Capítulo 8

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Estávamos prontos para reiniciar as aulas e pela quarta vez as viagens de Lily haviam sido adiadas sem um data prevista. Por não ser viável deixá-la saem estudar, colocaram ela na escola em tempo indeterminado, basicamente, aguardando apenas o término do tempo de recuperação da cirurgia para fechar a cicatriz da barra que havia cortado seu peito e a perna machucada.

Como eles ainda temiam outro ataque a ela, fui instruído e estava recebendo – sem que ela soubesse – um treinamento de emergência para caso ocorresse algum incidente na escola. Os agentes não ficariam dentro da escola, mas estariam do lado de fora e com o número do meu telefone . Além disso ainda teriam acesso à informações sobre os servidores do colégio. Tudo para evitar que a "princesinha" corresse mais riscos.

Princesa... Sempre achei que esse tipo de coisa só existia nos livros de guerra medieval ... Quem diria, um alguém tão normal... É... nesse ritmo em pouco tempo eu ainda iria encontrar um " Power Ranger".

Já eram seis e quarenta da manhã e eu iria deveria encontrá-la na esquina do colégio. Seríamos colegas e ela sentaria ao meu lado . para isso foi necessário que eu deixasse meu confortável assento à frente da sala e fosse para o fundo.

Passados aproximadamente quatro minutos aquele mesmo carro prata do investigador Crowley parou e a sorridente Lily desceu com uma mochila nas costas e o uniforme da escola – que coincidentemente combinava perfeitamente com ela . Me adiantei:

- Tudo bem? Deixe-me levar a mochila para você.

Fui em sua direção e peguei a mochila sem que ela tivesse tempo para responder.

- Estou bem sim... e me desculpe pela demora. Estou um pouco ansiosa, já que ainda é meu primeiro dia de aula nessa escola. E você?

- Eu já estava vindo às aulas, mas para ser sincero, estou sim.

Esboçou mais um dos largos sorrisos característicos da pessoa que ela era , pegou em minha mão e quase me arrastou saltitando sobre uma muleta para a entrada da escola. Daquele jeito ela mais parecia uma criança enfaixada em seu primeiro dia do primário. O detetive que antes apenas observava agora se dirigia lentamente em seu carro ao nosso lado:

- Ei garoto...

Olhei para o homem, que continuou:

- Não vá se aproveitar da situação. Só porque você está cooperando com o nosso trabalho não quer dizer que já confiamos em você tanto assim. Isso só está acontecendo porque não temos opções melhores – dito isso, continuou me olhando e arrancou com seu carro em direção ao sentido do transito (como só havia aquele veículo na rua ... ).

- Não se preocupe... Acho que ele gosta de você – disse Lilian, confiante em suas palavras.

Caminhamos até a portaria ainda e mãos dadas, mas agora ela se apoiava em meu braço para evitar passos cambaleantes. Aquele toque macio me deixava mais animado. Mas algo que me deixava abismado era o quanto ela chamava atenção. Viturinho e uma boa parte dos garotos que estavam com ele pararam para nos observar. Assim que me aproximei deles, não pude resistir ao hábito de cumprimentá-los.

- Eae galera! De boas? Choraram muito durante o tempo em que o gostosão aqui esteve fora e agora ficam me olhando desse jeito?

Um dos rapazes, magro e de altura mediana apelidado de Morceguinho brincou:

- Não é por sua causa. Não vai nos apresentar sua nova "amiguinha"?

Viturinho reparou que Lily estava constrangida, por isso chegou perto e deu uma cotovelada no estômago do infeliz, que soltou apenas um grunhido dolorido.

Sussurros ao VentoWhere stories live. Discover now