega perto do carro e abre a porta.

- Angel vem, vamos entrar - o meu pai fala com uma certa calma, tentando me convencer a sair, mas eu viro de costas para ele e cruzo os braço do mesmo jeito que fiz com o policial - Ok, é você que está pedindo - ele se aproxima de mim e segura o meu braço me arrastando para dentro da casa.

Quando chego perto da porta o meu pai me solta e eu corro para o meu quarto com raiva de ter saído do carro.

Bato a porta com força e me jogo na cama, começando a chorar de novo. Fazendo uma maldita frase voltar a ser repetida em minha cabeça.

Nick morreu...

Five Nights at Freddy's: Bem-Vindo Ao Seu PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora