Capítulo 8

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Capítulo 8

Depois de comer eu fui me deitar. Tirei meu tênis e me esparramei na cama pensando no que ele havia me dito. Será que ele esperava que acontecesse algo mais intimo entre nós? Será que eu dei a entender que eu também queria? Ou o meu comportamento dessa manhã me entregou? Claro, eu não podia negar que ele era um tesão, mas eu não era esse tipo de garota, que dorme com qualquer um... O que aconteceu hoje e ontem foi pura e simplesmente perda de controle, eu não tinha comando do meu corpo, ele queria algo e eu dei!

A quem eu estava querendo enganar, eu também quis aquilo, mas não significa que eu vá fazer mais do que aquilo com ele!

–Então... –ele falou me encarando lá da sua poltrona.

–Então o que? –perguntei olhando-o.

–Porque você esta fugindo mesmo? –ele perguntou.

–Porque meus pais querem que eu case com um cara que eu não amo. –eu disse.

–Mas você não precisa fugir para isso, você já pensou em dizer 'Não'? –ele disse.

–Você não conhece meus pais, 'não' para eles não tem significado algum. –eu disse irritada. –A minha vida inteira eles me obrigam a fazer as vontades deles, que roupa usar, com quem conversar, o que comer... Tudo! Não foi só por causa do casamento que eu fugi isso só fez a bomba explodir! Eu me sentia sufocada dentro daquela casa. –eu acabei contando para ele todos os meus motivos, eu só não sabia responder o porquê eu senti tanta confiança nele para fazer isso.

–Mas você não tem amigos para te apoiar? –ele perguntou.

–Claro que eu tenho, a Alice e o Emmett me dão a maior força, mas o que eles poderiam fazer contra os meus pais? –perguntei e vi que ele se sentava mais ereto em sua poltrona.

–Como são esses seus amigos? –ele perguntou num tom muito interessado.

–Porque quer saber?

–À toa, gosto de julgar o caráter das pessoas. –disse ele.

–Bom... A Alice é uma força da natureza, aquela baixinha! –eu disse rindo. –Ninguém consegue dizer não para ela, ela parece o Gato de Botas do Sherek com aqueles olhinhos pidões quando vê um sapato novo. –eu disse e ouvi uma risadinha vindo da direção dele. –Eu a amo, ela é a minha melhor amiga, fazemos tudo juntas! –eu disse. –Já o Emmett... Ele é uma figura, faz todo mundo rir, mas é muito convencido se acha o cara só porque era o capitão do time de basquete da escola, ele e a Alice são únicos. –eu disse.

–E esses seus amigos tem mais irmãos ou são só eles? –ele perguntou.

–Ele tem um irmão mais velho, mas não sei o nome dele e nunca vi fotos na casa deles, eles não falam dele, só que sentem a sua falta e que respeitam as decisões dele. –eu disse.

–Há quanto tempo você está em Forks, Bella? –ele perguntou.

–Um pouco mais de dois anos. –eu disse. –No começo eu não tinha amigo nenhum, até que um dia derrubei suco em minha roupa lá na escola... Alice estava no banheiro e me ofereceu ajuda. –eu disse me lembrando do dia em que a conheci. –Acredita que ela sempre tem uma muda de roupa na mochila? –eu ri.

–Seus amigos parecem ser de boa índole. –disse ele meio pensativo. –Eles namoram? –ele perguntou.

–Namoram, e sabe o que é mais engraçado? –eu disse rindo. –Eles são irmãos gêmeos e namoram com irmãos gêmeos, Jasper e Rosalie Hale, é uma figura esses quatro juntos, eu também gosto muito deles, fico imaginado que se um dia eles resolverem ter filhos, que eles terão uma multidão para criar. –eu disse rindo e ouvi uma risada gostosa vindo de Edward, olhei curiosa para ele, mas não disse nada, ele parecia estar se divertindo com o que eu dizia.

–E você tem namorado? –ele perguntou e eu tenho certeza de que corei até a o dedão do pé.

–Não. –respondi.

–E porque não? –ele perguntou agora me parecendo muito mais interessado ainda.

–Não tenho boas experiências com namoros. –eu disse.

–Por quê?

–Porque o cara que eu dei meu primeiro beijo era gay, ele só se aproximou de mim porque achava o Emmett um tesão... James desgraçado! –e então Edward explodiu em uma gargalhada. –Qual é desgraça dos outros é colírio agora? –perguntei e ele continuou rindo. –Ei, isso não é engraçado! –eu disse.

–Muito pelo contrario, você não faz idéia de como isso é engraçado! –e ele continuou rindo. Irritada deitei na cama de costas para ele, ainda ouvindo a sua risada.

Já fazia um tempinho que ele havia parado de rir, mas eu continuei virada de costas ainda muito irritada... Porque poxa, aquele foi um dos piores dias da minha vida e ele zomba comigo assim!

Senti a cama ao meu lado afundar, e fiquei tensa.

–Não fica chateada não. –disse ele no meu ouvido e me abraçando por trás, assim eu esqueço até o meu nome!

–Ta bom. –eu disse suspirando pesado.

–Fica de frente pra mim. –disse ele me virando e eu vi seus intensos olhos verdes cravados em meu rosto. –Você ta chateada ainda? –ele perguntou.

–Um pouquinho. –eu disse fazendo biquinho.

–Desculpa. –OMG! Eu ia desmaiar desse jeito, era pecado esse homem fazer isso comigo! Como eu ainda podia estar viva com ele me olhando daquele jeito e falando comigo em sua voz sedutora? Não tem explicação.

–Ta bom. –eu disse bem baixinho.

–Não foi convincente. –disse ele e eu olhei para cima só para ver seu olhar malicioso enquanto ele aproximava seu rosto do meu, me dando um beijinho no canto da minha boca. –Você me desculpou?

–S-sim. –droga, porque eu tinha que gaguejar logo agora?

–Eu acho que não. –ele disse e então colou seus lábios aos meus. Fui até o céu e voltei quando sua língua pediu passagem e eu de boa vontade a dei.

Nossas línguas se tocavam calma e sensualmente, explorando a boca do outro em todos os cantinhos, saboreando nos mínimos detalhes. Sua boca tinha gosto de menta, e fazia loucuras com todo o resto do meu corpo enquanto nos beijávamos. Eu sentia que eu era uma bomba relógio, eu poderia explodir a qualquer momento e a culpa ia ser somente de Edward e de sua boca deliciosa. Ouvi um gemido vindo dele quando infiltrei minhas mãos em seus cabelos, apertando e puxando, fazendo com que nossos lábios se colassem ainda mais.

Eu queria não ter que respirar, mas isso era uma necessidade tanto minha quanto dele e nos separamos de má vontade.

–Agora você me desculpou. –disse ele.

–Idiota. –eu disse ainda tentando recuperar o meu fôlego.

–Já recuperou o fôlego? –ele perguntou um tempinho depois, eu já podia respirar com mais calma.

–Já por quê? –ele não me respondeu com palavras, simplesmente voltou a me beijar.

Essa noite não teve pegação, só curtição. Edward e eu ficamos ali, nos beijando e curtindo a presença um do outro até que o sono nos venceu e por incrível que pareça nenhum de nós dois acordou de madrugada para agarrar o outro. Eu tinha uma teoria para isso. Quando a coisa parecia proibida e inalcançável, meu subconsciente agia por vontade própria agarrando Edward, mas agora que ambos havíamos chegado a um acordo e sabíamos nossas limitações, ninguém -eu- tinha que acordar de madrugada para agarrar o outro, para aproveitar o máximo que podia. Tinha que haver um motivo mais forte para isso.

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