O Amante da Duquesa de Sthonne

Capítulo I

Ano de 1769, Londres.

O Duque de Sthonne olhava uma vez mais para a o papel posto sobre sua mesa.Fechou os olhos ,respirando pesadamente. Sabia que tudo que era relato naquela folha de papel um dia acabaria acontecendo. Sabia o quê Ellie,sua esposa a Duquesa de Sthonne, fazia durante à tarde quando lhe informava que sairia para calvagar... e agora tinha a confirmação que tanto buscava.

Quando se casara com a jovem Ellie, fora embusca de estabelecer a relação que se esperava entre suas famílias .Amor não estava incluído naquele arranjo,apenas o dever de gerarem um herdeiro para sua linhagem .Ela lhe devia fidelidade e respeito.E por pura ingenuidade não cumprira !

Pegou a carta e releu as palavras ali gravadas, releu com uma calma fria o trecho que relatava o ato de adultério de sua  esposa. Fora treinado desde seus tempos de infantes a se portar como Duque frio, a ser a cópia fiel do pai, e seu progenitor nunca perdoaria um ato de traição e desrespeito para com ele.

Três batidas tímidas o fez voltar a sua postura fria e altiva, engoliu o ódio que se apossava de seu ser por ter sido traído dentro de sua própria casa e encarou a mulher que surgia a sua frente ao ser autorizada que entrasse.

Ellie era uma jovem educada para quando suas irmãs mais velhas contraissem o matrimônio ,ela pudesse se tornar a Duquesa de Sthonne.Tudo planejado e tratado entre seus pais e o Duque . Apenas acreditara que era possível que aquele casamento arranjado pudesse ser converter em um romance como costumava ler nas histórias de Willian Shakespeare.  Nos primeiros dias após a grande cerimônia, descobrira que para seu marido ,o Duque ,ela não passava de um de seus tantos objetos.Era como uma boneca de porcelana ,usada para o seu bel-prazer e logo depois guardada em uma rica e linda cristaleira .

- Vossa graça, vim lhe informar que irei ao Hyde Park. Quero cavalgar um pouco...- A esposa murmurou com os olhos baixos, enquanto alisava as saias do vestido verde que usava.

Ellie estava claramente nervosa e irritada, a respiração estava um pouco rápida e sua hesitação em encarar o Duque era clara.

- Achei que já tivesse esclarecido esse pequeno ponto ,Duquesa. - Murmurou friamente, enquanto levava o seu pequeno monóculo aos olhos. Não que ele precisasse, pois enxergava divinamente bem, mas o homem sabia o efeito que tal ato causava nas pessoas,era uma clara mostra se seu estatus .

Ela se remexeu inquieta, engolindo em seco e sem saber para onde olhar. Queria sair daquele lugar.

- Desculpe-me Aidon, não voltará a acontecer. - Murmurou por fim, depois de longos minutos de um silêncio intenso. - Poderia mandar o cavalariço  preparar o cavalo?

- Não se esqueça de pedir uma égua mansa.Não quero que minha linda esposa sofra nenhuma mal enquanto desfruta da sua recente paixão pelas cavalgadas.

Ele ergueu uma sobrancelha  com um sorriso cínico ao terminar de pronunciar sua sentença. O monóculo foi retirado de sua face e colocado calmamente em sua casaca . Enquanto a jovem  seguia estática a sua frente sem ao menos um convite para sentar-se:

- Pode se retirar ,esposa !Aproveite a cavalgada.