A Gente Só Dormiu

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08:00 da manhã , depois do plantão
Nunca me senti tão cansada! Plantão das 20:00 às 08:00?! A minha sorte (e azar ao mesmo tempo) foi que não teve nenhum paciente. Tiro o jaleco e o jogo emcima da mesa, vou até o quarto e acabo por me deitar na cama.
Que sono...
                                     ~~~~

"-Giovanni, por favor!- tento falar enquanto ele abre os botões da minha blusa e beija meu pescoço.
-Ah, você vai dizer que não quer? Hillary, o Hospital inteiro sabe o quanto você se derrete por mim! - ele suspira.
Minha blusa vai ao chão e ele me coloca no colo, indo em direção a mesa do seu escritório.
-GIOVANNI OBEGRAN STRAIGHT, ME SOLTE! - mexo o corpo pra tentar fazê-lo me soltar, mas isso é em vão.
Ele me deita sobre a mesa e mesmo com uma certa resistência minha, Giovanni tira minha peça íntima que já estava úmida de tanta provocação.
-Olha só, que mocinha danada você é! - ele me olha com aquele olhar que só ele sabe fazer e como num ataque, coloca 2 dedos dentro do meu corpo..."

11:40 da manhã , o despertador toca

Puta merda! Sério que sonhei com ele?! Acordei ainda em choque por tudo que se passou em minha mente durante o sono. Não lembro de nada, sinceramente acho que cheguei em casa, tirei o jaleco e me joguei na cama. No celular, tem uma nova mensagem :
"Jantar no Vinamar hoje, te pego às 18:30. Ass : G"
Preciso mencionar o remetente ?
ACHO QUE NÃO!

Levanto da cama, ainda sonolenta. Já é quase hora do almoço, mas não estou com a mínima vontade de cozinhar. Jogo uma lasanha congelada no microondas e espero essa merda ficar pronta.
"Oi, aqui é a Mia! Não posso atender agora, deixe seu recado!"
Ah, ótimo! Nem minha melhor amiga me atende... Ela faz bastante falta, era alguém que me ajudava muito e COM CERTEZA me ajudaria a tomar a decisão correta em meio a esse furdúncio no SHC. Talvez eu deva mandar um e-mail, depois dela ter virado jornalista, esse é o único meio de comunicação possível. Mas isso não é coisa pra se pensar agora : MINHA LASANHA ESTÁ PRONTA!
Uma garfada, duas garfadas, três garfadas...
Cada uma delas vem com um pensamento de brinde : a primeira me lembrou o beijo, a segunda me lembrou a pegada e a terceira me lembrou as palavras. Porque eu, Giovanni?
Termino meu almoço de modo forçado e escovo os dentes. Banho? Só mais tarde, na hora de sair.
Deito no sofá,  ligo a TV, mesmo que no menor volume audível...

18:30 daquele dia...

-Hill, você não vai? - ouço uma voz.
Acordo assustada : Giovanni está sentado na ponta do sofá, acariciando minha panturrilha.
-COMO VOCÊ ENTROU AQUI?! - grito com ele, mesmo sentindo não ter moral para levantar a voz pra um homem que me quebra pelo olhar.
-Portão destrancado, porta aberta. Enfim, você estava tremendo de frio quando cheguei, Hill. - ele me olha com uma doçura extremamente sínica.
Olho para o meu corpo e realmente estou coberta por inteiro, ele me cobriu!
-Lá fora está congelando, tome - ele me entrega uma sacola preta.
Observando melhor... É UMA SACOLA DA BALMAIN! Pego o casaco e olho a etiqueta : 480 dólares!
-GIOVANNI, OLHA O PREÇO DISSO! EU NÃO POSSO ACEI... - assim que tento me levantar do sofá, ele me silencia com um beijo.
E novamente me entrego, mas dessa vez sem recusar. Os nossos lábios que tinham se conhecido antes, agora já não tinham inibição alguma.
Com muito cuidado, ele me deita e fica por cima de mim :
-Eu... não....deveria...ceder - minha respiração acelera, mas não faz sentido. É só um beijo!
A boca dele é macia, bem desenhada, parece um projeto feito pelo Grande Arquiteto do Universo.
Giovanni finge tentar tirar meu sutiã, mas quando começo a suspirar mais forte, ele para e sai de cima de mim, ficando de pé  :
-Haha, achou que eu faria sexo com você, assim agora?- ele ri, enquanto eu fico vermelha de vergonha e raiva, ao mesmo tempo -Levanta e troca de roupa!
Vou para o quarto correndo, toda descabelada. Tiro a roupa o mais rápido possível e um banho breve resolve meus problemas. Achei minha bolsinha de mão e o meu vestido mais bonito : azul e longo!
Penteio os cabelos, não preciso de muitos cuidados, eles são lisos naturais.
Volto para sala ainda tentando colocar o salto :
-Como estou? - pergunto enquanto brigo com o fecho do sapato.
Giovanni não responde, então o encaro...
-Ah - ele fala voltando a si - Está linda! Não imaginei que fosse mais linda ainda sem o jaleco e as roupas de Hospital.
Bochechas vermelhas novamente e lá vamos nós.
Assim que dou de cara com a rua, um R8 preto fosco estacionado na frente da minha humilde e minúscula casa.
-Es...esse é o seu carro?- gaguejo, porque assim... É UM FUCKING R8 !
-É, mas eu estava pensando em vender e comprar um Grand New. - ele se encosta no carro e olha pra mim.
-Grand New? Deve ser carro novo, nunca ouvi falar.
-Não é carro, Hill. - ele sorri olhando pra baixo, depois volta os olhos pra mim - É um helicóptero.
Meu queixo vai no chão, COMO ASSIM UM HELICÓPTERO?!
-PRA QUÊ VOCÊ QUER UM HELICÓPTERO, GIOVANNI?! - grito com ele mesmo sentindo certa pena de fazer isso.
Se aproximando de mim, ele me puxa pela cintura :
-Eu só vou do apartamento para o Hospital e às vezes viajo. Na minha cobertura tem heliporto e no Hospital também, alguma coisa contra o seu "homem" ter uma posse desse jeito? - ele olha fundo nos meus olhos.
Por alguns segundos me derreto em seus braços, mas logo o empurro.
-Você NÃO é meu homem! Pare de se achar tanto!
Ele abre a porta do carro e sorri, como quem diz que me acha fraca o suficiente pra cair na dele.

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