— Eu era alcoólatra? — Quinn questionou quando viu sua personagem virando o sexto shot de tequila. O mais estranho era que, aparentemente, ela não estava nem perto de ficar bêbada, ao contrário de Rachel, que estava com medo de pedir uma segunda margarita e ficar fora de si.
— Não exatamente. Você bebia demais as vezes, mas não era um hábito comum. Apenas em situações especiais.
— Isso é uma situação especial? — Ela arqueou as sobrancelhas. Abri um sorrisinho e ela aceitou aquilo como resposta. — Olha... não sei se deveria te falar isso, mas eu tenho lembrado de algumas coisas sobre mim.
— Isso é ótimo. Lembrado o que, exatamente?
— Eu sei que meu nome é Lucy Quinn Fabray, tenho 26 anos e sou bailarina. Sei que sou uma ótima bailarina e uma das poucas a conseguir papéis como os que consegui com tão pouca experiência. Também sei que tinha uma namorada, mas ela morreu em um acidente. Não consigo lembrar como ela era, mas sei que o nome dela é Santana. — Ela suspirou, um pouco triste. — Isso é tudo.
— Ainda sente que deveria morrer? — Perguntei e ela desviou os olhos, mas logo voltou a me encarar.
— Para ser honesta... eu quero muito saber como essa história termina. — Abri um sorriso ao ouvir isso, as coisas estavam começando a mudar.Rachel olhou para Quinn, esperando que ela dissesse algo, mas não. Ela apenas virou outro shot. Talvez o oitavo? Ela perdera a conta. Não sabia o que ela deveria fazer, já que o plano era "se tornar outra Rachel, durante aquela noite".
— O que está olhando? — Fabray perguntou sem olhar para Rachel, que acabava de colocar o seu segundo martini em mãos.
— Pensei que você ia me dizer o que fazer. Como agir para se tornar o cisne negro. — Berry passou a ponta de seus dedos pelo canudo.
— Não adianta eu te ensinar se você nem se dá ao trabalho!
— E como eu vou me dar ao trabalho se você não me diz nada? — Rachel aumentou o tom de voz mas aquilo não fazia nem cócegas em Quinn.
— Certo. Primeiro, uma dose de tequila para você. — Quinn levou as doses para perto de Rachel com as mãos e se virou para ela. — Anda, bebe!
Rachel hesitou por um bom tempo, mas quando se deu conta ela virava mais doses do que podia contar e cada vez sentia que estava ficando mais estranha, mas não completamente bêbada, pelo menos por hora. A embriaguez realmente a atingiu quando Fabray percebeu que haviam pessoas no outro lado da boate fazendo Body Shot, onde os participantes bebem álcool no corpo de outros.
— Vamos ir naquilo! — Fabray apontou para uma mulher que não parava de rir depois de tomarem vodka em sua barriga.
— Você fala como se fosse um parque de diversões. — Rachel disse, mas não discordou da ideia. Quinn foi primeiro, e deixou que Rachel tentasse beber vodka em seu abdômen, fazendo que ficasse mais bêbada possível.
E ela amou isso.
— Continuando. Agora quero que você vá para a pista de dança e ache alguém para dançar com você.
— Seu cabelo é bonito. — Berry falou, absolutamente do nada. Quinn deu um sorriso involuntário mas deu de ombros.
— Vai, Berry! Agarre alguém. Seduza a pessoa, coloque ela na sua mão. Me entendeu? — Rachel assentiu com a cabeça e Quinn fez algo que não fazia a muito tempo. Ela deu um sorriso completamente sincero.
Em questão de segundos, Rachel já tinha achado alguém para, como disse Quinn, seduzir. A garota de cabelos castanhos rapidamente avistou uma garota com cabelos loiros. Ela parecia ser um pouco mais nova, mas ela lembrava, vagamente, uma versão de Quinn. A tal garota também notou Rachel e aos poucos, aproximou-se dela. Mesmo não sendo uma situação pela qual Berry não gostaria de passar, no fundo, ela gostou de poder ser uma pessoa diferente. Aquilo não era ela e nunca seria, mas a amostra grátis que teve foi o suficiente para descobrir um novo lado dela.
Ela e Kitty, a garota loira, dançaram por um bom tempo. Rachel não tinha medo de ser vulgar, não tinha medo do que as pessoas iam pensar se vissem ela rebolando em cima de uma garota. Talvez não fosse o álcool, mas a confiança que ela acha que conquistaria com o mesmo. E realmente foi.
Kitty passou a língua em seus lábios e deu um sorriso, olhando para um banheiro ao lado delas. Rachel interpretou isso como um sinal, mas em vez de fazer qualquer coisa, ela puxou o corpo de Kitty para mais perto de si e a beijou. O subconsciente de Rachel gritava "O que diabos está fazendo?", mas ela não ligava. Nunca tinha beijado uma garota antes, mas por alguma razão foi o que mais pareceu certo.
Ela sabia que elas poderiam ir no banheiro e fazerem mais coisas, mas ela decidiu morder levemente o lábio de Kitty e sair. Mesmo bêbada, ela lembrava das palavras de Quinn.
Seduza a pessoa, coloque-a em suas mãos. Ela já tinha conseguido, então sabia que podia ir embora, e assim o fez.
Berry atravessou a pista de dança lotada de corpos suados de todos os tipos e deparou-se com Quinn. Ela estava sentada, sozinha, bebendo alguma coisa que ela não se deu ao trabalho de prestar atenção no que era.
— Oi. — Rachel se aproximou, e Quinn a encarou, sem dizer nada. — Você está legal? Parece triste.
— Não é da sua conta, de qualquer forma. — Fabray abaixou a cabeça.
— Ok. Chega! — Berry aumentou um som, e agora, faziam algumas cócegas em Quinn. — Eu sei o que está pensando. Rachel Berry é só uma garotinha idiota. Mas você não precisa ser grossa em todas as situações.
— Berry, acorda. Estamos em Nova York. Aqui as pessoas se esbarram e seguem as suas malditas vidas. Não é que nem na sua cidadezinha que vocês se esbarram e mandam uma cesta de chocolates como desculpa. Lide com isso ou volte para a cidade pequena. — Ela arrumou seu casaco, apertando-o contra o peito.
— Sabe, Quinn, se você vê a poluição, você pode continuar reclamando dela e fazendo a mesma coisa que todos. Jogando lixo na rua. — Fabray revirou os olhos. — Ou você pode simplesmente tentar fazer algo de bom para variar, não custa nada. Eu sei que todos os cidadãos de NYC não vão parar de serem rudes e passarem a abraçar as pessoas na rua. Mas eu vou dormindo sabendo que eu não sou que nem uma dessas pessoas. Uma pena você não poder dizer o mesmo.
— Me poupa! Você não sabe o que acontece na minha vida. E nem gostaria.
— E? Você sofreu e agora acha que tem passe livre para ser um saco com todo mundo? — Pela primeira vez na noite, Quinn olhou para Rachel com sinceridade, sem jogar um olhar sarcástico. — Todos aqui estão lutando por alguma coisa. Uma coisa sobre a qual você não faz ideia do que se trata. Então por que diabos você não poder tentar ser gentil? Eu tento. — Rachel pegou seu sobretudo na cadeira, ao lado de Quinn. — Tenha uma boa noite.
Ela atravessou pela porta e deixou Quinn pensando. Quase nunca as pessoas conseguiam ter um impacto sobre Fabray, sua opinião raramente mudava e sempre tentava ser o mais fechada possível. Ela já passara por muita coisa, e realmente, usava isso como passe livre para agir como quisesse. Talvez ela devesse apenas esquecer, afinal, quem lhe disse isso foi uma baixinha que não sabia nem dançar como o Cisne Negro. Sem falar que sem todas aquelas doses ela nunca teria nem pensado na possibilidade de dizer qualquer coisa em relação ao comportamento da garota de cabelos cor-de-rosa. Ela não tinha um peso em Quinn.
Pelo menos não deveria, mas aparentemente, acabara de criar um.
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i pick my poison; faberry au.
FanfictionLago dos Cisnes é sobre uma garota se transforma em um cisne que transborda sua fragilidade e encanto. Um cisne negro que transmite a sedução e a ira para o público, toma seu príncipe, levando o cisne branco a cometer suicídio. A história que todo b...