Floresta Eterna II

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A jornada ainda não havia acabado. A primeira prova fora relativamente fácil, mas eles sabiam que nem tudo seria assim, embora não tinham certeza alguma do que lhes aguardavam atrás daqueles troncos de árvores.

- E sobre a Aurea, o que acha dela ? - Indaga Marrie

- Não sei... Na cerimônia ela me pareceu ser bem responsável, ela é bem bonita também mas não sei se no outro mundo ela é assim. - Responde Serena.

- Eu acho Pandora uma mulher muito misteriosa, o artefato dela é uma caneta não é ? Achei bem diferente. - Comenta Agnis.

- O da Marrie é uma cigarrilha, não é tão comum assim. - Diz serena. - E você Eisen? Algo a comentar?

- Não sei ao certo, estou aqui há tanto tempo quanto vocês, ainda não sei o que falar sobre nenhuma dessas pessoas. Mas admito que fiquei surpreso quando Claude sumiu no meio da floresta.

- Acho que todos nós - Diz agnis.

A conversa segue por alguns minutos mas Eisen não mais havia falado, ele estava observando cada detalhe do local, seu desejo era guardar na memória cada detalhe da floresta para que este dia jamais se apagasse caso ele não passasse, ele queria ter para sempre esse momento mágico de sua vida. Estavam andando por muitas horas e o cansaço tomou conta de seus corpos, mas graças ás conversas eles ainda não haviam dado conta.

Sim, muitas horas haviam se passado, por isso era estranho. Eisen notou que já deveria ser noite há muito tempo, eles deveriam estar dormindo ou ao menos descansando, isso despertou sua curiosidade, mas teve sua atenção desviada ao ouvir um barulho ecoar, um som que ele reconhecia muito bem e lhe despertava desejo: água. Ele se vira bruscamente, assustando as meninas, que por sua vez fazem silêncio ao ver que ele estava prestando atenção em algo.

- Acho que isso é barulho de água... Deve ter um rio por perto. - Ele diz.

Todos se olham ansiosos e curiosos e decidem seguir o som. Eisen encontra um rio pequeno, mas muito importante para eles, que não se hidrataram desde o dia anterior, de acordo com sua desconfiança de que um dia se passara. Todos se olharam e hesitaram, não havia animal algum naquela floresta e talvez esse fora o motivo. Poderia a água estar envenenada?

Junto ao cuidado fez-se presente o desespero, a sede, a necessidade de beber água que todos do grupo compartilhavam. Clarisse pega a folha de uma árvore e mergulha sua ponta na água e, segurando a folha, se senta encostada em uma árvore. Alguns minutos se passaram e a folha não cedeu. A primeira foi Marrie, que juntou suas mãos e bebeu a água do rio, sentindo sua sede passar aos poucos. Em seguida foram Serena e Eisen, mas ela decidiu não beber, nem estava tão desesperada assim.

A água fazia doer o estômago, que estava vazio há muito tempo. O cansaço finalmente foi notado por eles, mas foi decisão unânime continuar, visto que eles tinham tempo determinado para terminar o tal teste. Então o grupo esperançoso cruza o rio e continua sua jornada, sentindo pesar suas capas molhadas, que por mais que fossem seguradas acabaram por se molhar.

Após o rio o cenário foi mudando aos poucos, revelando uma floresta escura e a cada passo que eles davam surgia no horizonte árvores com cada vez menos folhas e ao contrário da outra parte, o céu estava nublado e escurecia com o passar do tempo. Agnis caminha mais a frente, com Eisen seguindo-a e ao passar alguns minutos ela se vira para tentar achar as meninas, mas elas haviam sumido.

- O que está olhando? - Eisen pergunta.

- Elas sumiram.

Ele se vira também e seus olhos confirmam a frase da jovem. Ao seu redor ninguém além de Agnis se fazia presente e por mais que tenha as conhecido há pouco, sente uma ponta de preocupação a lhe incomodar e o peito dói ao lembrar-se que nenhum dos integrantes pode morrer nesta prova.

Inferno 96Onde histórias criam vida. Descubra agora