Capítulo 2

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Só faltei arrastar a preguiçosa da Maria Eduarda para sua sala. O campus era dividido em módulos, fomos caminhando enquanto conversávamos, no caso era ela tagarelando sem parar, sobre como o carnaval de Salvador é perfeito, e a cidade, e o nordeste, e as praias, e os gatos, bom isso sim me interessou. Paramos em frente a sala da Duda, me despedi e fui em direção a minha que era no módulo seguinte. Passando pelo corredor, avistei a Fernanda, minha colega de turma mais louca e legal, vindo na minha direção com cara de morte.

  –Socorro! – Falou esbaforida – Diz que você fez o trabalho do Batista?

– Oi, bom dia, como vai? Estou ótima a propósito – falei rindo – Fiz sim maluca, pode colocar seu nome nele.

– Te amo, já disse isso hoje? – Ela disse dando pulinhos e me abraçado calorosamente – Eu estive muito ocupada esse final de semana e não deu para fazer absolutamente: NADA!

Ri da situação que ela estava e de como falava tudo com uma urgência sem igual – Fica tranquila e respira

Caminhei até minha cadeira e observei todos se acomodarem enquanto o professor brotava na sala com todo seu rompante. Ele era baixo, barbudo, um pouco careca, e muito, mais muito carrasco. Era aula de Direito Civil, e todo aquele assunto me deu sono. Fiquei olhando a formiguinha na parede até que percebi todos se levantando. A aula acabou, todo o sono sumiu num piscar de olhos? Pode isso Brasil? Sorri com meus pensamentos, caminhei até a mesa entregando o meu trabalho supostamente feito por mim e a Nanda. Ela ta me devendo uma!

Fui em direção ao estacionamento e era como se um fardo tivesse saindo das minhas costas: menos um semestre! Era perceptível a felicidade estampada na cara das pessoas saindo de suas salas, férias venham com calma que ninguém ta com pressa. Ri comigo mesma chegando no meu carro, quando avisto a Duda se aproximando

– Como é bom esse cheirinho de sexta-feira – ela inspirava como se estivesse sentindo o melhor perfume do mundo gesticulando com as mãos

– Cheirinho de final de semana, de férias, de felicidade – Fiz igual a Duda inspirando o ar como se fosse sugar todo ele. Parecíamos duas doentes, soltamos o ar dos pulmões rindo em seguida

– O que eu perdi aqui? – Guga disse enquanto se despedia de uns colegas e se aproximava da gente

– Viva as férias! – Duda disse dando pulinhos de alegria

– Ai sim, hoje o único cálculo que eu quero fazer é a quantidade de mulher que eu vou pegar no carnaval – Disse com um sorriso sacana nos lábios

– Você não vale nada, quero ver quando você vai tomar juízo Gustavo – Duda balança a cabeça negativamente

– Quando você finalmente me der uma chance, meu amor – Disse brincalhão – ai sim, eu namoro, caso, tenho filhos e assisto futebol todo domingo no sofá – disse rindo e agarrando a Duda num abraço e beijos babados no pescoço

– Parem de fogo os dois, quero só ver no que isso vai dar. Só quero dizer que sou a madrinha real oficial desse relacionamento estranho – falei enquanto passava pelo meio do abraço deles, separando-os

– Eu que não te quero, garoto, morre – Ela disse birrenta – Ana vou almoçar na sua casa.

– Eu quero é novidade Maria Eduarda, morta fome – reviro os olhos

– Opa! Se a Duda vai também tenho que ir – se ofereceu e olhou para Duda – Não posso deixar você sozinha mozão – Fez carinha de apaixonado e ela deu dedo

– To acabada com dois esfomeados na minha vida, bora logo então – Disse desligando o alarme do carro

– Beleza, só vou me despedir da Larissa – ele dá um sorriso pervertido – Só preciso de 20 minutinhos, encontro vocês lá. 

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