O início de tudo

5 2 0
                                    

Era fim de tarde quando Pandora mandou chamar os alunos que iriam começar esse ano na escola Duwessa para se reunir no grande salão. Clarisse, Adriele e Luna já se encontravam no local, mas a secretária não se fazia presente.

Pouco a pouco os alunos adentravam o salão, aguardando a tão esperada notícia sobre a cerimônia dos artefatos e o teste de admissão na escola. Por mais que não se encontrasse em seus melhores tempos, a escola ainda se mantinha tão bela quanto em seus tempos de glória. Com as paredes banhadas em ouro, que no mundo mágico nem era tão precioso assim, o grande salão exalava graça e seu teto que demonstrava uma pintura majestosa do céu á noite criava uma atmosfera convidativa aos que ali estavam.

Haviam se passado vinte-trinta minutos e a ruiva ainda não chegara. Era tempo de desistir, mas antes que o primeiro aluno incomodado pudesse se pronunciar, uma velha senhora levantou-se de uma cadeira ao canto da sala e o fez.

- Anuncio a chegada de Pandora, a secretária do diretor.

E com um toque de seu cajado ao chão de madeira, todos fizeram silêncio e voltaram sua atenção á entrada do local com as melhores faces sorridentes que possuíam. Mas quem de lá saiu não fora a secretária, e sim duas belas moças em vestes azuis que arrastavam no chão cujos cabelos loiros balançavam com o vento que entrava pelas janelas de vidro.

Após uma breve conversa de sinais com a senhora que anunciou Pandora, elas decidem dar um aviso:

- Boa tarde a todos. Pandora não pode comparecer por conta de alguns imprevistos então viemos auxiliar vocês na cerimônia das bruxas. Meu nome é Aurea e esta é a minha companheira Claude.

Ao ser anunciada, a moça abaixou levemente a cabeça, como em confirmação ao que foi dito e após as duas se olharem, Aurea decidiu continuar:

- Anunciamos o início da cerimônia dos artefatos. Bruxos, sentem-se em seus lugares e ao ouvir seus números, compareçam nas linhas laterais. Claude as levará até a grande cadeira.

Os alunos, confusos, se olharam a procurar cadeiras que não estavam em lugar nenhum. Aurea fez sinal para que a senhora começasse.

Com um toque do seu cajado de madeira ao chão, fez se um barulho estridente e subiram nas laterais da sala grandes cadeiras com os números pintados nos encostos. Com mais dois toques, subiram três cadeiras: a esquerda era prateada, a do meio era feita toda em ouro e a da direita era feita em cobre. Ela deu um tempo para que todos tomassem seus lugares, mas para surpresa de Clarisse, a senhora não se sentou em nenhuma das três cadeiras.

Caminhou até uma cadeira na lateral dos três tronos, colocou sua capa cinza, da cor de seus cabelos grisalhos e se sentou sofisticadamente. Quando todos os alunos se sentaram a iluminação cessou, dando lugar a luz de velas e uma música ao som de violino e piano envolveu o local, deixando os bruxos boquiabertos.

As estrelas pintadas no teto do salão brilhavam junto á lua e as portas se fecharam. Todos sussurravam a fim de descobrir como fazer aquilo até que Aurea caminhou até o centro do salão, recebendo assim a atenção de todos.

- Que se façam presentes aqui os três poderes. Meu nome é Aurea, sou aquela que caminha sob a luz, peço a permissão para entrada do trono de prata e de cobre.

As portas se abrem dando lugar para que a secretária passe. Ela não usava seu cabelo preso em uma trança, nem tampouco um vestido a arrastar no chão. Pandora vestia um terno branco com uma gravata azul e seu cabelo estava solto. Aurea se dirige até as cadeiras e espera a ruiva passar, para que então continue a falar.

A secretária sentou no trono de prata e o trono de cobre ganhou um leve brilho, do qual ninguém entendia o motivo. Ela se levanta e retira uma caneta de seu bolso.

Inferno 96Onde histórias criam vida. Descubra agora