Capítulo 6 DEGUSTAÇÃO

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            Fernanda entrou no ônibus que ligava o seu distante bairro da periferia da cidade, por pouco não se encaixando na descrição de zona rural, e sentou-se na janela para observar os últimos raios de sol que despertavam no horizonte.

Estava com o estômago embrulhado, não só pelo fato da gravidez em si que cobrava o seu preço e reivindicava seus direitos sempre quando acordava pela manhã. Era pelo simples fato de ter que dar o seu melhor no novo emprego. Fazer com que gostassem do seu trabalho como empregada e assim poder ficar até o último dia que pudesse aguentar com a gravidez já bem avançada. Sua mãe trabalhou até hora antes do seu parto, ela também conseguiria esse feito.

Padre Simas havia pintado um excelente quadro sobre Sérgio e a família Chiarelli. Dizendo que ele era um patrão bondoso e justo. Nunca iria cobrar mais do que esperava e nem coisas que não estavam em sua alçada.

E isso acalmou seus receios de não conseguir lidar com a carga do trabalho. E essa era a situação que mais lhe amedrontava, desde que o padre havia contado sobre a resposta positiva quanto a proposta de emprego.

Fez o trajeto em silêncio, calculando o tempo que faria de viagem todos dias e pensando nas coisas novas que aprenderia a lidar na casa nova daqui em diante. Desceu no ponto central da cidade e caminhou até a residência onde estaria passando a trabalhar daqui em diante. Tocou a campainha e ficou esperando por resposta. Quando a porta abriu, um jovem, que ela presumiu ser o Ricardo apareceu.

– Bom dia. – Falou observando o jovem, não tão alto como o irmão mais velho, mas ainda tinha chance de alcança-lo em breve.

Ele ficou desconfiado e antes que fechasse a porta com medo que fosse alguma emboscada, Fernanda apressou-se em se apresentar decentemente.

– Meu nome é Fernanda. Conversei com o Sérgio ontem à tarde sobre...

– Sim, sobre trabalhar aqui, não é? – O espanto dele deu lugar a um olhar mais relaxado. – Mano! – Gritou pegando Fernanda de surpresa. – A moça chegou!

– Já notei. – Sérgio apareceu abrindo mais a porta e sorrindo. – Bom dia, Fernanda e seja bem-vinda a nossa casa.

Com um passo para trás ele deu espaço para que ela pudesse entrar e conhecesse um dos cômodos. Sérgio começou a conversar com ela e a mostrar a casa por completo. Primeiro o andar de baixo, com o hall por onde entraram, passando pela sala onde havia uma televisão grande e sofás, a cozinha com a mesa para as refeições e um banheiro sobressalente.

Apresentou Ricardo, que ela havia acertado e na cozinha, Liana, que estava muito ocupada comendo para conhecer Fernanda. Subiram as escadas que dava para os quartos e foi apresentada a cada uma das suítes que ali possuíam. Foram para a rua onde um imenso pátio com uma piscina no meio e encerrando o tour na pequena peça que ficava na rua com armários para os materiais de limpeza, e de manutenção da piscina.

– Praticamente um depósito com outro banheiro. – Como falou Sérgio ao final do pequeno passeio pela propriedade. – Tem uma geladeira que eu sempre deixo com algumas coisas para ti comer e tudo mais que não cabe lá em casa.

Ela assentiu percebeu que essa era a hora de começar a trabalhar. Uma vassoura, panos, baldes e materiais de limpeza não precisam ser tão bem apresentados assim. Todos já conheciam suas funções.

– Essa tarde é a única que eles têm livre. Então vão ficar por aqui, ou lá no mercado me incomodando. – Sérgio riu sem jeito. – Desde que eles não tenham mais lição de casa podem ir para lá ou qualquer lugar que tu esteja junto, certo?

Ponto e Vírgula DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora