Capítulo 6

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"A não ser que você já tenha passado por isso, em que alguém morre para te salvar, você nunca entenderá essa sombra, aquela pequena voz na sua cabeça dizendo que você é a culpada pela morte daquela pessoa, isso quando não são as próprias pessoas que estão te culpando. Isso não chegou a acontecer comigo, porque no fim, ninguém se culpa mais do que quem foi salvo.

Eu aprendi a usar meu grito como uma arma, nessa fase da minha vida, isso não está sendo uma experiência muito boa. Meu quarto parece uma prisão, há o mínimo de coisas possíveis, porque eu quebrava tudo quando acordava gritando durante a noite. Na verdade, eu acordo gritando quase toda noite, e já fazem 3 meses.

Lógico que eu fiz de tudo para fugir disso, li o máximo de livros que consegui, vi filmes, assisti séries, eu só não tentei sair, simplesmente sentir a brisa me faz sentir mal, por saber que podia ser o Stiles que podia estar sentindo essa brisa, se não fosse por mim.

É lógico que me sinto grata, mas a culpa é inevitável. Minha psicóloga falou que sair é o único modo de eu me livrar desse sofrimento, ela disse que eu devia ir fazer faculdade, ocupar minha mente e ser mais grata do que culpada.

Eu queria que fosse fácil assim, eu sei que se o Stiles pode me ver ele não está feliz com a minha situação, na verdade, eu sonhei com isso essa noite, ele aparecia e beijava meu rosto e dizia que eu não era culpada e que eu devia fazer o sacrifício dele valer a pena vivendo a vida intensamente. Eu acreditei, porque era isso que Stiles diria, e assim que acordei, o retrato dele que estava na minha parede onde ele segurava seu taco de baseball na frente de seu jipe, bem, ele parecia mais sorridente do que era comumente. E então eu senti que havia sido ele."

Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho, vejo este passado
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato

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