FOCO NO JALECO: Rumo à Universidade Federal de Medicina

Por que Medicina?

  Há vários motivos e situações que podem levar um indivíduo a escolher Medicina. Se você perguntar a dez medbulandos qual o motivo deles escolherem este curso irá conseguir dez respostas bem diferentes. Por que? Porque somos diferentes, somos movidos por situações diferentes. Claro que pode haver semelhanças, mas não vai haver um motivo idêntico.

 Tem aqueles que escolhem por influência de algum parente, que vão pela admiração, tem os que vão pela remuneração, tem os que escolhem pelo respeito à profissão, tem os que vão pelo sonho de infância, os que a primeira palavra foi estetoscópio...

  Enfim...

  Há motivos e motivos, pessoas e pessoas.

PARA MIM, ESCOLHER ESTA PROFISSÃO

 FOI UMA DECISÃO QUE EXIGIU MUITO 

ESFORÇO DESDE O COMEÇO.

  Posso dizer com muita propriedade que antes dos 15/16 eu nem me imaginava médica. Para começar eu tinha um medo até exagerado de agulha e chegava a fingir desmaiar para não ter que ser furada -não adianta, aliás- e, para completar, eu não me achava capaz.

É MUITO TRISTE QUANDO
NÃO ACREDITAMOS
EM NÓS MESMOS.

   Acreditar que eu era capaz foi a parte mais difícil. Sempre há notícias na mídia, nos jornais e revistas, daqueles superdotados que com 14 anos passam em 10, 15 universidades federais para o curso de Medicina, daquelas pessoas que enfrentaram muitas dificuldades para conseguir uma vaga e mesmo assim conseguem, daqueles outdoors com fotos de aprovados nos primeiros lugares, alunos de escolas famosas e caras...

  Na minha cabeça, apenas pessoas geniais, superdotadas, entrariam num curso tão concorrido em uma universidade federal. Eu, uma mera mortal, não teria a menor chance.

  O primeiro curso que escolhi foi no nono ano e ele não tinha nada haver comigo. Engenharia de Minas. Agora imagine alguém péssima em matemática, e que não tinha interesse algum nela, querendo uma engenharia da vida! Sem contar que para entrar numa engenharia na Federal o sufoco é praticamente igual ao da Medicina. Só escolhi ele porque minha melhor amiga queria.

CUIDADO COM AS INFLUÊNCIAS!

  Depois eu fui movida pelas ciências humanas e escolhi psicologia. Este curso foi o primeiro que escolhi por mim mesma e desde então eu comecei a me visualizar psicóloga. Psicologia foi meu curso por dois anos -metade do 9° até a metade do 2° ano-. O que mudou tudo foi um empurrãozinho de um professor.

  Houve um trabalho escolar em que o ensino médio teria de montar oficinas e aulas para as crianças do fundamental II - 6° ao 9°-. Minha turma ficou com a professora de inglês e o de educação física, duas coisas que eu não era fã -e nem boa-.

  No dia seguinte ao comunicado, eu pedi ao professor de biologia -vamos chamá- lo de Panda- para que eu e uma amiga pudéssemos apresentar junto do 3° ano -a turma que ele tinha ficado- e ele deixou, apesar de os professores da minha turma não gostarem de perder duas alunas.