Enfim chegara o não tão esperado dia... O dia em que Anne teria que confrontar de frente todos os seus medos, o dia em que ela iria provar que por mais que por fora se tornara fria, por dentro, no fundo, um coração puro e verdadeiro ainda pulsava.
Anne levantou-se, vestiu um casaco de lã branco, uma calça jeans preta e calçou um par de botas de cano alto pretas. Escovou seus dentes, pegou sua necessaire e saiu mais que depressa, em seu rosto, uma expressão confiante, um olhar determinado, ela estava disposta a desafiar a si mesma.
Ao chegar no colégio, imediatamente começou a procurar por Mark, mas não o encontrou. Após ficar um longo tempo procurando, quando já perdera as esperanças, encontrara Mark, sozinho no corredor principal, afinal, o sinal já havia soado há um bom tempo.-- Ah, é só você, pensei que fosse alguém mais importante, veio aqui para debochar de mim? Se for isso, saiba que não ligo mais para o que você diz. -- Disse Mark, sentado no chão encostado em seu armário, sem nem sequer olhar para Anne.
-- ...Me desculpe... -- Disse Anne, com uma expressão de arrependimento.
-- ...Hã? Você... Está se desculpando por aquele dia...? -- Disse Mark, olhando nos olhos de Anne, já confuso com tudo aquilo.
-- Sim... Eu não queria ter sido tão fria... Mas é que... Você não entenderia... -- Disse Anne.
-- Como assim eu não entenderia? Pode falar, tenho certeza de que não será tão ruim quanto o que me dissera no outro dia. -- Disse Mark, relembrando a humilhação a que fora submetido.
-- E que... Eu não quero me aproximar de você, nem de ninguém, assim não terei de sofrer depois com a despedida. -- Disse Anne.
-- Isso não existe... Amizades que se prezam tendem a continuar mesmo a longas distâncias. -- Disse Mark.
-- Não as minhas. E como você pode me provar que é diferente deles? -- Disse Anne, levemente irritada com Mark.
-- Bem, se quer provas de que sou diferente, que seja... -- Disse Mark, que logo em seguida foi em direção a Anne, levantou seu rosto e a beijou enquanto ela estava encostada em outro armário.
Anne, inicialmente tentara parar aquele beijo, mas se sentia tão bem, tão amada, que acabara se rendendo a aquele beijo tão apaixonado e sincero.
Tudo finalmente parecia simples, o peso de sua consciência havia se esvaído. Mas por pouco tempo...
Ao perceber o que estava fazendo, ela afastou Mark e disse:-- Desculpe Mark, mas eu não posso... Eu nem sequer o conheço bem... Mas não posso negar que você beija muito bem...
-- ...Mas Anne, eu acabei de abrir meu coração para você, e é assim que você me retribui? -- Disse Mark, decepcionado com a atitude de Anne. -- Que seja, afinal, você não é a primeira, e sei que não será a última. Só me esqueça...
-- Não! Não foi isso que eu quis dizer... Eu só não sei se é o que eu quero pra mim, só isso. -- Disse Anne, tentando continuar sendo apenas amiga de Mark, afinal, ela sabia que uma amizade até poderia continuar a longas distâncias, mas não um namoro, isso era impossível.
-- Bem, agora quem não quer sou eu, até mais. -- Disse Mark, já indo embora.
-- Mark... -- Disse Anne em baixo tom após Mark sair, pois sabia que não iria conseguir mudar sua opinião sobre ela.
E então, Anne se ajoelhou na fria cerâmica e começou a chorar e dizer coisas terríveis a si mesma, como: "Será que você não consegue ficar um dia sem estragar tudo Anne?! Que merda!".
Anne não tinha ânimo suficiente para entrar na sala, então ela decidiu ir embora, esperou o porteiro se distrair e foi para casa.
O silêncio que ela tanto desejava agora era realidade, porém, aquele não era um momento propício para apreciar-no, Anne precisava de apoio.
Ignorando tudo aquilo, ela jogou sua necessaire no chão e se trancou em seu quarto, e lá ficara pensando sentada no canto de sua cama desarrumada até sua mãe chegar, com um humor nada agradável.-- Anne, abra já essa porta! -- Disse a mãe de Anne, quase cuspindo fogo de tão furiosa.
Assim que Anne abriu a porta, sua mãe já entrou irritada com ela. Era o que Anne menos precisava naquele momento.
-- Que história é essa de que você faltou à aula? -- Disse a mãe de Anne.
-- Olha mãe, eu não sei se quero conversar sobre isso agora, pode ser mais tarde? -- Perguntou Anne.
-- Nada disso, mocinha, quero saber agora, pode ir falando. -- Disse a mãe de Anne.
-- Ok, eu faltei, eu... Perdi a hora. -- Disse Anne, tentando evitar com que sua mãe soubesse de tudo aquilo que ela passara.
-- Bem, então vou garantir que você nunca mais perca a hora, eu irei acorda-la de hoje em diante assim que eu acordar, e outra coisa, você vai dormir cedo, nada de assistir séries até tarde. -- Disse a mãe de Anne.
-- Mas mãe! Você acorda duas horas mais cedo que eu! E não vou conseguir assistir quase nenhum episódio das minhas séries favoritas dormindo cedo! -- Disse Anne, tentando evitar tamanho desconforto.
-- Bem, foi você quem pediu por isso por meio de suas ações irresponsáveis, e como eu sempre digo, toda ação tem uma reação. -- Disse a mãe de Anne já decidida.
Enfim, sua mãe a deixara a só novamente, mas agora, Anne não poderia mais chorar a noite, mesmo que quisesse, teria que dormir cedo, não poderia aproveitar até tarde, parecia um pesadelo, como se o mundo voltara-se contra ela, mas ela sabia que ela era a culpada por tudo aquilo que estava acontecendo a ela. Ela sabia também que não iria adiantar tentar se desculpar com Mark. A última faísca de esperança apagara-se. Será que era mesmo o fim? Será que ela dará a volta por cima? Descubram no próximo capítulo de Heartbroken Souls!
-----------------------------------------------------------
Obrigado por ler até aqui! Saiba que sou muito grato por tudo isso, mas hoje vim fazer uma homenagem à pessoa que me inspirou a readaptar e re-postar Heartbroken Souls, ela é uma grande escritora de livros, seu nome? lollipopsforlarry! Obrigado por me ajudar a re-criar essa história, sou eternamente grato! 😊😁🙂
-----------------------------------------------------------
VOCÊ ESTÁ LENDO
💔 Heartbroken Souls 💔
Novela JuvenilHeartbroken Souls conta sobre a dramática e difícil vida colegial de uma menina chamada Anne, que fora abandonada por seus pais quando ainda criança, porém fora adotada por uma família comum com a qual viveu feliz no Canadá, na cidade de Ottawa, até...