O mistério de Aphratum

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Agnis se vira rapidamente, ignorando a possível vergonha caso o grito não fosse direcionado á ela. De longe viu uma loira a correr até ela com sua foice em mãos seguida por um menino alto, que ela lembrou ser o mesmo do exemplo da aula que se passou.
Dado um certo tempo, ela estende a mão e lhe entrega a foice pesada com dificuldade e, no calor do momento, ambas não sabiam o que falar na situação. Cumprimentaram-se com sorrisos sinceros.

- Meu nome é Francesca, irmã de Vincent. - ela aponta seu irmão com a cabeça e estende a mão de maneira amigável. - Acho que esqueceu isso.

- Agnis, irmã de Marrie. - Disse enquanto pega a mão que ela ofereceu. - Obrigado por trazer de volta, eu tenho uma certa mania de esquecer as coisas... Principalmente guarda-chuvas e agora parece que esqueço foices também. -  um sorriso brincou em seus lábios. - Como você faz pra não esquecer seu artefato?

- É um pouco grande para esquecer, achei estranho você ter esquecido o seu. - ela ri e mostra uma capa preta a cobrir um violino.

- Você tem razão. - A hexe se senta na grama molhada, notando que no pouco tempo em que estiveram em aula havia chovido. - O clima daqui é muito confuso, nunca sei o que vai acontecer de uma hora pra outra.

- Mas ser surpreendida é bom. Apesar de tudo, gosto daqui e sinto que não queria estar em nenhum outro lugar.

- Eu também.

Francesca respira fundo e seu irmão a alcança, finalmente, segurando em seu ombro com um sorriso ainda exibido pelo o que aconteceu na aula, se perguntando se agora seu nome andaria nas bocas dos estudantes de primeiro ano.

- Vamos?

Ela afirma com a cabeça e estende novamente sua mão em direção á sua nova colega de classe.

- Foi um prazer te conhecer. Espero poder conversar mais em outro dia, talvez.

- Sim, obrigado por trazer de volta pra mim. - Agnis responde com seu melhor sorriso.

A loira se retira mantendo uma pose sofisticada e um sorriso educado. Talvez ela tivesse encontrado uma nova amiga entre tantas pessoas que não a compreendiam. Vincent a segue em passos lentos, mantendo distância enquanto a jovem bruxa os observava a desejar seu irmão em seu novo mundo para conhecer coisas que ele jamais pensou em ver. Por um instante, se sentiu um pouco invejosa ao olhar a relação dos gêmeos entrando juntos na grande torre branca. Ficou um tempo a observar a paisagem das montanhas a se misturar com a floresta em um horizonte de árvores em várias estações. Havia chegado sua hora e, ao perceber, se levanta com a foice em mãos pronta para entrar na torre também.

Mais uma vez, sobe as escadas e imagina estar em casa com os pés calçados de volta em seu tênis azul escuro e seu jeans rasgado a tentar cobrir-lhe as pernas, tateando o bolso em busca de sua chave para abrir o portão. Demorou um pouco para que ela aparecesse na rua em frente ao portão prateado de alumínio e procurasse - de fato - suas chaves para abrir o portão. Entra sorridente em seu pequeno condomínio de casas brancas e abre a porta de vidro com um sorriso no rosto e o almoço na mesa, sem ninguém.

Clarisse senta-se e se serve á tempo de ouvir alguém a pisar forte no andar de cima e uma porta a bater, sem demorar a aparecer uma figura alta vestindo um terno preto a segurar uma mala em mãos.

- Pai? Boa tarde, aonde vai?

- Viajar, coisas de trabalho. - Ele responde de maneira ríspida.

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⏰ Última atualização: Jan 19, 2018 ⏰

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