Capítulo 16
Já se fazia tres dias desde que me tiraram do meu mundo. Eu não saia de casa, eu não comia, eu apenas ficava fechada em meu quarto e não permitia a entrada de ninguém, nem mesmo a de meus amigos. Daqui mais ou menos uma semana eu morreria ao ser obrigada a dizer sim, ao homem que me causava asco.
Eu estava aqui agora, deitada e olhando para o pé da minha cama, lembrando dos momentos maravilhosos com que eu passei ao lado de Edward, meu Edward. Ouvi uma batidinha tímida na porta, mas ignorei.
–Bella é a Alice. –disse ela. –Eu sei que você esta acordada e olha não precisa abrir a porta para mim, só me ouça ok? –ela esperou um consentimento que não veria. –Olha sua mãe me contou onde e com quem você estava... –ergui a cabeça dos travesseiros de repente muito interessada, ouvi ela dando uma risadinha. –Eu já até posso imaginar o que aconteceu ali naquela cabana, meu irmão é lindo não é? –ela disse e eu em um tiro abria a porta para ela.
–Porque você nunca me contou sobre ele? –eu disse para a sua expressão assustada com o meu rompante.
–Bella, nós tínhamos que respeitar a decisão dele. –disse ela entrando em me quarto e indo abrir as cortinas e janelas. –Nossa isso esta uma zona! –disse ela olhando para a bagunça que a minha cama estava para o meu pijama puído e para o cestinho de lixo, onde continha lencinhos de papel sujo e transbordado. –Quando meu irmão resolveu se fechar naquela cabana, apesar de sentirmos a dor dele e sofrer junto, nós respeitamos as decisões dele. –disse ela. –Mas minha mãe ficou seriamente doente pela ausência de Edward. –era a primeira vez que eu ouvia o nome dele em tres dias, eu me sentia arrepiar. –Papai tomou a decisão de retirar toda e qualquer lembrança dele daquela casa até o dia que ele decidisse voltar e como você percebeu ele ainda não voltou.
–Alice... –eu choraminguei. –Ele se culpa tanto pela morte da família dele! –eu me debrucei em seu colo. –Não é culpa dele! –eu falei olhando em seus olhos, e só agora percebi que neles tinha a lembrança de um verde, aquilo me fez lembrar de Edward.
–Mas não foi mesmo. –disse ela me olhando seriamente. –Nós o procuramos na cabana para lhe contar, mas ele não nos aceitou ali e nos mandou ir embora a patadas. –ela suspirou. –O acidente foi criminal. –ela sussurrou e eu coloquei as mãos em minha boca em choque. –Os cabos de freio haviam sido cortados, ele não teve um pingo de culpa.
–E porque vocês não insistiram? –perguntei furiosa. –Ele tinha, ele tem o direito de saber!
–Nós tentamos. –ela disse assustada.
–Não o suficiente! –eu quase gritei. –Eu teria acampado na porta daquela cabana e esperado até ele aparecer.
–Ele nunca apareceu. –ela disse baixinho.
–O que? –eu falei confusa.
–Eu e Emmett fugimos de casa e acampamos em frente à cabana por tres dias, ele não apareceu. –ela falou triste. –Então nosso pai veio nos buscar, não tivemos escolhas.
–Me desculpe... Eu realmente não sabia. –eu disse voltando a me sentar ao seu lado.
–Tudo bem. –ficamos em silencio por um tempo. –Você esta mesmo apaixonada por ele?
–Eu o amo. –eu falei. –Ele também me ama... Oh! –eu disse chocada.
–O que? –ela estava preocupada.
–Alice ele deve estar se sentindo horrível agora! –eu disse. –Pelo pouco que eu o conheço, posso te garantir que ele imagina que merece estar passando por isso agora! –seus olhos estavam marejados. –Ele deve estar sofrendo tanto! –eu disse baixinho.
Fiquei imaginando Edward ali naquela cabana sozinho a tres dias. Durante esse tempo eu só pensei em mim e na minha dor, mas eu não pensei no que ele poderia estar passando agora. Ele estava sofrendo e o aperto em meu peito me confirmava isso. Eu precisava arrumar um jeito de voltar para lá, mas eu não sabia como, pois posso te garantir que meus pais fariam marcação cerrada comigo agora. E então eu tive uma idéia brilhante.
Levantei e fui até a minha escrivaninha pegando um caderno com folhas limpas e uma caneta e sentei-me ao lado de Alice.
–Alice, você vai pegar o Emmett e vai atrás do Edward. –eu falei. –Siga o caminho que esta nesse mapa e chegara lá mais rápido. –eu desenhei no mapa que eu havia feito o atalho que ele havia pegado naquele dia que voltamos da cidade. –E vocês vão lá dizer para ele tudo o que acabou de me dizer, levem o laudo pericial do acidente! Façam-no ver que ele não é culpado. Vocês vão não é?
–Claro. –disse ela pegando a folha de minha mão e se levantando, ela tinha uma expressão decidida em seu rosto. Eu só havia visto aquele olhar decido uma única vez na vida, na liquidação de bolsas da Gucci, era a ultima... Alice quase matou uma mulher. Arrepiei-me só de lembrar daquele dia, mas se ela estava com esse olhar de novo, eu sabia que seria bom, pois ela não sairia de lá até que ele a ouvisse. Conhecendo a minha amiga ela gritaria dia e noite incansavelmente na porta da cabana até que ele saísse.
–Boa sorte amiga. –eu disse me despedindo dela, ela já estava na porta do quarto.
–Obrigada. –disse ela.
–Pelo que? –perguntei confusa.
–Por amar meu irmão. –e dizendo isso ela saiu porta a fora.
–Não tem porque agradecer foi inevitável. –eu disse para o vazio do meu quarto.
Eu desejava ardentemente que tudo desse certo e daqui algumas horas eu teria meu Edward de volta só para mim, não o largaria nunca mais, e se eu pudesse fazer com que ele se fundisse em meu corpo eu faria! Eu só queria amá-lo!
Alice não voltou. Nem no dia seguinte e nem no outro. A tres dias ela havia saído pela porta de meu quarto e nunca mais voltou, será que não havia dado certo? Eu estava louca de curiosidade, eu precisava ter noticias de Edward. Ouvi batidas na porta e imaginando que era Alice corri para abri-la, era a minha mãe.
–Querida! –ela disse entrando em meu quarto, acompanhada por uma mulher de meia idade que trazia consigo um cabideiro. –Viemos fazer a prova do seu vestido de noiva! –minha mãe cantarolou feliz, senti o sangue de meu rosto descer para meus pés.
Sem a minha permissão minha mãe começou a arrancar minhas roupas e me vestir no vestido branco. Eu me sentia no modo automático.
–Querida, você vai a um casamento, não ao velório. –não respondi e continuei do mesmo jeito até que senti as mãos de minha mãe se afastar de mim. –Oh! Você será a noiva mais linda do mundo! –ela disse emocionada, me virei para o espelho de corpo inteiro e me olhei ali.
Aquela não era eu. Era só a casca de meu corpo, meu eu estava a quilômetros de distancia daqui, abraçada a Edward. Olhei para o vestido branco, eu teria gostado de vesti-lo se o noivo fosse outro, se fosse Edward, pois se o noivo fosse Edward eu poderia estar pelada e ainda sim seria a pessoa mais feliz que o mundo já ouviu falar. Eu estaria sorrindo e radiante dentro daquele vestido se o noivo fosse Edward, só Edward, meu Edward.
Foi olhando para aquele vestido e imaginando que o noivo nunca seria ele que tomei uma decisão. Caminhei lentamente até a minha cama fingindo que eu iria me sentar. A maletinha de costura da costureira estava ali. Rapidamente peguei uma tesoura bem afiada e afundei a tesoura no vestido.
–Bella! –minha mãe gritou horrorizada. Eu picava, cortava e rasgava, destruindo todo o vestido com uma raiva que nunca senti antes. Senti mãos me segurarem, mas não parei, quando vi que a tesoura não adiantaria mais peguei em um lado do rasgo com uma mão e o puxei abrindo um rasgo da cintura a calda.
–Não me casarei com Jacob Black. –eu gritei decidida.
–Isso não esta em questão. –disse minha mãe me olhando brava.
Arranquei o vestido todo rasgado e me joguei em baixo das minhas cobertas.
–Fique tranqüila Sra. Swan, poderemos consertar o vestido a tempo. –ouvi a voz da costureira. Senti então uma presença ao meu lado, mas ignorei, me encolhi ainda mais em minha cama e rezei para que tudo fosse um pesadelo.
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A Cabana
FanfictionBella acaba de descobrir que esta prestes a se casar, tendo apenas 18 anos, e com um homem que não ama. Então em uma atitude impensada resolve fugir de casa, e acaba se infiltrando na floresta em pleno inverno. Os moradores da região ouviam boatos d...