—E qual seu nome? — Quinn perguntou pela milésima vez para mim. Estávamos, dessa vez, indo para o último andar da academia, onde Rachel já aguardava sua mentora.
— Fabray, já te disse. Você deve me chamar de Morte. — Ela revirou os olhos. Segundo a mesma, o nome Morte a fazia revirar o estômago. — Não estamos aqui para saber meu nome, estamos aqui para saber sua história.
— Você, pelo visto, já sabe qual é a minha história. Por que não simplesmente me conta e me deixe morrer em paz? — Quinn disse, dessa vez, um pouco mais triste. Fabray, na verdade, só queria descansar. Queria parar. E existe um jeito mais fácil para isso do que a morte?
— Você não pode morrer. Eu vim aqui porque não posso deixar isso acontecer. — Quinn parou por um momento e me olhou de um modo qual eu jamais tivera visto durante todo o tempo que estive de olho nela.
— Por que? Por que não me deixa morrer de uma vez? — A loira falou com a voz mais rouca. Talvez ela quisesse chorar desde o minuto em que acordou do seu acidente, mas não tivera essa privacidade. — Por que você precisa salvar a mim? Vá atrás de alguém que queira sua vida...
— Okay, Quinn. Deixe me te explicar: não posso te dizer sua história. Você tem que vê-la por si mesma e então decide se quer ir ou ficar. Mas até que ela termine, não posso te dizer por que eu estou tentando salvar você, e não posso te contar meu nome. Assim que a história chegar na última página, tudo será esclarecido. — Quinn franziu as sobrancelhas. As vezes a Morte começava a falar coisas sobre 'A última página', como se estivessem num filme parecido com Guerra nas Estrelas. Ela nunca entendi essas baboseiras filosóficas que ela dizia.
Quinn engoliu o seco e terminou de atravessar o corredor, vazio, por sinal. Fabray do passado, como Quinn gostava de chamar, havia marcado o ensaio de Berry as dez horas da noite, algo que Rachel achou bizarro, mas decidiu não fazer nenhum comentário.Rachel ajustava seu coolant encarando o espelho. Ela sabia que Fabray não era uma pessoa fácil, e que provavelmente não receberia elogio algum. Talvez ela fosse apenas um dos sacos de pancadas de Quinn.
Mas ela decidiu que não daria razões para isso. Quinn poderia procurar motivos para odia-lá, mas ela estava determinada a ser a melhor bailarina de todas.
— Que diabos está vestindo? — A voz rouca, por alguma razão que Rachel não fazia ideia, de Quinn ecoou pela sala de dança. Fabray usava uma meia calça arrastão por baixo de uma calça jeans rasgada e dobrada acima da sua canela. Ela usava um coturno de couro com salto e um cropped com decote, o que assustou Rachel, afinal, estavam no inverno.
— Roupas de ballet, sabe? Ballet, o que você disse que iria me ajudar a treinar... lembra? — Rachel respondeu com sarcasmo, mas Quinn deu de ombros.
— A sua dança está até que boa, Berry. O problema é que você não sabe como viver. — Quinn caminhou em direção ao piano e encostou-se nele.
— Como é?
— Querida, eu tenho uma pasta na minha bolsa que está cheia de arquivos sobre você, comentário de seus professores durante toda a sua espécie de carreira. Todos eles dizem o mesmo. Você pode ser a melhor bailarina, mas não se arrisca. É uma ótima bailarina, mas é boazinha demais. Certinha demais. Segue todas as regras, imagino.
— E eu deveria me envergonhar disso? — Rachel poem suas mãos na cintura e ri, como se fosse uma piada.
— Não disse a palavra se envergonhar, mas se quiser esse papel, precisa ser outra pessoa. Fazer coisas que não faria, provavelmente. Qual foi a última vez que bebeu até passar mal? Pegou alguém e nem lembrou-se direito no outro dia? — Rachel não respondeu. — Eu vou te ensinar primeiro a se soltar. A encontrar seu lado desafiador, sedutor e todo o resto do Cisne Negro que eu sei que existe dentro de você e de todo mundo.
— Então o que você sugere? — Rachel deu um passo a frente, se aproximando de Quinn, como o discurso dela tivesse a convencido.
— Eu sabia que a última coisa que passaria pela sua cabeça é que não teria aula de ballet, então... — A garota de cabelos cor-de-rosa puxou um vestido curto da sua bolsa e uma jaqueta de couro. — Vamos beber.
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i pick my poison; faberry au.
FanfictionLago dos Cisnes é sobre uma garota se transforma em um cisne que transborda sua fragilidade e encanto. Um cisne negro que transmite a sedução e a ira para o público, toma seu príncipe, levando o cisne branco a cometer suicídio. A história que todo b...